Reunião entre sindicato e representantes da concessionária termina sem acordo. Categoria faz assembleia hoje para decidir se começa greve a partir de amanhã
Rio - A falta de uma contraproposta pode deixar 850 mil cariocas sem metrô a partir de amanhã. Uma reunião feita ontem entre o Sindicato dos Metroviários (Simerj) e a concessionária terminou sem acordo para reajustar os salários dos empregados. Assembleia marcada para hoje às 18h decidirá se a categoria começa a paralisação por tempo indeterminado.
Os metroviários reivindicam 15% de correção, referentes às perdas com a inflação no período de 1º de maio de 2013 a 30 de abril deste ano. O mesmo percentual vale para a cesta-básica e o tíquete-alimentação. O Metrô Rio informou apenas que as negociações com a categoria estão em andamento, sem anunciar contraproposta.
O impasse na discussão gira em torno da alegação da concessionária de que não há recursos para dar o reajuste pedido. Os sindicalistas, por outro lado, afirmam que a empresa é lucrativa.
“Apresentamos nossa proposta. A companhia disse que não poderia atender às reivindicações, mas também não apresentou nada”, disse o presidente do sindicato, Heber Fernandes da Silva.
O Simerj não fez estimativa da adesão de funcionários do Metrô, mas informou que os empregados da área de operações (bilhetagem, manutenção, segurança e condução) da concessionária apoiariam a greve.
O sindicato divulgou ontem em seu site carta aberta à população para informar os motivos da greve e a reivindicação feita pela categoria. Na mensagem, são relatadas uma série de alegações do Metrô Rio, como não querer negociar com a categoria, cuja tentativa começou no mês passado.
“O Metrô Rio bate recorde diário de passageiros. A média era de 650 mil por dia, está aumentando para 850 mil usuários por dia. A receita deles só aumenta. Além disso, eles recebem subsídio do governo”, disse o sindicalista Antônio Luis.
Paralisação de vigilantes
Os vigilantes do Município do Rio vão fazer uma assembleia hoje pela manhã para decidir os rumos da paralisação, que começou dia 24 de abril e ainda não avançou nas últimas reuniões entre o sindicato da categoria (SindVigRio) e o patronal (Sindesp).
Também hoje, a Comissão Especial do Piso Salarial de Vigilantes da Câmara dos Deputados debaterá o salário da categoria.
Os vigilantes pedem 10% de reajuste salarial e R$ 20 de tíquete-refeição. O sindicato das empresas apresentou contraproposta de 8% e R$ 13 no tíquete.
Também não avançou a contratação de 1.200 vigilantes que atuariam no Maracanã. A empresa Sunset, venceu licitação da Fifa, oferecendo R$ 12,50 por hora trabalhada, enquanto o SindVigRio propôs um valor de R$ 15.
O Ministério Público do Trabalho recomendou às companhias de segurança que durante a greve dos vigilantes não poderia haver dispensas e nem dias contados dos grevistas. O dissídio da categoria será julgado no Tribunal Regional do Trabalho em data ainda a ser definida.
Fonte: O Dia
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