Brasília - Cerca de 250 mil servidores públicos, principalmente de carreiras
administrativas, de 18 categorias ligadas à Confederação dos Trabalhadores no
Serviço Público Federal (Condsef), voltam ao trabalho na próxima segunda-feira
(3). Após pouco mais de dois meses em greve, eles decidiram hoje (28), durante
plenária nacional, assinar acordo com o governo federal, aceitando a proposta de
reajuste de 15,8%, e suspender a paralisação.
Segundo o secretário-geral da entidade, Josemilton Costa, nos próximos dias
serão realizadas assembleias estaduais para reportar a decisão aos integrantes
do movimento, que ele avaliou como positivo. Costa disse que o fim da greve não
encerra a mobilização das categorias. Os 18 setores deliberaram pela assinatura
do acordo, mas isso não significa que a mobilização vai parar.
“Vamos continuar em busca da equalização salarial. A proposta [do governo]
ficou distante da nossa pauta, mas temos maturidade para entender que saímos do
zero. O espírito da categoria é vitória, mas não vamos parar nossas lutas",
disse ao fim da plenária.
Ainda de acordo com o secretário-geral da Condsef, o governo sinalizou que
assim que as categorias assinarem o acordo serão abertas imediatamente as
negociações para efetuar a reposição e o pagamento dos dias parados.
“A primeira metade seria paga em 5 de setembro, em folha suplementar. O
restante será definido nas negociações, se em outubro ou novembro. Nós queremos
que os 100% sejam pagos em setembro, mas se não for possível, vamos reivindicar
que [os outros 50%] sejam [pagos] em outubro”, disse.
Josemilton Costa informou, ainda, que a assessoria jurídica da Condsef tem
audiência marcada para a tarde de hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) para
apresentar argumentos com os quais defendem a suspensão imediata do corte nos
pontos dos grevistas.
Outras categorias que integram a base do Condsef, mas estão negociando
separadamente com o governo, informaram à confederação que também vão aceitar a
proposta e assinar o acordo. Entre elas estão os servidores do Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e das carreiras ambientais, que
incluem o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Ministério do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes.
Já os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) decidiram ontem (27) manter a paralisação, conforme informou o diretor
da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra (Cnasi),
Reginaldo Aguiar. Segundo ele, a entidade aguarda nova negociação com o
Ministério do Planejamento.
“Enquanto isso, a greve, que começou em 18 de junho, está mantida em 28 das
30 superintendências do órgão no país”, disse, acrescentando que o Incra tem
5.500 servidores ativos.
O Ministério do Planejamento reafirmou, por meio de sua assessoria de
imprensa, que as negociações de reajuste salarial para 2013 já estão encerradas
e que os sindicatos têm até hoje (28) para comunicar ao governo a decisão das
bases. Os que não assinarem acordo não terão aumento no ano que vem.
Edição: Fábio Massalli//Matéria atualizada às 17h35 para corrigir
informação dada pelo secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa, que anunciou
a volta ao trabalho de 17 categorias no dia 3 de setembro. Nota da Condsef
informou, porém, que são 18 as categorias que retomam as atividades na próxima
segunda-
Fonte:Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
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