Brasília – O fim de semana é decisivo para os servidores públicos federais e
o governo negociarem o fim das greves. Estão previstas 20 reuniões neste fim de
semana. O governo colocou o dia de amanhã como a data limite para negociação. O
percentual de 15,8% de aumento salarial é o mesmo oferecido a diversas
categorias. Segundo o Planejamento, as negociações ocorrem com cerca de 30
sindicatos.
Faltando menos de uma semana para 31 de agosto, prazo limite para o envio do
Orçamento ao Congresso Nacional, que deve conter a previsão de gastos com a
folha de pagamento para 2013, o governo fechou acordo com apenas duas
categorias. As mais de 180 rodadas de negociações entre servidores federais
públicos e governo, que ocorrem desde março para negociar reajustes salariais,
seguem sem definição.
Até o momento, só as negociações com a área da educação, segmento considerado
estratégico e prioritário pelo governo, foram resolvidas. Apenas a Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes), que
representa a minoria dos docentes federais, e a Federação dos Sindicatos dos
Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), representante
dos técnicos administrativos universitários, aceitaram a proposta do
governo.
Segundo o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento,
Sérgio Mendonça, as negociações se encerram no domingo (26). Na segunda e
terça-feira, os representantes do governo vão receber os sindicalistas apenas
para assinatura de acordos.
O índice oferecido as demais categorias devem impactar em cerca de R$ 11,85
bilhões a folha de pagamento nos próximos três anos. Para os professores
universitários, a proposta acordada foi de reajustes que variam entre 25% e 40%,
nos próximos três anos, e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13.
A oferta terá custo de R$ 4,2 bilhões para a folha de pagamento.
No caso, dos servidores administrativos das universidades, o impacto do
reajuste será de R$ 2,9 bilhões. O acordo prevê além do reajuste “parâmetro”,
incentivos à titulação. Todas as propostas feitas pelo governo se aceitas, devem
onerar em R$ 18,95 os gastos com pessoal no período de três anos. As ofertas
prevêem reajustes de 15,8%, fracionados até 2015.
Mendonça destacou que o índice oferecido aos servidores é o teto que o
governo pode chegar. “A oferta já foi feita e esse é o parâmetro dado. É um
impacto que pode ser absorvível nos próximos três anos, mas do que isso não
podemos dar”, disse. Mesmo tendo assinado com apenas com duas entidades
sindicais, o secretário segue otimista. “Estamos finalizando o processo de
negociação, várias categorias sinalizaram que vão aceitar a proposta do governo.
Esperamos fechar com todas”, acrescentou.
O Planejamento estima que a greve atinja a cerca de 80 mil servidores
públicos federais. Em contrapartida, os sindicatos calculam que cerca de 350 mil
funcionários paralisaram as atividades. Enquanto acordos entre entidades
sindicais e governo não são fechados, servidores de várias categorias seguem em
greve.
Entre os funcionários que estão com as atividades paralisadas estão Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos
ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, Polícia
Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal entre outros.
Fonte: Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário