Brasília - A polêmica em torno da indicação do deputado Pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Diretos Humanos e Minorias
(CDHM) da Câmara provocou hoje (6) o adiamento da eleição da mesa diretora da
CDHM para os próximos dois anos. A escolha depende agora de resposta da Mesa
Diretora da Casa a uma questão de ordem encaminhada pelo presidente da comissão,
deputado Domingos Dutra (PT-MA), a respeito da legalidade da indicação do PSC.
Nova tentativa de votação deve ocorrer na próxima terça-feira (12)
Durante a sessão, manifestantes defensores dos direitos dos homossexuais e
dos negros lotaram a sala da comissão e pressionaram os membros do colegiado
para votar contra a indicação do Pastor Marco Feliciano. Ele é criticado por ter
feito declarações ofensivas aos homossexuais e aos negros em redes sociais.
O líder do PSC, deputado André Moura (SE), responsável pela indicação de
Feliciano, disse que estão fazendo prejulgamento. “Não podemos fazer um
julgamento antecipado daquele que definimos com o apoio de toda bancada”.
Deputados do PT e do PSOL apresentaram questões de ordem questionando a
legalidade da indicação do pastor. Eles argumentaram que, devido às declarações
públicas contrárias às minorias, Feliciano não poderia assumir a presidência do
colegiado. “Essa é uma comissão da tolerância. Se insistirmos em uma determinada
linha, a situação vai se complicar ainda mais. A indicação do Pastor Marcos
Feliciano é uma radicalização inaceitável”, disse o líder do PSOL, Ivan Valente
(SP).
“É uma provocação e uma irresponsabilidade do PSC. A solução para o impasse
seria o partido indicar outro nome. Nosso problema não ocorrer por ele ser
pastor, mas sim homofóbico e racista”, disse o deputado Jean Wyllys
(PSOL-RJ)
O deputado Henrique Afonso (PV-AC) disse que a polêmica não é em torno da
indicação do PSC, mas pela disputa ideológica. “A questão não é o nome do Pastor
Marcos Feliciano, mas discussão em torno da uma visão de mundo”.
A escolha das presidências das 21 comissões temáticas da Câmara é feita pelos
líderes partidários de acordo com o tamanho das bancadas na Casa. Conforme uma
ordem estabelecida pelos líderes, os partidos fazem a escolha das comissões.
Coube ao PSC a 18ª escolha e o líder optou pela Comissão de Direitos Humanos e
Minorias.
Fonte:Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário