sexta-feira, 25 de março de 2011

SIDERÙRGICA E MEIO AMBIENTE NÂO COMBINAM






Siderúrgica e meio ambiente não combinam. Vários gases tóxicos serão emitidos e lançados na atmosfera.
Para cada uma (1) tonelada de ferro produzido por uma siderúrgica ( por exemplo:  TKCSA),é lançado meia tonelada de poluição no AR , no SOLO , nos RIOS e no MAR. Quem sofre são os moradores , com doenças respiratórias entre outras.
O pó  preto  e o pó prateado  que vem  diariamente  caindo  na região próximo da Siderúrgica  TKCSA,
segundo relatos dos moradores; vem provocando  Doenças,  como relata  o vídeo acima .

Jorge Antonio Pellegrini.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Poluição do ar em Santa Cruz será investigado na Alerj

Poluição do ar em Santa Cruz será investigado na Alerj

As constantes ocorrências de poluição do ar causadas pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, serão investigadas pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). O Diário Oficial publicou, nesta sexta-feira (18/03), requerimento de autoria da deputada estadual Lucinha (PSDB) criando Comissão Especial para apurar possíveis irregularidades e imprevidências do Governo do Estado e do Instituto Estadual de Ambiente - INEA - no processo de concessão de licenciamento ambiental referente à implantação da siderúrgica na região.

“A constituição da Comissão (...) se justifica face às constantes e frequentes ocorrências de poluição do ar causadas pela referida siderúrgica que afeta de forma danosa a população residente em Santa Cruz e nas demais áreas circunvizinhas”, justifica a deputada em seu requerimento. “Desde a entrada em funcionamento do complexo siderúrgico, esses acidentes vêm ocorrendo apesar das várias advertências e sanções que lhe foram imputadas pelos órgãos ambientais do Governo do Estado o que levanta suspeita de ter havido insuficiência e ausência do rigor necessário no processo de licenciamento ambiental do empreendimento”, complementa o texto.

A comissão será constituída por cinco deputados - a serem escolhidos por seus partidos - e terá 120 dias - prorrogáveis por mais 90 dias - para a conclusão dos trabalhos. “Já houve dois episódios naquela região por problemas decorrentes do pó de ferro liberado pela CSA, que tem causado danos à saúde da população. Tenho certeza de que essa Comissão Especial trará à tona toda problemática da siderúrgica em Santa Cruz. A Zona Oeste precisa de progresso, sim, mas com saúde perfeita, sem danos à população”, explica Lucinha.

terça-feira, 22 de março de 2011

Companhia Siderúrgica do Atlântico é alvo de protestos no Rio de Janeiro




 Nós Moradores dos Conjuntos Alvorada e Novo Mundo, situados bem próximos da Siderurgica TKCSA, com o apoio dos estudantes, pesquisadores, militantes de sindicatos, fizemos um protesto em frente ao prédio da Secretária Estadual de Ambiente (SEA) e o  Instituto Estadual de Ambiente (INEA), no centro do Rio de Janeiro. Cerca de 150 manifestantes protestaram contra a poluição causada pela Siderurgica do Atlântico (TKCSA) em Sant6a Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Denunciamos que a Siderurgica (TKCSA), desde sua inauguração vem poluindo toda a região de Santa Cruz, com um pó preto , pó brilhoso e gases tóxicos que vem causando aos moradores inúmeras doenças: Renite Alergica, Coceira, Irritação  na Pele e nos olhos e Doenças Respiratórias.

Jorge A. Pellegrini.

Poluição de siderúrgica atinge casas na Zona Oeste do Rio

Fuligem saída da CSA cobriu imóveis em Santa Cruz.
Empresa será multada e tem 30 dias para solucionar problema.


http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/12/poluicao-de-siderurgica-atinge-casas-na-zona-oeste-do-rio.html

 A  Secretaria estadual do Ambiente dará um prazo de 30 dias para que a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) encontre uma solução definitiva para o problema de gases e partículas expelidas no ar pelos alto-fornos. Neste fim de semana, a fuligem ejetada da siderúrgica atingiu casas da região conhecida como Lote 7, que fica próximo à avenida João XXIII, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com a secretária Marilene Ramos, fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) passaram a tarde em Santa Cruz fazendo a medição da poluição nas estações da região. Segundo a secretária, o problema foi provocado pelo uso de um alto-forno de emergência da companhia, já que o alto forno 1 apresentou problemas.
“Entramos em contato com a CSA que nos informou que um problema no forno 1 os obrigou a usar o forno de emergência para a produção do ferro gusa. Este forno foi usado até o meio-dia deste domingo (26), mas já foi paralisado. Agora, acreditamos que a situação voltará ao normal. Vamos dar um prazo máximo de 30 dias para que a empresa encontre uma solução definitiva para o problema. Já ficou provado que não é compatível que uma usina funcione tão próxima de uma comunidade que já estava instalada naquela região”, disse Marilene.
Como se trata de um problema reincidente, a secretária disse que a multa que a empresa vai receber deverá ter um agravante. No entanto, ela não soube precisar o valor da multa. Em agosto, a CSA foi multada em R$ 1,8 milhão por poluir o ar com material particulado nas imediações da siderúrgica.

Poluição de siderúrgica prejudica mais uma vez bairro da zona oeste do Rio

http://videos.r7.com/poluicao-de-siderurgica-prejudica-mais-uma-vez-bairro-da-zona-oeste-do-rio/idmedia/92501972acb88fad60eade61772adf5d.html

A fuligem lançada pela Companhia Siderúrgica do Atlântico, a CSA, cobriu as casas de Santa Cruz de um pó prateado. Os moradores denunciam que o problema não é novo é já causa danos à saúde de várias pessoas. Muita gente já está comprando máscaras protetoras para o rosto. As polêmicas envolvendo a CSA não são novidade.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Acordo entre MPRJ e INEA prevê auditoria ambiental independente na CSA

