RIO — No segundo dia de proibição de vans e kombis em 11 bairros da Zona Sul, passageiros reclamavam da demora dos coletivos nos pontos de ônibus próximos à Rocinha, que ficaram lotados. Depois dos transtornos provocados pela decisão, a prefeitura havia determinado que os consórcios operadores do sistema de ônibus urbanos aumentassem as linhas em até 80% a partir desta terça-feira. Na tarde de segunda, foi pedido reforço de 10% a 20% na frota. No entanto, a terapeuta Bruna Carvalho disse ter ficado 40 minutos esperando um ônibus para o Recreio na segunda-feira. Ela estava preocupada em ficar o mesmo tempo aguardando o transporte pelo segundo dia seguido.
— De van saía direto daqui da Rocinha para trabalhar no Recreio. Levava 30 minutos. O ônibus demora muito e preciso carregar uma bolsa pesada por conta do meu trabalho e quando o ônibus passa já chega aqui cheio. Uma solução que posso tentar é pegar dois ônibus: um até a Barra e outro até o Recreio — reclamou.
O assistente social Nelson Felix também percebeu os pontos próximo ao Largo da Macumba (onde param ônibus para a Barra e Recreio) mais cheios nesta terça-feira. — De van saía direto daqui da Rocinha para trabalhar no Recreio. Levava 30 minutos. O ônibus demora muito e preciso carregar uma bolsa pesada por conta do meu trabalho e quando o ônibus passa já chega aqui cheio. Uma solução que posso tentar é pegar dois ônibus: um até a Barra e outro até o Recreio — reclamou.
— Deveriam aumentar a fiscalização para coibir irregularidades, em vez de cortar o transporte e prejudicar passageiros — questionou Nelson.
Enquanto isso, em direção à Zona Sul, mesmo sem manifestações pela manhã, um grande engarrafamento se formou na pista lateral da Autoestrada Lagoa-Barra, no trecho próximo ao Centro Esportivo da Rocinha. O congestionamento é provocado por uma enorme fila de ônibus que se forma toda vez que o sinal fecha.
As duas linhas de vans autorizadas a circular na Rocinha voltaram a rodar dentro da comunidade. Na tarde desta terça-feira, está prevista uma nova manifestação dos motoristas de van, a partir das 14h, em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia. De acordo com o diretor jurídico do Sindivans Rio, Guilherme Biserra, representantes do grupo devem ser recebidos pela Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Alternativo da Câmara Municipal, liderada pelo vereador Márcio Garcia (PR).
Já a manifestação de taxistas que estava prevista para esta manhã foi adiada. Segundo André de Oliveira, líder do movimento "Taxinforme" a decisão do adiamento aconteceu para não prejudicar o trânsito em um dia em que já existe manifestação de vans. A categoria marcou uma nova assembléia para quinta-feira.
Primeiro dia con vans proibidas foi de caos na Zona Sul
O primeiro dia de proibição da circulação de vans na Zona Sul do Rio provocou uma série de transtornos no trânsito da cidade. Além disso, um protesto de motoristas de vans congestionou ainda mais o tráfego na região. Cerca de 100 profissionais de três cooperativas — que atendem as comunidades do Vidigal e da Rocinha — realizaram uma passeata da Rocinha até Botafogo, passando pelo Leblon, Ipanema e Copacabana. O objetivo era chegar ao prédio da Secretaria municipal de Transportes, na Rua Dona Mariana, em Botafogo. A manifestação acabou bloqueando a via, que foi liberada às 15h20m, quando o protesto terminou. Os manifestantes carregavam faixas criticando a decisão do prefeito Eduardo Paes de proibir a circulação desses veículos na Zona Sul. Devido ao protesto, o trânsito na orla ficou congestionado. Por toda a manhã, motoristas enfrentaram congestionamento da Zona Sul à Barra, na Zona Oeste.
Nesta segunda-feira, foram montados 24 bloqueios nos acessos à Zona Sul para fazer valer o decreto do prefeito Eduardo Paes que proíbe a circulação de vans em 11 bairros da região. O transporte está vetado nos bairros de Botafogo, Humaitá, Urca, Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea e São Conrado. O presidente do Sindicato das Cooperativas de Transportes Coletivos do Rio, Hélio Ricardo Souza, disse na manhã desta segunda-feira que os advogados da entidade vão entrar com um mandado de segurança que será entregue ao Ministério Público. O documento tem como objetivo derrubar o decreto do prefeito que proíbe a circulação de vans na Zona Sul.
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