"Não sei se existe pressão por trás disso. Na minha ingenuidade quero crer que não houve", afirmou Macedo.
Na noite de quinta-feira, como noticiou o Jornal do Brasil, os índios filmaram viaturas do Bope em torno do prédio e passaram a acreditar em uma invasão iminente. (Veja aqui o vídeo)
O defensor elegeu os interesses econômicos como verdadeira motivação da campanha pela demolição do prédio:
"Se esse prédio for destruído para fazer um shopping ou um estacionamento em nome desse capitalismo desenfreado é uma inversão de valores que a Defensoria Pública da União não vai permitir", garantiu.
Na mesma linha de Macedo, o advogado Aarão da Providência - um indígena da tribo Guajajara - presidente do Conselho Nacional dos Direitos Indígenas (CNDI) e membro da Comissão fluminense de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) fez duras críticas aos governantes. Para ele, as decisões estão sendo tomadas fora das instância legais, sem espaço para que os índios se manifestem:
"Estamos vendo tudo acontecer, não somos cegos e não somos surdos. Eles são os Anti-Cristos. São milicianos que estão fora do Estado, defendendo outra coisa", acusou.
Críticas à OAB, Ministério público e Funai
"Na OAB, apesar de eu representar a Comissão de Direitos Humanos pelo menos até hoje, há uma articulação [com o governo]. A situação está muito difícil", desabafou.
"A Funai deveria no mínimo abrir um processo administrativo, mas só foi dar uma declaração dizendo que tudo está se dando sem consulta aos índios. Temos que trazer a Funai para a discussão", pregou, lembrando que o Ministério Público está se omitindo de suas funções, que, em parte, foram assumidas pela DPU.
Fonte: Jornal do Brasil Igor Mello
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