Acordo entre MPRJ e INEA prevê auditoria ambiental independente na CSA

dez 16th, 2010 | By karla | Category: Ambiente
A Thyssenkrupp CSA Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), denunciada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro por crimes ambientais, terá que passar por uma auditoria ambiental independente, conforme acordo assinado, segunda-feira (13/12), entre o MPRJ e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA). A realização do estudo técnico foi indicada pela 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Meio Ambiente da Capital e pela Coordenação do Grupo de Apoio Técnico Especializado Ambiental, aprovada pelo Conselho de Diretores (CONDIR) do INEA e é uma exigência para o início da operação do segundo alto-forno.
Também na segunda-feira, o Juiz da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, José Nilo Ferreira, recebeu a denúncia oferecida, em 25/11, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRJ, contra a TKCSA, o Diretor de Projetos da companhia, Friedrich-Wilhelm Schaefer, e o Gerente Ambiental, Álvaro Francisco Barata Boechat. A ação penal demonstra que a TKCSA gerou poluição atmosférica em níveis capazes de provocar danos à saúde humana, dentre outras condutas criminosas.
O memorando de entendimentos, que visa a evitar danos futuros ao meio ambiente e à saúde da comunidade de Santa Cruz, foi assinado por representantes da Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILAM) do INEA. Ficou acertado que o relatório será incorporado ao processo de licenciamento ambiental da TKCSA.
Melhor tecnologia
Pelo acordo, uma empresa idônea e isenta irá analisar todos os pontos de descumprimento da legislação ambiental pela TKCSA. Além de vistorias, com a participação de Promotores e peritos do MPRJ, essa empresa fará uma consulta à comunidade do entorno. O relatório deverá informar sobre o atendimento aos critérios e medidas determinados no licenciamento ambiental até então e a análise da Gestão Ambiental da CSA desde o início de sua pré-operação.
Além da preocupação com a possibilidade de novos acidentes ambientais, o MPRJ ressaltou ao INEA a importância de garantir na usina da TKCSA a implantação da melhor tecnologia de controle de poluentes disponível no mundo. Por isso, fez parte do consenso a necessidade, durante a auditoria, de análise comparativa com tecnologias instaladas ou em instalação em outros estados e países, visando a eliminar a disparidade de conduta entre siderúrgicas instaladas em outros lugares e no Brasil.
“O fundamental é que o INEA e o Governo do Estado respeitem o entendimento mútuo alcançado de que a conclusão da auditoria e a implementação das medidas apresentadas em seus planos de ação são condições imprescindíveis para a operação do segundo alto-forno da CSA”, disse o Titular da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Meio Ambiente da Capital, Promotor de Justiça Marcus Leal.
“Sem isso, existe o risco de novos episódios de poluição atmosférica por material particulado e de danos à saúde dos moradores de Santa Cruz”, acrescentou o Coordenador do GATE Ambiental, Promotor Daniel Lima Ribeiro. O INEA comprometeu-se a formar um grupo de trabalho para editar o termo de referência que servirá de base à auditoria, que deverá ser concluída em 60 dias. O MPRJ participará desse grupo.
Além dos Promotores, assinaram o memorando de entendimentos a Diretora do DILAM/INEA, Ana Cristina Henney, e a Gerente de Licenciamento de Indústrias do INEA, Erika Cantanhede Wuillaume.
Denúncia
A denúncia do GAECO faz referência a diversos crimes ambientais, previstos nos artigos 54, 60, 68 e 69-A da Lei de Crimes Ambientais e imputados a TKCS, Schaefer e Álvaro Boechat. As penas podem ultrapassar 19 anos de reclusão para os dirigentes. Já a empresa pode ser punida com multa, suspensão total ou parcial de atividades e interdição temporária de direitos, como proibição de contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios e de participar de licitações pelo prazo de cinco anos.
De acordo com a ação penal, o empreendimento e os executivos cometeram quatro crimes ambientais, alguns de forma reiterada. O principal deles consistiu no derramamento de ferro-gusa – usualmente destinado à unidade de “aciaria” – em poços ao ar livre, sem qualquer controle de emissões. Operação que provoca a emissão de toneladas de material particulado, podendo causar doenças de pele, irritação de mucosas e problemas respiratórios.

TKCSA POLUIÇÃO- O CRIME COMPENSA?

OPENSA

Companhia Siderúrgica do Atlântico – CSA – O Crime Compensa?

Sex, 07/Jan/2011 02:03 Luiz Prado


Por Luiz Prado - No Brasil de hoje, o marketing é peça essencial não apenas da política, mas das mais simples iniciativas como fazer uma raspagenzinha no asfalto e um recapeamento mixuruca: colocam-se imensas placas nos pontos mais visíveis e dá-se o nome à bobagem rotineira de “Operação Asfalto Liso”.

Agora, é a vez da Companhia Siderúrgica do Atlâtnica - CSA, do grupo alemão ThyssenKrup, em sociedade com a Vale.  "A maior siderúrgica da América Latina" produz meras "palanquilhas", uns tarugos de aço de baixo valor agregado mas elevado consumo energético que, depois, são enviados para laminação nos EUA.
Desde que iniciou as suas operações, há cerca de 6 meses, a CSA inferniza a vida dos moradores da região com nuvens de pó preto que ela afirma ser "apenas grafite", que não seria "tóxico".  O cinismo certamente tem compensado.  A CSA e dois de seus dirigentes já foram processados criminnalmente pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janerio, e todos esperam que novos processos sejam ajuizados.
Diante das pressões da imprensa, a CSA saiu-se om um slogan: “Grafite Zero”.  "Grafite" é o catzo!  Mentirosos!  Não importa se grafite ou não, para os técnicos em poluição o nome genérico daquela imensa porcaria toda é material particulado.  “Tóxico” ou não, o particulado causa problemas de saúde, em particular bronco-pulmonares, com as inevitáveis consequências cardiológicas.
A farsa - coisa de moleques - evidencia-se quando as crianças brincam com o "grafite" usando imãs.
Além disso, particulados entram pelos computadores, televisões e outros aparelhos eletrônicos, diminuindo a vida útil e causando defeitos.

Já é tempo da população local tomar vergonha na cara se organizar em lugar de deixar ao poder público e à empresa a decisão sobre o que fazer, como ocorre nos países sérios.

Dar um trocado para uma clínica de tratamento de diabetes ou qualquer outro atendimento médico  como “compensação” é uma forma de tentar comprar corações e mentes com paliativos: a indústria causa as doenças mas apóia o tratamento médico.

O importante – e a única coisa realmente importante - é parar totalmente com a emissão de particulados e isso só será feito no dia em que for feito o controle total do “poço de emergência” que há meses vem sendo usado regularmente como se tudo fosse uma constante emergência.

A persistência da empresa naquilo que em inglês denomina-se “denial” (denegação, na tradução psicanalítica brasileira, ou recusa de ver algo que é evidente) é uma patologia psiquiátrica e  uma fonte da continuidade das infrações.

Não importam as baboseiras sobre as médias e asa máximas de particulados no ar, já que as normas brasileiras de qualidade ambiental e de controle de poluição são mais do que antiquadas, são largamente obsoletas.
De toda forma, uma empresa alemã - ThyssenKrupp - tem que cumprir, aqui, as normas de lá, e isso inclui não causar os imensos incômodos que a CSA está causando, há meses, à população da região.

Um excelente exemplo desse tipo persistente de descaso desavergonhado é o porto de Tubarão.  Na década de 90, começaram a ser examinadas alternativas para conter as nuvens de pó de carvão e de minério que se espalham continuamente sobre a cidade, proveniente do arraste eólico sobre as imensas pilhas desses materiais nos pátios do complexo portuário.

Os imóveis estavam (estão?)sempre imundos, o dano era visível o tempo todo, e os médicos falavam com freqüência nos altos índices de doenças respiratórias.

Uma das soluções consideradas foi a colocação de telas quebra-ventos (wind fences), já então  bastante usadas em outro lugares do mundo com as mais diversas finalidades, desde evitar que trens de alta velocidade descarrilassem na saída de tuneis em regiões de fortes ventos até o controle do arraste eólico de pó em áreas portuárias.

Se bem dimensionadas as cercas quebra-ventos reduzem o arraste de poeira em 90%.  Mas os “investidores” queriam lucros e não havia interesse dos gerentes locais em tentar convencê-los.  Além do que, o argumento era o mesmo de sempre: não há normas brasileiras sobre esse tipo de controle.  Ora, bolas, o que importa se existem normas ou não quando uma cidade inteira está sendo visivelmente prejudicada?


A primeira reação da canalha local foi a disseminação boca a boca de que aquela solução não existia e de que a única explicação possível seria a de que o então secretário de estado de então – o autor deste blog – representava os interesses de algum fabricante.  A Companhia Siderúrgica de Tubarão, a Vale (então do Rio Doce) e a administração do Complexo Portuário de Tubarão recusaram-se a sequer considerar o assunto.


Mas brasileiro odeia inovação - ainda que goste de novidade - e por essa razão é que Tom Jobim dizia que para fazer sucesso aqui era necessário primeiro fazer sucesso “lá fora”.

Enfim, a proposta foi abandonada.  Tempos depois, alguém deve ter arranjado uma forma de ganhar dinheiro com ela, colocando cercas quebra-ventos – ainda que de altura questionável para o tipo de ventos e para a altura das pilhas de carvão e de minério.  Hoje anunciam, com orgulho, que estão fazendo o que deveriam ter feito há décadas.
Esse é o Brasil do futuro na área do controle da poluição, entre outros.

A notícia foi divulgada como um grande avanço em 2008 e pode ser lida em
http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2008/08/cercas-de-20-metros-de-altura-em-volta-de-pilhas-de-minerio-reduzirao-poeira.html

No ano seguinte, a Vale anunciou o seu grande atraso tecnológico no controle da poluição como inovação, como se pode ver em

http://www.vale.com.br/saladeimprensa/pt/releases/release.asp?id=19150

A Vale é sócia da ThyssenKrupp na Compannhia Siderúrgica do Atlântico.
Não há informações sobre o dimensionamento apropriado das cercas quebra-ventos ou dos resultados do monitoramento, como seria de se esperar, mas já é um reconhecimento de que a engenharia existe para resolver problemas, e não para cumprir normas antiquadas.
Da mesma forma, a proposta de colocar câmeras - incluisve infra-vermelhas para assegurar a visibilidade noturna - nas áreas problemáticas da CSA merece ser levada adiante - afinal, qualquer condomínio ou shopping as tem - e não apenas para controle do INEA, mas para o acesso de toda a população e da imprensa.

terça-feira, 15 de março de 2011

Na Europa, forte repercussão das acusações contra a TKCSA

Na Europa, forte repercussão das acusações contra a TKCSA

Desconhecidas dos brasileiros, agressões sócio-ambientais promovidas no Brasil pela ThyssenKrupp ganham amplitude na Alemanha

17/03/2010
Leandro Uchoas
do Rio de Janeiro (RJ) – Brasil de Fato
Foi melhor do que se esperava. Depois de três anos de denúncias, uma excursão pela Europa finalmente trouxe à luz as várias arbitrariedades cometidas durante a construção da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA). Desde 2006, movimentos sociais e organizações não governamentais denunciavam a enorme devastação ambiental e a destruição de comunidades tradicionais causadas pela transnacional na baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro.
Embora a obra tenha sido embargada duas vezes, as violações jamais chegaram à opinião pública brasileira com a intensidade que mereciam. Na Alemanha, as denúncias entraram no coração da empresa e ganharam as manchetes dos principais veículos.
Ainda em novembro, a articulação de movimentos sociais brasileiros conseguiu organizar uma audiência pública no Parlamento Europeu. O forte bloqueio midiático às denúncias contra a TKCSA no Brasil era rompido na Alemanha. Com a ajuda de organizações sociais e ONGs europeias, e do partido alemão Die Linke (“A Esquerda”), organizou-se a excursão à Europa. A partir das denúncias iniciais, os brasileiros ganharam aliados importantes, como parte da base de um dos maiores sindicatos alemães, o IG Metall.
Acionistas críticos”
Porém, os principais aliados foram ativistas conhecidos como “acionistas críticos”. Trata-se de uma organização de pessoas que compram ações de empresas para ter o direito de entrar em suas assembleias e protestar.
Convencidos pelas flagrantes denúncias, os acionistas críticos compraram ações da ThyssenKrupp e organizaram a atuação no Encontro Anual de Acionistas da empresa, em 21 de janeiro, em Bochum, na Alemanha. Na atividade, deram voz aos brasileiros. Dentre eles, falaram Karina Kato, do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), e o pescador Luís Carlos de Oliveira, que era a principal liderança da categoria até ser ameaçado de morte e ter de fugir.
Discursando no coração da empresa, os brasileiros levaram ao conhecimento dos acionistas, e de toda a Alemanha, as acusações contra a TKCSA. Karina relatou uma por uma das acusações, incitando a empresa a respondê-las. Mesmo o documento enviado pela empresa anteriormente, em resposta às denúncias – provavelmente por desconfiar da ação – foi amplamente questionado.
“A TKCSA afirma [no documento] que não existe turismo na Baía de Sepetiba. No entanto, no Estudo de Impacto Ambiental, a empresa reconhece o turismo, a agricultura e a pesca como as principais atividades da região impactada pela siderúrgica”, disse Karina na ocasião.
O relato de Luis Carlos emocionou a muitos dos presentes. Cadeirante, ele narrou sua atuação na liderança da resistência, nos primeiros anos do projeto. Ameaçado por integrantes de uma milícia, um dos quais o pescador posteriormente reconheceu entre os representantes da empresa numa audiência pública, vive foragido, há um ano longe da família. Ao final de sua fala, Luis Carlos ofereceu um peixe de pelúcia ao chairman da empresa, Ekkehard D. Schulz, “o único peixe que se está podendo pescar”. O executivo recebeu o presente e estendeu a mão para cumprimentar o pescador. Luis Carlos se negou.
Fragilidade legal
Membro diretivo da Rede Alemã dos Grupos de Solidariedade ao Brasil, o alemão Christian Russau questionou a falta de monitoramento da qualidade da água na região impactada pela siderúrgica. Segundo ele, o procedimento seria elementar se o empreendimento estivesse se instalando na Alemanha.
Tal análise era realizada pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), que parou de fazê-la dizendo que a ThyssenKrupp assumira o papel. A empresa, por sua vez, diz que quem faz o monitoramento é o instituto alemão Tutec, mas que este não publica os resultados. “Sindicalistas de base da ThyssenKrupp, da cidade de Duisburg, nos contaram que a diretoria, em assembleia, há alguns anos atrás, dizia descaradamente que no Brasil há menor rigidez ambiental”, conta Christian.
A transnacional declarou que todas as denúncias eram infundadas, com argumentos considerados frágeis. Ela defende que, por ter recebido aval do governo brasileiro, os protestos teriam que ser feito junto aos governantes. “Nós respondemos que a gente reconhece a responsabilidade do governo brasileiro, mas isso não tira a da empresa”, afirma Karina.
Um dia antes, a TKCSA já havia tentado impedir Luis Carlos de falar na assembleia, através de um telefonema. “O chefe de Relações de Investimento e um assessor jurídico ligaram para o gerente dos acionistas críticos perguntando se Luis Carlos sabia falar alemão, alegando que na assembleia só se pode falar o idioma”, conta Christian. Os acionistas disseram que tinham o direito legal de dar voz ao pescador.
No dia 27, os ativistas foram chamados a uma audiência pública no Bundestag (parlamento alemão), por iniciativa da Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Econômico local. Nesses seis dias de intervalo entre o Encontro dos Acionistas e a audiência, a empresa preparou uma brochura com explicações sobre o projeto e supostos programas sociais da ThyssenKrupp no Brasil. Três executivos foram do Brasil para a Alemanha. Novamente, a empresa alegou que as denúncias seriam infundadas, e que se reclamasse ao governo brasileiro.
Comissão internacional
Então, Karina declarou: “Já que as denúncias são infundadas, por que a gente não forma uma comissão internacional, de especialistas indicados por ambos os lados, com acesso ao canteiro de obras e aos documentos, para verificar as acusações?”. Constrangidos, os executivos mudaram de assunto. Já como resultado da audiência, ficou fixado que uma comissão de parlamentares alemães visitará a empresa, possivelmente no segundo semestre. A deputada alemã do Die Linke, Gabriele Zimmer, parceira antiga dos ativistas, pretende trazer uma delegação ao Brasil. Também se comprometeu em traduzir para o alemão todo o material das denúncias.
“Essa ação fez com que a gente se libertasse de encabeçar esse processo. Outros o tomaram nas mãos e o levaram. Eu acho que o lado internacional está muito fortalecido. Precisamos agora fortalecer o local. É o mais difícil agora. O ciclo de debates do ano passado ajudou a envolver os pescadores, mas não suficientemente”, avalia Ana Garcia, da Fundação Rosa Luxemburgo, que integrou a equipe de brasileiros. Os ativistas pretendem, agora, ampliar a atuação na baía de Sepetiba. Nesse sentido, uma cartilha de conscientização está sendo desenvolvida pelo Pacs.
Mas não é apenas o movimento social brasileiro que elabora suas estratégias. Enfurecida com os resultados da excursão, a empresa também promete atuar. “Se a CSA vier a ser obrigada pela lei a instalar filtros para proteção ambiental, por exemplo, ela vai fazê-lo, e depois dizer que reduziram as emissões, para vender isso no futuro mercado de carbono. Terceiros vão pagar por isso. E ainda vão fazer propaganda de ‘responsabilidade ambiental’”, avalia Christian. O ano de 2010 promete ser agitado na região. (colaborou Gilka Resende)

sábado, 12 de março de 2011

A TKCSA: O MAL QUE NOS ATINGE

A TKCSA: O MAL QUE NOS ATINGE

A Siderúrgica CSA trouxe vários problemas: Os Pescadores da Baía de Sepetiba perderam empregose e rendas em decorrência das atividades inenterruptas da CSA.

A poluição gerada pele Siderúrgica pode ser uma das responsáveis por problemas de saúde da população local que mora em torno da Siderúrgica CSA.

O problema causado pela Siderúrgica infelizmente não e só fuligem são as emissões de gases e o efeito estufa.

O que era um Manguezal, que encontrava as águas da Baía de Sepetiba, agora não existe mais, se transformou em galpões da aciaria e os altos fornos da usina com suas chaminés poluidoras.

È esse o ar que nós moradores próximo da siderúrgica estamos condenados à respirar.

Os inúmeros relatos dos moradores são: Doenças Alérgicas, Tosse, Irritação nos olhos e na Pele.

