terça-feira, 3 de junho de 2014

Na Ilha do Governador, moradores não se animam com BRT Transcarioca

Para eles, novo sistema não vai resolver um dos maiores problemas do bairro: o transporte precário



Ponte estaiada do BRT mudou a paisagem na entrada da Ilha, mas sistema não animou moradores Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo (12/05/2014)
Ponte estaiada do BRT mudou a paisagem na entrada da Ilha, mas sistema não animou moradores - Custódio Coimbra / Agência O Globo (12/05/2014)


RIO — A inauguração do Transcarioca já trouxe mudanças para o visual da Ilha do Governador. Mas os moradores do bairro não acreditam que a via possa ajudar a resolver um dos maiores problemas da região: a precariedade do transporte público. A população de 212 mil habitantes conta com 29 linhas de ônibus e uma de barca (Cocotá-Praça Quinze), mas não é difícil encontrar reclamações sobre os serviços. Quem usa automóvel, por sua vez, diz que o trânsito só vem piorando, já que a Estrada do Galeão, principal porta de entrada do bairro, sofre com o aumento do número de carros.

— A inauguração do BRT, infelizmente, não vai resolver o nosso problema. Só vai servir aos turistas que usam o aeroporto. O ideal seria que ele fosse para dentro da Ilha — diz Melquíades Chagas Martins, presidente da Federação das Associações de Moradores da Ilha do Governador.
Para os moradores, BRT só vai atender aos turistas que usarem o Aeroporto Tom Jobim - Márcia Foletto / Agência O Globo (12/05/2014)
Mas a expansão do BRT Trancarioca para dentro da Ilha não está nos planos da prefeitura a curto prazo.
— Neste momento, a previsão é fazer a implantação das linhas alimentadoras dos BRTs que já estão planejadas, além de concluir os projetos do Transolímpico e do Transbrasil. Existem planos para levar o BRT para dentro da Ilha, mas não há prazo para isso acontecer — informa o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão.
Um efeito do BRT já pode ser constatado: o novo corredor de ônibus, somado à futura instalação de uma UPP na Maré, já está valorizando os imóveis da região. Segundo o Sindicato da Habitação (Secovi Rio), entre fevereiro e março deste ano, o valor do metro quadrado de imóveis usados na Ilha já subiu 2,29%. Entre março de 2013 e março de 2014, o bairro foi o segundo da capital a apresentar maior índice de variação do metro quadrado (19,39%), perdendo apenas para Botafogo (20,38).

Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário