Rio de Janeiro - A Secretaria de Ambiente (SEA) do Rio aprovou um programa de
recuperação ambiental das lagoas da Barra da Tijuca, na zona oeste da capital. O
processo de recuperação inclui a dragagem de cerca de 5 metros cúbicos de
sedimentos do sistema lagunar da região, que atinge os canais de Marapendi e
Joatinga, além das lagoas de Camorim, da Tijuca, de Marapendi e de Jacarepaguá.
O projeto integra as ações para as Olimpíadas de 2016.
As obras devem começar em fevereiro de 2013. A emissão da licença ambiental e
licitação ocorrerá até o fim deste ano. O programa de recuperação está calculado
em R$ 602 milhões e integra o Caderno de Encargos das Olimpíadas de 2016. A
iniciativa do governo fluminense conta com o apoio de mais de 150 pessoas,
ligadas aos grupos de ambientalistas, à sociedade civil, à Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) e às empresas privadas.
O programa é parte de uma série de iniciativas desenvolvidas pela prefeitura
e pelo governo estadual para o saneamento dos bairros de Jacarepaguá, do Recreio
dos Bandeirantes e da Barra da Tijuca. Pelos dados do governo do Rio, foram
investidos R$ 650 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental em uma
Estação de Tratamento de Esgoto.
A previsão é que mais R$ 600 milhões estarão assegurados para a conclusão do
saneamento da região até 2014. As obras serão conduzidas pela Companhia Estadual
de Águas e Esgotos. O secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o
esforço do programa é atender às reivindicações dos moradores.
“Nós creditamos a realização desse programa à persistência e à teimosia, no
bom sentido, de muitos que lá estavam e a outros, ao longo de tantos anos, para
que isso pudesse realmente acontecer”, disse ele.
Minc acrescentou que a ideia é transformar a região das lagoas da Barra da
Tijuca em uma espécie de “Cancun carioca”: "[A ideia é ter no local espaços
para] navegação, estações para barcas, esportes náuticos, restaurantes, pesca,
projetos de educação ambiental, pássaros”.
Segundo o secretário, esse é um “compromisso olímpico”, que tem os empenhos
dos governos federal, estadual e municipal. “Vai ser um legado ambiental das
Olimpíadas”, disse ele, acrescentando que será instalada uma ilha-parque entre
as lagoas do Camorim e da Tijuca, abrigando um novo espaço de lazer para a
cidade, destinado ao estímulo à educação ambiental.
No local, há uma ilha que será ampliada por intermédio da utilização do
material resultante da dragagem. No espaço serão construídos ciclovias, quadras
esportivas, trilhas, jardins, além de um local para estudos sobre o manejo do
meio ambiente. O subsecretário de Intervenções Especiais da SEA, Antonio da
Hora, disse que a criação do espaço de lazer irá reduzir o impacto ambiental do
transporte do material resultante da dragagem.
“Para percorrer esse trajeto, de cerca de 55 quilômetros, até o aterro de
Seropédica, seria necessário que 150 caminhões fizessem [pelo menos] duas
viagens por dia. Então, o impacto desse trajeto no meio ambiente, em decorrência
das emissões, e no trânsito seria muito grande”, explicou o subsecretário.
Também haverá o prolongamento de 180 metros do Quebra-Mar da Barra da Tijuca,
localizado na Foz do Canal da Joatinga. No local, será construído um restaurante
panorâmico. De acordo com Antonio da Hora, serão usadas para a extensão as
pedras resultantes das obras da linha do metrô, que ligarão a Barra ao restante
da cidade.
Fonte: Agência Brasil
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