Eu me preocupo com esta poluição  pois tenho  um problema oftalmológico pré-existente, com  laudo ;que relata não poder conviver em ambiente com fator  poluente em suspensão. Nos últimos meses sinto que o problema se agravou, pois sinto meus  olhos irritados e lacrimejados

VI CONGRESSO INTERNO DA FIOCRUZ

VI CONGRESSO INTERNO DA FIOCRUZ
MOÇÃO DE REPÚDIO A TKCSA EM SOLIDARIEDADE À POPULAÇÃO DE SANTA CRUZ E
PELO DIREITO À SAÚDE
Em 17 de setembro de 2010 foi realizada a Missão de Solidariedade e Investigação de Denúncias em Santa Cruz constituída por técnicos, pesquisadores, legisladores, personalidades e militantes atuantes nas áreas de direitos humanos, meio ambiente e saúde, além de veículos de imprensa. A missão objetivou prestar solidariedade às comunidades de Santa Cruz que vêm sendo diretamente afetadas pelo agravamento da poluição industrial no território, causada pelo início das operações da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), além de coletar informações para subsidiar a elaboração de um dossiê técnico a ser encaminhado a poderes públicos executivos, legislativos e judiciários.
Pesquisadores da Fiocruz estiveram presentes e constataram com os integrantes da missão, dentre eles a deputada alemã no Parlamento Europeu Gabriele Zimmer (GUE/NGL - Esquerda Nórdica Verde) os graves riscos à saúde da população de Santa Cruz, em especial das condições de vulnerabilidade socioambiental das comunidades de baixa renda, localizadas nas áreas contíguas ao complexo siderúrgico, submetidas à poluição atmosférica.
A TKCSA já sofreu ato de infração pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), embargo de parte de obra e multa pelo IBAMA (2007), interdição e embargo pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), é objeto de mais de nove ações civis públicas, de um inquérito no Ministério Público Federal (MPF). Recentemente foi multada em R$1,8 milhão pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA). No Rio de Janeiro e em Santa Cruz a empresa é alvo de diversas manifestações coletivas e de denúncias dos moradores, apesar destes sofrerem ameaças e intimidações. Não obstante, o poder econômico e a influência política do empreendimento conseguem manter a atual violação dos direitos.
O território de Santa Cruz é marcado historicamente pela instalação de grandes complexos industriais baseados em uma matriz energética e em processos produtivos altamente poluidores, a exemplo dos graves impactos socioambientais causados pela falida Ingá Mercantil. A história de violação dos direitos sociais, ambientais, econômicos e culturais se mantém configurando-se em um território de sacrifício caracterizado pela moradia de comunidades de baixa renda, sem infraestrutura, onde se instalam fábricas poluentes que através de seus resíduos, efluentes e emissões resultam na poluição hídrica, atmosférica e edáfica, trazendo impactos ambientais negativos à saúde ambiental.
Nesse sentido, os trabalhadores reunidos no VI Congresso Interno da Fiocruz exigem:
1.             Um   posicionamento   dos   governos   federal,   estadual   e   municipal,   dentro   de   suasincumbências, no sentido de avaliar e interromper imediatamente os processos de poluiçãoambiental causados pela TKCSA;
2.             A constituição de uma equipe intergovernamental e intersetorial, envolvendo os órgãos decontrole ambiental e da saúde, visando ao monitoramento dos agravos à saúde da populaçãoatingida, com a participação dos movimentos sociais no seu direito do exercício do controlesocial;
3.             Acompanhamento do caso pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, AssembléiaLegislativa e Conselho Distrital de Saúde;
4.             A ação integrada das unidades de saúde com a participação da Fiocruz visando estabelecerprotocolos de atendimento à saúde dos moradores em situação de risco de forma a subsidiara produção de informações em saúde, para nortear as ações de vigilância em saúde noterritório;
5.             Medidas de reparação e indenização das ações sofridas pela população local e pelo meioambiente, em se constatando os danos à saúde e os impactos negativos ao meio ambiente;
6.             O direito à ampla informação e devidos esclarecimentos dos fatos ocorridos e das devidasorientações em saúde à população de Santa Cruz.
Pela defesa da saúde pública no Brasil. Somos Todos Santa Cruz! Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2010

quarta-feira, 9 de março de 2011

TKCSA: mais uma obra do PAC desrespeita as leis ambientais. Entrevista especial com Alexandre Pessoa

TKCSA: mais uma obra do PAC desrespeita as leis ambientais. Entrevista especial com Alexandre Pessoa

Por racismoambiental, 24/02/2011 15:20
Maior empreendimento da transnacional alemã ThyssenKrupp no Brasil, a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) faz parte das obras do PAC e produz cerca de cinco milhões de placas de aço por ano para exportação. Mesmo anunciando que o empreendimento gera 3.500 empregos, conforme consta no sítio da empresa, o complexo siderúrgico “não obedece critérios mínimos de proteção ambiental” e desconsidera estudos de efeitos à saúde humana da população de Santa Cruz, Rio de Janeiro. Segundo o pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Alexandre Pessoa, a TKCSA não dispõe de um plano de contingências para evitar eventuais problemas no processo de produção. “O material que sai do ferro, o gusa, é colocado em cavas, em buracos abertos no meio ambiente, o que se configura, inclusive, um descumprimento da legislação de resíduos sólidos”, denuncia.
Na avaliação de Pessoa, o atual padrão de instalação da TKCSA no Brasil “não seria aceito na Alemanha e nos países europeus, como dificilmente uma fábrica dessas poderia ser implementada nos arredores de um bairro de classe média”.
Recentemente o pesquisador visitou Santa Cruz e informa que “pescadores perderam emprego e renda em decorrência das atividades interrompidas por consequência da fábrica”. Exames de saúde realizados pela Fiocruz indicam que a poluição gerada pelo empreendimento pode ser um dos responsáveis por problemas de saúde da população local. “É bom ressaltar que as comunidades de baixa renda locais se localizam muito proximamente à fábrica, diferente de outros empreendimentos de potencial poluidores, que tem um cordão verde de plantação o qual faz, de certa forma, uma barreira para eventuais emissões”, assinala o pesquisador.
Alexandre Pessoa é formado em Engenharia Civil Sanitarista e mestre em Engenharia Ambiental  pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ. Também é pesquisador da Rede Brasileira de Habitação Saudável. Confira a entrevista.

Moradores e Pescadores de Santa Cruz protestam contra TKCSA

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Moradores e Pescadores de Santa Cruz protestam contra TKCSA

Moradores e pescadores de Santa Cruz protestam nesta sexta, dia 25, às 10h contra o funcionamento da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) por conta de sua poluição e destruição.  O protesto que será em frente ao Instituto Estadual de Ambiente (INEA), na Avenida Venezuela, 110 (Praça Mauá) promete levar as principais reivindicações dos moradores do bairro que vem sofrendo com uma série de agressões ao ambiente, como a poeira metálica (foto) lançada na atmosfera pela empresa.

