Brasília – A decisão do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, de
renunciar instaurou um clima de instabilidade política e econômica no país. O
ex-primeiro Silvio Berlusconi, que é alvo de uma série de denúncias, disse que
quer voltar ao governo, enquanto a Bolsa de Valores de Milão sofreu baixa ontem
(10). A legislação italiana determina que haja uma nova eleição em até 70 dias
após a renúncia do governo. O novo pleito já estava previsto para ocorrer até
abril de 2013.
Monti deixa o governo por não dispor de apoio político no Parlamento
italiano, depois de aprovar medidas de austeridade, como reformas trabalhistas.
A renúncia provocou queda de 2,3% na Bolsa de Valores de Milão e aumentou a
análise sobre o risco país da Itália em mais 33 pontos – fechando em 365
pontos.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse estar preocupado com
a incerteza política na Itália, considerando as mudanças no cenário político
como uma ameaça à estabilidade da Europa. Segundo ele, Monti conseguiu
conquistar o equilíbrio no país.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, destacou a
importância das medidas de austeridade adotadas por Monti. Segundo ele, nas
próximas eleições, os italianos devem observar as propostas e não se deixar
levar por ilusões.
Em novembro de 2011, Monti foi indicado para liderar o governo, substituindo
Berlusconi após temores de que a Itália fosse precisar de um resgate financeiro
nos moldes do que ocorreu com a Grécia. Monti disse que tentará conseguir a
aprovação de uma legislação de estabilidade orçamentária e financeira antes de
deixar o cargo.
Em nota divulgada pelo gabinete do presidente da Itália, Giorgio Napolitano,
o governo diz que, se a lei de orçamento for aprovada "rapidamente", Monti vai
renunciar imediatamente. "[Monti] não acredita ser possível continuar o seu
mandato e consequentemente deixou clara sua intenção de renunciar", diz o
comunicado.
*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay e da
BBC
Brasil
Fonte: Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
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