Tragédia Nacional
O senador pelo Distrito Federal disse ainda que “o pior” foi ele ter visto, “chocado”, o resultado do Ideb ter sido apresentado pelo Ministério da Educação como uma “grande vitória”.
"A tragédia não é culpa dele [o ministro da Educação, Aloizio Mercadante], que tem menos tempo no ministério do que eu fiquei. [Mas] ele não ajuda a educação ao comemorar com euforia um resultado trágico. O Brasil não pode se transformar em grande economia tirando nota seis, na escola particular, e média 3,8 nas escolas de pobres", afirmou.
Cristovam observou que “é muito preocupante ver que o governo comemorou a tragédia, comemorou a vergonha, em vez de assumir perante a opinião pública que em cinco séculos não se conseguiu resolver os problemas e construir uma economia baseada em mão de obra qualificada, não se conseguiu fazer a educação igual para todos, única forma possível de acabar com o atraso no país”.
"Avançamos ficando para trás. Coréia do Sul, Índia, China e Irlanda, que há trinta anos atrás estavam em situação pior que o Brasil, hoje estão melhor, pois fizeram o dever de casa. O nosso dever de casa é fazer com que as 300 melhores escolas do Ideb sejam transformadas em duzentas mil", afirmou.
Cristovam também defendeu a federalização da educação e disse que “deixar a responsabilidade da educação sob os ombros das prefeituras municipais, que são desiguais, é manter a desigualdade, e a igualdade só viria com a União assumindo a responsabilidade”.
O senador também cobrou a criação de uma carreira nacional do magistério público, “pagando muito bem, identificando vocações, quebrando a idéia de estabilidade plena”, e oferecendo escola de qualidade para ali os professores exercerem suas aptidões.
"Isso é possível, absolutamente necessário, extremamente urgente de ser iniciado, mesmo que (o resultado) leve 20 anos", afirmou.
Economia – Cristovam disse ainda que o que faz uma economia é a capacidade de inovar e de oferecer novos bens e serviços ao mercado, e esses só virão se o Brasil tiver alta base educacional, incorporada ao setor privado.
Cristovam avaliou ainda que o programa de apoio à infraestrutura física lançado pelo governo “traz o carimbo da própria Dilma e do PT”, ao defender a idéia de que “a infraestrutura não deve ser uma questão estatal, mas do setor privado, com incentivos obviamente estatais”.
Ele observou que o anúncio do programa “demorou muito”, tendo em vista que a lei das parceiras com o setor privado tem quase 10 anos. Avaliou ainda que o lançamento do programa ocorre em um “momento lamentável, não por culpa do governo, mas da recessão mundial, que vai dificultar a vinda de capital e o aporte de recursos dos empresários brasileiros”.
Fonte: O Dia
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