AMBIENTE EMBARGA OBRA DE AMPLIAÇÃO DA CSA E EXIGE COBERTURA DE POÇO POLUENTE
10/ 05/ 2011
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou hoje (10/05), em coletiva à imprensa, que a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, tem um mês para começar a cobrir seu poço de emergência.10/ 05/ 2011
A obra impedirá, em caso de novos acidentes, que seja emitida na atmosfera a chamada “nuvem de prata” – fuligem que contém 70% de carbono e 30% de ferro, causando danos à saúde dos trabalhadores e moradores da região. A cobertura mitigará a emissão do poluente em 90%.
Minc anunciou ainda que a CSA, a partir de amanhã, terá embargada sua obra de ampliação de instalação para aumentar sua capacidade de produção. A companhia estava construindo sua terceira coqueria, local onde é produzido o coque, resíduo proveniente da queima de carvão mineral.
Segundo o secretário, a ampliação ficará embargada até que siderúrgica cumpra todos os condicionantes socioambientais para funcionar. “A empresa deveria contar com um sistema alternativo de redução de risco de acidentes, mas não tem a ligotadeira. Hoje ela opera só com o poço de emergência. Está errado e não pactuaremos com isso. Nosso papel é monitorar o seu funcionamento e sugerir”, disse Minc, continuando:
“A siderúrgica não tem licença definitiva. Caso nossas exigências não sejam atendidas, ela vai parar de operar. Queremos a empresa no estado. Não podemos exportar o minério para gerar emprego na China, mas a saúde da população e do ambiente deve ser considerada como prioridade.”
Presente à coletiva, a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, anunciou que começou a funcionar a câmera de filmagem, dentro da siderurgia, para monitoramento em tempo real, via internet, do funcionamento interno da empresa. A câmera, com giro de 360 graus, ajudará aos técnicos do Inea a fiscalizar a operação da CSA.
Em janeiro deste ano, a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) determinou que a CSA deveria passar por auditoria externa. No entanto, o secretário Carlos Minc considerou que a empresa responsável por fazer a auditoria, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), não respondeu a itens estratégicos apontados pelos técnicos da SEA e do Inea: “A auditoria terá que ser complementada para que a CSA possa operar em segurança”.
Desde o início das operações, a CSA já foi multada duas vezes – R$ 1,2 milhão em agosto de 2010 e R$ 2,4 milhões em janeiro deste ano – e foi obrigada a investir cerca de R$ 14 milhões na área de saúde e infraestrutura da região.
Segundo o superintendente de Saúde Ambiental da SEA, Luiz Tenório, dos R$ 14 milhões pagos como compensação pela siderúrgica, R$ 11 milhões serão investidos na construção
de um centro de referência para hipertensos e diabéticos e de uma policlínica de saúde da família. O restante – R$ 3 milhões – está sendo aplicado em obras de infraestrutura na região.
Integrante do grupo de trabalho criado, por decreto do governador Sérgio Cabral, para definir os critérios para auditoria de saúdo da CSA, a ser realizada pela Fundacentro, Tenório afirmou que pesquisa promovida com cerca de 400 moradores de Santa Cruz apontou que o número de doenças respiratórias aumentou desde que ocorreu o primeiro acidente, em agosto de 2010. Sinusite e dermatites também foram apontadas pelos moradores.
O subsecretário-executivo da SEA, Luiz Firmino, também participou da coletiva.
FONTE: INEA.
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