BRASÍLIA — O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), convocou reunião da bancada para esta terça-feira, para reabrir a discussão sobre a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, segundo informou sua assessoria. Informação divulgada pela assessoria do líder, nesta segunda-feira à noite, diz que as manifestações de setores da sociedade brasileira insatisfeitos com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) levaram à convocação de uma reunião da bancada. O texto diz que há "repercussões negativas em todo o país que não devem ser desconsideradas pelo partido
O líder do PSC também lamentou a repercussão, classificando como "estranha a reação de grupos ligados a partidos políticos da própria base do governo, através das redes sociais e de manifestações de rua, que agora tentam impedir a permanência do deputado Feliciano no cargo".
A discussão na bancada promete ser polêmica, pois não há disposição por parte do comando do PSC de voltar atrás. O vice-presidente nacional do partido, Everaldo Pereira, por exemplo, garante que este assunto está encerrado e que o partido manterá Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos.
O GLOBO tentou contatos com o líder André Moura e com o deputado Marco Feliciano, mas não obteve retorno até momento.
Feliciano reage a protestos
O deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP) reagiu nesta segunda-feira, durante culto em sua igreja, o Tempo do Avivamento, em Ribeirão Preto, aos protestos por causa de sua escolha para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O parlamentar disse que os manifestantes desrespeitam o artigo 5 da Constituição, que trata da liberdade de culto.
- O que acontece nestes dias é uma luta inédita. Pela primeira vez na história do Brasil um pastor sofre tanta perseguição como estou sofrendo - disse o Feliciano - Querem perseguir um homem por expressar a sua fé.- prosseguiu.
O deputado-pastor citou a manifestação ocorrida no domingo em Franca como exemplo de intolerância.
- O artigo 5 da constituição Federal, ao qual os ativistas tanto lutam para seja cumprido, que é o direito de todo ser humano, no nosso caso não pode ser respeitado. Porque no artigo 5 diz que todo cidadão tem direito ao seu culto.
De acordo com o parlamentar, as manifestações contra ele são uma antecipação da entrada em vigor do projeto de lei que criminaliza a homofobia, em tramitação no Congresso.
- Estou sofrendo o que todos vão sofrer quando o PL (projeto de lei) for aprovado. Nenhum das senhores, nenhuma das senhoras vão ter a livre expressão. Não vão poder pensar, pelo menos não acerca desses assuntos (criticas a praticas homossexuais).
Feliciano pretendia transformar o culto em um ato de desagravo e convocou líderes de outras igrejas e até católicos para discutirem a batalha contra a família brasileira travada, segundo ele, por movimentos gays. Durante a celebração, deputado pediu que os pastores presentes se levantassem e disse que cerca de 30 lideranças estavam lá.
Ao final do culto, para evitar os manifestantes, Feliciano deixou o templo por uma saída lateral.
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