Rio - O verão ainda nem chegou, mas, dentro dos ônibus sem ar-condicionado da Zona Oeste, o clima é de derreter catedrais.
Em ônibus da linha 369 (Bangu-Largo da Carioca), passageiros derretiam a 33,9 graus nesta quinta-feira à tarde, em Bangu, um dos bairros mais quentes do Rio | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
Enquanto o ‘geladão’ não chega, passageiros e motoristas sonham com o conforto. “Vamos sair do forno para a geladeira”, brincou o motorista da linha 362 (Honório Gurgel-Praça 15), que nesta quinta suava ao volante diante dos 32,3 graus que termômetro marcava perto de seu assento.
“Já joguei água no rosto para aliviar o calor em um engarrafamento de mais de uma hora na Av. Brasil”, apontou a autônoma Rosilene da Silva, 46.
Com frota de geladões, a prefeitura acabará com a variação de tarifas. Hoje, para andar em ônibus refrigerado o usuário paga até R$ 5,40, dependendo da linha.
A nova frota vai dar ares de Hemisfério Norte à cidade. “Se você introduz equipamento desta qualidade, o transporte do Rio dará um salto violento. Vai ficar comparado à Europa e aos EUA”, comparou o vice-presidente do sindicato das empresas de ônibus, o Rio Ônibus, Otacílio Monteiro, em entrevista à rádio CBN.
Punição para motorista
A primeira etapa do BRT Transcarioca, que ligará a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha, terá seu primeiro trecho inaugurado até julho. O sistema vai circular inicialmente entre Barra e Taquara.
Para fiscalizar o BRT, a prefeitura atualizou ontem o código disciplinar dos ônibus, que prevê multas para irregularidades do ligeirão. Os motoristas passarão a ser punidos em pontos. Se o condutor atingir 20 em um ano, terá a carteira suspensa por 30 dias e fará reciclagem.
Viviane, passageira do 369, já desmaiou em ônibus devido ao calorão | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia
“Acho patético a gente ter numa cidade como o Rio ônibus com ar-condicionado custando três vezes o que custa o Bilhete Único. Quero equilibrar isso”, disse Paes, nesta quinta-feira.
Este ano, o percentual de aumento foi de 10%. Se fosse mantida mesma taxa de 10%, o valor seria R$ 3,02. Perguntado nesta quinta sobre a cifra publicada, Paes respondeu: “Não tenho valor de tarifa nenhuma.”
O prefeito não descarta subsidiar a passagem caso o valor fique muito alto. Octacílio Monteiro, vice-presidente da Rio Ônibus explica que os ônibus refrigerados e de piso baixo são até 50% mais caros.
“É evidente que isso vai ter uma repercussão no custo tarifário”, confirmou à CBN. O Rio tem 8.900 ônibus municipais, e só 17% são refrigerados.
Fonte: O Dia
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