Leia abaixo a nota dos moradores e pescadores de Santa Cruz. E, caso concorde com suas reivindicações,assine aqui a petição pública contra a concessão definitiva de operação da TKCSA.
Nós, moradores e pescadores do entorno da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TK-CSA), estamos sofrendo com os impactos negativos da empresa desde 2006, início da instalação do projeto da ThyssenKrupp e da Vale. Desde então, muitos grupos e organizações vêm denunciando, dentro e fora do Brasil, os crimes socioambientais e as constantes violações de direitos humanos cometidos pela TK-CSA. No início, eram os pescadores artesanais que sofriam com a poluição e contaminação das águas, o desmate do manguezal, a redução e comprometimento da pesca e a privatização dos rios e da Baía. Com a inauguração da TK-CSA, em 18 de junho de 2010, esse universo aumentou, passando a incorporar moradores que pagam com a saúde e qualidade de vida pela fixação da empresa em sua vizinhança. As crianças, os idosos e as mulheres são os que mais sofrem. Além da poluição, as obras da empresa alteraram o sistema de drenagem do entorno da planta elevando a ocorrência de alagamentos, o trem que chega com minério e que passa próximo a muitas residências é fonte de muito ruído e poeira e algumas vias públicas foram fechadas e privatizadas pela empresa, como a antiga estrada que liga Santa Cruz a Itaguaí.
Desde 2006 avanços foram obtidos. Em dezembro passado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou uma ação penal responsabilizando a empresa e dois dos seus diretores (que podem pegar até 19 anos de prisão) por crimes ambientais. No dia 14 de dezembro, o MPRJ e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) determinaram que fosse realizada uma auditoria independente para permitir o funcionamento do segundo alto-forno. Contudo, como a empresa possui poder econômico e político muito grande, dois dias depois, o Governo do Estado e a Secretaria do Ambiente passaram por cima dessa medida e autorizaram o funcionamento da usina. Isso gerou maiores emissões do pó prateado, com ápice no dia 26 de dezembro. Logo após, a TK-CSA declarou, com o consentimento da Secretaria de Ambiente do Rio de Janeiro, que indenizaria 6.000 famílias de Santa Cruz unicamente pelo incômodo de terem tido suas residências sujas no dia 26. A empresa insiste que o único impacto negativo foi a sujeira causada às residências! No dia 5 do corrente mês, o INEA aplicou outra multa na empresa e exigiu a realização de ações de compensações no entorno da usina.

poeira metálica lançada pela TKCSA
A multa e as medidas de compensação são necessárias e uma importante vitória. Contudo, não bastam! Nós, os pescadores e moradores do entorno da empresa, sofremos continuamente com os impactos negativos da TK-CSA. Especialistas da Fiocruz afirmam que o material particulado emitido pode conter elementos que irritam o aparelho respiratório e que podem provocar até câncer. No curto e médio prazos, já se nota o aumento de casos de alergias dermatológicas, respiratórias e oftalmológicas. Não obstante a multa, a compensação dessas famílias é um DIREITO da população e responsabilidade da empresa. A conclusão de que o único dano causado foi a sujeira é infâme e criminosa, pois omite a responsabilidade da TK-CSA e viola direitos. A compensação deve ser por todos os danos causados até o momento: na saúde, no meio ambiente, nas moradias, na qualidade de vida e na negação do direito ao trabalho. Deve também ser estipulada em montante e no seu universo por um órgão independente, como o Ministério Público ou universidades e instituições de pesquisa, não pela própria empresa com interesse em subvalorizar sua responsabilidade. É inadmissível que a empresa, no lugar de compensar os moradores por todos os danos causados, arque somente com a limpeza das residências e com obras de maquiagem como pavimentação e asfaltamento, drenagem de canais, projetos em escolas e construção de unidades de saúde. As obras de infraestrutura pública e de saneamento básico e, principalmente, os serviços de educação e saúde, que são direitos constitucionais, são essenciais e um direito da população da Baía. No entanto, devem ser providos a todos e sem distinção pelo Estado e não pela iniciativa privada. São direitos essenciais a vida digna e, portanto, não podem ficar a mercê das variações do mercado e de ações de marketing das empresas.
Ao mesmo tempo, a escolha da Usiminas para realizar auditoria na TK-CSA implica um alto grau de conflito de interesses e descaracteriza a independência exigida pelo MPRJ. A Usiminas tem a PREVI como detentora de parte do seu capital votante que também é um dos maiores controladores da Vale, sócia da TK-CSA. A Vale, em 2008, detinha inclusive ações da Usiminas.
Exigimos que a licença prévia da usina não seja renovada e que a Licença de Operação definitiva da TK-CSA seja negada. O processo produtivo da empresa e as medidas de prevenção da poluição precisam mudar. Além das claras evidências, a experiência comprova que a usina coloca em risco a saúde e o meio ambiente. A concessão da Licença de Operação será o mais grave CRIME SOCIOAMBIENTAL contra a Baía de Sepetiba. Ela fere e desrespeita o Princípio da Precaução fundamentado na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 31/08/1981).
Adicionalmente, a TK-CSA apresenta padrões de segurança e de contenção da poluição inferiores àqueles exigidos na Alemanha, país-sede de um de seus controladores. Lá, além de cinturões verdes para reduzir a poluição, é exigida a instalação de filtros mais eficientes, não implantados na TK-CSA em Santa Cruz pelo seu elevado custo. Adicionalmente as isenções fiscais de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) precisam ser anuladas, bem como interrompido e cancelado o financiamento público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Por fim, clamamos pela revogação dos planos de investimento e concessões para transformar a Baía de Sepetiba num complexo siderúrgico e portuário. Esse plano representa o fim da categoria de pescadores artesanais, tão numerosos na Baía, e a transformação dela num lugar incompatível com a saúde e qualidade de vida de seus moradores. Constitui também desrespeito à Constituição Federal Brasileira (artigo 225, § 1º, inciso IV) que garante a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Recai sobre o Poder Público a responsabilidade maior. O Estado deve ser responsável por garantir o direito à ampla informação, os devidos esclarecimentos e prestar assistência aos grupos da Baía, bem como cuidar para que o interesse público seja prioritário. No lugar de projetos industriais de cima para baixo, nós, moradores e pescadores da Baía de Sepetiba, necessitamos e demandamos políticas públicas de geração de emprego, saúde, educação, segurança e lazer que ampliem nossa qualidade de vida e que assegurem a sustentabilidade social e ambiental da Baía de Sepetiba, hoje e no futuro

segunda-feira, 7 de março de 2011

03/12/2010 14:15

Promotores do MPRJ denunciam Companhia Siderúrgica do Atlântico por crimes ambientais

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou por crimes ambientais a Thyssenkrupp CSA Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), o diretor de projetos da companhia, Friedrich-Wilhelm Schaefer, e o Gerente Ambiental Álvaro Francisco Barata Boechat. As penas podem ultrapassar 19 anos de reclusão para cada um dos dirigentes. A ação, ajuizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), demonstra que, desde junho de 2010, a TKCSA vem gerando poluição atmosférica em níveis capazes de provocar danos à saúde humana, afetando principalmente a comunidade vizinha da usina, em Santa Cruz.

"Uma usina siderúrgica do porte da CSA, construída em pleno ano 2010, não pode deixar de adotar tecnologia de controle adequada, capaz de prever e captar qualquer emissão de poluentes atmosféricos ou hídricos. O referencial precisa ser outro e pautado no respeito à legalidade e às determinações do órgão ambiental", diz o Promotor de Justiça Daniel Lima Ribeiro, Coordenador do GATE-Ambiental. Caso condenada, a empresa pode ser punida também com multa, suspensão total ou parcial de atividades e interdição temporária de direitos, como proibic
̧ão de contratar com o Poder Público, receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios e participar de licitações, pelo prazo de cinco anos.

As investigações do MPRJ começaram após o recebimento de denúncias sobre irregularidades ambientais e suposta atuação de uma milícia fazendo a segurança privada da TKCSA. Esta última informação, ainda sob investigação pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE), levou o GAECO a participar das investigações.

A apuração dos crimes ambientais foi feita conjuntamente por diversos órgãos do MPRJ: Coordenação de Meio Ambiente do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE), Coordenação de Meio Ambiente do 6o Centro de Apoio Operacional (CAOp) às Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva, 3a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Capital e 2a Promotoria de Justiça junto à 2ª Vara Criminal de Santa Cruz.

Quatro crimes ambientais

De acordo com a ação penal, ajuizada na 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, o empreendimento e os executivos cometeram quatro crimes ambientais, alguns de forma reiterada. O principal deles consistiu no derramamento de ferro-gusa - usualmente destinado à unidade de aciaria - em poços ao ar livre, sem qualquer controle de emissões. Em contato com o solo, o ferro-gusa resultante do derretimento do minério de ferro e recém-saído do alto-forno provoca a emissão de toneladas de material particulado, podendo causar doenças de pele, irritação de mucosas e problemas respiratórios.

A ação menciona vistorias e relatórios do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que revelaram que a TKCSA anteviu como rotineiro o procedimento de verter o gusa em poços abertos, o que nunca foi autorizado pelo órgão da forma e na intensidade como foi realizado. Os relatórios e projetos apresentados previam a absorção por uma máquina de lingotamento do total do ferro não aproveitado durante os primeiros dias de funcionamento da aciaria.

Entretanto, a TKCSA e seus dirigentes omitiram a existência dos poços, subdimensionaram e retiraram o sistema de captação de emissões da máquina de lingotamento e deixaram de adotar medidas de precaução determinadas pelo INEA para evitar a continuidade e o agravamento dos danos ambientais. A TKCSA e seus dirigentes também deixaram de cumprir a obrigação legal de comunicar ao INEA alterações fundamentais do projeto, como a operação rotineira dos poços e a retirada da coifa de captação da máquina de lingotamento do ferro-gusa.

Aumento de 600% na concentração de ferro

Ao agir deste modo, os réus cometeram quatro crimes previstos na Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais): causar poluição em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana; instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes; deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental; e apresentar, no licenciamento, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso.

A denúncia foi complementada por diversos relatórios técnicos do INEA, além de um estudo realizado pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), atestando aumento de 600% na concentração média de ferro na área de influência da TKCSA em relação ao período anterior ao início da pré-operação. O estudo também aponta violação ao padrão primário para partículas totais em suspensão, ou seja, nível máximo legal tolerável para a concentração de poluente atmosférico, acima do qual a saúde da população pode ser afetada.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

INEA CONCLUI ESTUDO EM SANTA CRUZ

A Diretoria de Informação e Monitoramento Ambiental, através da Gerência de Qualidade do Ar realizou um estudo socioambiental nas comunidades situadas no entorno da Companhia Siderúrgica do Atlântico, em Santa Cruz com o objetivo de verificar a percepção dos moradores quanto à qualidade do ar na região.

O planejamento das ações contou com a realização de reuniões com a Companhia Siderúrgica do Atlântico, Unidades de Saúde locais e Associações de Moradores visando o conhecimento da realidade local e o planejamento do trabalho de campo. Foi preparado um formulário de perguntas para as entrevistas a serem realizadas nas comunidades.

Cerca de 40 agentes comunitários de saúde sob a coordenação técnica da GEAR realizaram visitas domiciliares em 20 comunidades da área, nos dias 17/12/2010, 28/12/2010 e 06/01/2011 totalizando 411 moradores entrevistados. Os trabalhos contaram também com a colaboração da equipe da Gerência de Educação Ambiental.

O resultado do estudo demonstrou que 86,8% dos entrevistados não consideram de boa qualidade o ar que respiram na região, 71,0% disseram que o ar em suas residências está com poeira, 85,6% observou que o ar apresentou estas características recentemente, 43,4% responderam que a origem deste incômodo é da CSA, 86,2% responderam que este incômodo afeta seu bem estar e 81,0% afirmaram que a poluição prejudica a saúde principalmente de crianças, idosos e pessoas que já apresentavam algum tipo de alergia.

Os dados do estudo estão disponibilizados na GEAR através do tel 23349607 com a Rosane, responsável técnica pelo estudo.

domingo, 6 de março de 2011

Ambiente não dará licença definitiva enquanto CSA não cumprir exigências
Por Ascom da Secretaria do Ambiente
Ao receber nesta sexta-feira (25/2) comissão formada por representantes de moradores e pescadores de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, que participaram de protesto contra a instalação de unidade da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) na região, a superintendente de Relações Institucionais da Secretaria do Ambiente, Denise Lobato, reiterou a posição do secretário Carlos Minc.

