Rio de Janeiro - A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)
aprovou, em votação feita hoje (20), o Projeto de Lei 1.877/12, de autoria do
deputado André Ceciliano (PT), que institui cobrança de taxa sobre os barris de
petróleo produzidos no estado e que poderá servir de compensação financeira para
o governo fluminense no caso do Congresso Nacional derrubar os vetos da presidenta Dilma Rousseff a artigos da lei dos
royalties do petróleo.
O projeto parcialmente vetado pela presidenta muda as regras de distribuição
de royalties do petróleo no Brasil e previa alteração nos contratos de
concessão já licitados, um dos itens vetados por Dilma. Rio de Janeiro, São
Paulo e Espírito Santo são os estados que concentram a maior produção de
petróleo do país.
O projeto de lei institui uma taxa no valor de quatro unidades fiscais de
Referência (Ufir-RJ), hoje equivalente a R$ 9, que incidiria sobre o barril de
petróleo produzido no estado. De acordo com cálculos do deputado André
Ceciliano, o tributo poderá render ao estado do Rio R$ 6,9 bilhões por ano. As
perdas com os royalties para o estado, se os vetos forem derrubados
pelo Congresso, são estimados em R$ 77 bilhões até 2020, segundo o governo do Rio de
Janeiro.
O parlamentar admitiu que a cobrança da taxa seria uma alternativa para o
caso de o Congresso Nacional derrubar o veto da presidenta Dilma Roussef ao
projeto que altera as regras da distribuição dos royalties e
participações especiais, o que implicará em perdas para os estados
produtores.
“É uma taxa que visa a fiscalizar a produção. É a única forma do estado do
Rio de Janeiro taxar essa atividade, já que não temos direito ao ICMS [Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] do petróleo aqui produzido. Ela vem
garantir uma receita de cerca de R$ 7 bilhões para o estado no ano de 2013”,
explicou.
O projeto foi aprovado com uma emenda - assinada conjuntamente por Ceciliano
e pelos deputados Luiz Paulo (PSDB) e Clarissa Garotinho (PR) - que embute as
regras de distribuição dos recursos entre o estado e os municípios fluminenses.
O projeto será encaminhado ao governador Sérgio Cabral, que terá 15 dias úteis
para sancionar ou vetar o texto.
O volume de recursos seria significativamente superior à receita atual do
estado com o recolhimento dos royalties, que hoje é cerca de R$ 3,4
bilhões/ano. O parlamentar explicou que a taxa incidirá também sobre a unidade
de gás extraído em solo fluminense.
Ceciliano disse que o tributo, chamado Taxa de Controle, Monitoramento e
Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de
Petróleo e Gás (TFPG), tem como objetivo viabilizar a regulamentação do poder de
polícia conferido aos estados produtores sobre as atividades citadas e que será
exercido pela Secretaria de Estado de Ambiente.
Segundo o deputado, iniciativas semelhantes foram implementadas com sucesso
nos estados de Minas Gerais e do Pará, “onde a maior mineradora do país
questionou judicialmente a constitucionalidade da taxa, mas perdeu a contestação
na Justiça”, disse, em referência à Vale.
Fonte: Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
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