RIO — Atendendo aos pedidos dos moradores do condomínio Volta Grande IV, contaminado por resíduos da Companhia Siderúrgica Nacional, o prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto (PMDB), se reuniu nesta sexta-feira, com a comissão que esteve na quinta com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, no Rio. O objetivo foi passar o que ficou decidido em comum acordo entre eles e os órgãos ambientais. O prefeito confirmou que na próxima quinta-feira, às 13h, uma reunião de trabalho entre técnicos da Fiocruz e a Secretaria de Saúde que será realizada na cidade do Sul Fluminense. Ainda de acordo com Neto, a secretaria de saúde já está realizando levantamentos para facilitar o processo.
A ideia segundo a secretária de Saúde, Suely Pinto, é que os técnicos deem a direção para a realização dos exames nos moradores, já que atualmente não existe um especialista nesta área no município.
Todos os trabalhos vão ser definidos pela Fiocruz, já que em Volta Redonda não tem esse especialista em toxicologia. Mas a secretaria de Saúde irá trabalhar em cooperação com eles. A gente quer que eles deem o caminho para juntos podermos realizar exames com uma profundidade muito maior do os que foram feitos até hoje — disse o prefeito.A ideia segundo a secretária de Saúde, Suely Pinto, é que os técnicos deem a direção para a realização dos exames nos moradores, já que atualmente não existe um especialista nesta área no município.
CSN recebe multa de R$ 35 milhões
Na segunda-feira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi multada em R$ 35 milhões pela contaminação do terreno ocupado pelo condomínio Volta Grande IV. A área, de 10 mil metros quadrados, está poluída por substâncias químicas cancerígenas. A decisão foi anunciada pela Secretaria estadual do Ambiente. O valor da multa, no entanto, pode chegar a R$ 50 milhões. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, explicou que a punição não chegou ao valor máximo porque ainda não foi comprovada por laudo a contaminação das famílias. Segundo Minc, assim que uma família apresentar a comprovação de contaminação, o valor da multa será revisto.
Além da multa, o Ígnea estabeleceu 22 medidas complementares que a CSN terá que cumprir. Foi dado o prazo de sete dias para a companhia apresentar e iniciar um plano de análise da saúde dos moradores da região. Além disso, a CSN terá15 dias para elaborar um plano de realocação das 220 famílias. Em 30 dias, a CSN também deverá apresentar um plano de descontaminação tanto do solo quanto do lençol freático.
A CSN se defende dizendo que o relatório de uma empresa de consultoria americana afasta qualquer risco de contaminação para os moradores. De acordo com nota divulgada à imprensa, o estudo é “taxativo” quanto à inexistência de perigos à saúde dessas pessoas. No bairro, que segundo o governo estadual tem parte do solo contaminada por produtos químicos da siderúrgica, vivem cerca de 2.200 moradores.
Ainda de acordo com a CSN, a licença ambiental para a construção das casas no condomínio foi concedida pela antiga Feema, atual Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Por esse motivo, o juiz da 3ª Vara Cível de Volta Redonda, Cláudio Gonçalves Alves, pede, no processo decorrente da ação civil pública impetrada pelo Ministério Público estadual, a inclusão do Inea entre os réus.
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