“Eu acho que a presidenta, ao fazer
o veto parcial, vai dar o caminho da pacificação. Porque ela respeita o
Congresso Nacional, no que ele decidiu a partir da [aprovação do novo sistema
de] partilha, nos novos campos, e veta o que invade contratos já assinados, em
um ato jurídico perfeito”, disse Cabral.
O governador do Espírito Santo,
Renato Casagrande, também defendeu o veto parcial como ferramenta de
apaziguamento dos ânimos políticos. “Ela [Dilma Rousseff] põe racionalidade na
hora em que toma uma decisão dessas e permite que o Congresso possa,
equilibradamente, retornar ao tema sem a emoção que levou a essa votação. O
Congresso já avançou em diversas posições e propostas. A medida em que a gente
vai colocando equilíbrio neste debate, pode ser que se consiga fechar de fato a
preservação dos contratos, que é um ponto que defendemos”, disse Casagrande.
Cabral estimou, já para o próximo
ano, perdas de R$ 7 bilhões para o Rio, metade para o estado e a outra parte
para os municípios. Entre as áreas que ele previu grandes cortes, está a de
segurança pública, que teve uma folha de pagamentos ascendente nos últimos anos,
saindo de R$ 2,5 bilhões em 2006 para R$ 5 bilhões este ano, com previsão de
chegar a R$ 7 bilhões em 2013. “Inviabiliza mesmo [as contas do estado]. Eu não
estou exagerando. Esses recursos já fazem parte da nossa realidade. É uma
questão de justiça e esperamos que a presidenta faça justiça”, disse Cabral.
A marcha Veta Dilma contou com
milhares de pessoas, que saíram da Candelária e foram pela Avenida Rio Branco
até a Cinelândia, onde se sucederam discursos de autoridades e de artistas, que
também animaram o público com músicas conhecidas. Coube a Alcione interpretar o
Hino Nacional. A cantora Fernanda Abreu leu um manifesto a favor do
veto. Os artistas interpretaram ainda um rap com a letra Veta,
Dilma.
O governador decretou ponto
facultativo e diversas caravanas vieram de municípios do interior,
principalmente do norte do estado, região que será mais fortemente afetada pela
mudança no atual modelo de distribuição dos royalties
Fonte: Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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