A Secretaria do Ambiente não concederá licença operacional definitiva enquanto a CSA não cumprir todas as exigências ambientais impostas pelo governo. O grupo, que fez protesto em frente à sede da Secretaria do Ambiente, no centro do Rio, também reivindicou uma reunião, agendada para março, com Minc e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, para tratar do assunto.

Antes de ser recebida por Denise Lobato e outros assessores graduados da Secretaria do Ambiente e do Inea, a comissão protocolou junto à Secretaria um documento em que moradores de Santa Cruz pedem mais esclarecimentos sobre o que foi exigido da CSA para a concessão da licença prévia.

Moradores da região denunciam que vêm sofrendo com a poluição causada pela companhia por emissões poluentes, com o aumento de casos de doenças respiratórias e de pele, e que pescadores tiveram a pesca reduzida.

Em função das denúncias, o secretário do Ambiente anunciou em janeiro uma série de medidas punitivas contra a empresa por poluir o ar, pela segunda vez, em menos de seis meses, causando transtornos a moradores de Santa Cruz.

Além de multa de R$ 2,8 milhões, a CSA será obrigada a pagar uma compensação indenizatória de R$ 14 milhões, a ser aplicada em obras de melhoria da qualidade de vida dos moradores.

A companhia também está passando por auditoria ambiental, iniciada em janeiro, e será obrigada a instalar, em suas dependências, câmeras ligadas diretamente ao Centro Operacional do Inea para fins de monitoramento da qualidade ambiental do seu processo produtivo.

Em janeiro, Minc anunciou a posição do governo estadual – reiterada hoje para a comissão de moradores: enquanto não houver a aprovação ambiental das autoridades, não será concedida a licença de operação à CSA.

A compensação indenizatória será aplicada da seguinte maneira: dragagem do Canal de São Fernando e drenagem da comunidade onde vivem 750 famílias, no valor de R$ 1 milhão, a serem executadas pelo Inea; pavimentação e asfaltamento de ruas das comunidades da região, no valor de R$ 2 milhões, executadas pela Prefeitura do Rio; construção, também pela prefeitura, de uma Clínica da Família para a comunidade, no valor de R$ 4 milhões; e construção de um Centro de Referência para Tratamento de Hipertensão e Diabetes, de 2.500 m2, pela Secretaria de Estado de Saúde e de Defesa Civil, no valor de R$ 7 milhões.

sábado, 5 de março de 2011

Manifestantes protestam no Centro contra siderúrgica em Santa Cruz


Simone Candida
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RIO - Cerca de cem pessoas, entre moradores de Santa Cruz, pescadores e estudantes da Escola Politécnica da Fiocruz, fizeram um protesto em frente ao prédio da Secretaria Estadual do Ambiente (Inea), na Avenida Venezuela, no Centro, contra a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA). Segundo os manifestantes, desde a instalação da empresa, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, moradores vêm sofrendo com a poluição. No mesmo dia, o vereador Paulo Messina (PV) e a deputada estadual Lucinha (PSDB) anunciaram conjuntamente na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa uma Comissão Especial para apurar as irregularidades ambientais cometidas pela siderúrgica.
Em 2010, Messina conseguiu aprovar uma emenda na Câmara obrigando a empresa a tomar medidas mitigadoras para a sua operação no Município antes que a Casa aprovasse mais cinco anos de isenção de ISS sem qualquer contrapartida. A comissão busca avaliar os danos ao meio ambiente e à saúde decorrentes da operação da siderúrgica e, além disso, fiscalizar o cumprimento das contrapartidas exigidas em lei.
De acordo com os manifestantes, há vários casos de doenças respiratórias, e os pescadores da Baía de Sepetiba tiveram a pesca reduzida. Para denunciar o problema, manifestantes estão usando máscaras. Além disso, a siderúrgica teria invadido uma área de preservação ambiental, destruindo o manguezal.
A ThyssenKrupp CSA informou, por meio de comunicado, que se comprometeu com cumprimento de todas as exigências ambientais reconhecidas internacionalmente como as mais avançadas durante o processo de licenciamento do complexo

TKCSA Polui o B

Á Baia Pede Socorro



Ambientalistas se mobilizam para denunciar no Brasil e no exterior poluição da CSA



 

Grupo de ambientalistas está se mobilizando para denunciar para autoridades no Brasil e no exterior irregularidades ambientais cometidas pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada em Santa Cruz, investimento do grupo alemão ThyssenKrupp e da Vale do Rio Doce. Neste fim de semana, pela segunda vez no ano, a empresa foi multada pela Secretaria do Ambiente por ter lançado poluição sobre a população de comunidades próximas, em Santa Cruz.
"Estamos preparando laudos e muita documentação que ajudem a comprovar os danos à saude dos moradores e ao meio ambiente", informou a bióloga Mônica Lima, integrante do Comitê Bacia de Sepetiba e Praia do Socorro. Ela integra grupo multidisciplinar de especialistas que está acompanhando de perto o impacto da siderúrgica na Zona Oeste, desde o início de sua implantação.
A meta é entregar o dossiê não só para autoridades brasieiras, mas também para representantes da Alemanha, onde fica a sede da Thyssen Krupp e para sócios e acionistas da Vale em vários países. "A notícia sobre a poluição já chegou lá fora, mas queremos mostrar exatamente como está sendo feito este investimento", disse a bióloga Mônica Lima.
Segundo ela, documentos para órgãos ambientais e acionistas alemães não mostravam como a fábrica está próxima de comunidades que já estão ali há anos. "Eles indicavam que não havia moradores próximos", afirma Mônica.
Os laudos médicos do impacto da poluição na saúde dos moradores estão sendo feitos por especialistas da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e do Hospital Pedro Ernesto, da UERJ.
Mônica Lima não mora na Zona Oeste, mas frequenta muito a região por causa da militância ambiental. Foi uma das atingidas pela poluição, em agosto. "Senti os olhos arderem e precisei ser atendida com falta de ar e alergia", conta.
Com a população próxima também sofrendo os efeitos da fuligem acinzentada que foi expelida em pleno Natal das chaminés da CSA, ela teme que o hospital estadual mais próximo, o já sobrecarregado Pedro II, não tenha condições de atender tantos casos de atingidos. "Será preciso reforçar e aparelhar melhor o Hospital para poder dar tratamento digno para estas pessoas", recomenda a bióloga
Fonte: Plurale em site