Documento da COP 21 obrigará países a organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura no planeta a 1,5ºC até 2100
Ministros de 195 países aprovaram neste sábado (12), o "Acordo de Paris", marco jurídico universal inédito contra o aquecimento global do planeta. O documento da 21ª Conferência do Clima (COP 21) das Nações Unidas obrigará as nações signatárias a manter estratégias para limitar o aumento médio da temperatura no planeta a 1,5ºC até 2100. O pacto prevê que, a partir de 2020, países desenvolvidos financiem US$ 100 bilhões por ano a países em desenvolvimento para projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento.
O documento estabelece "limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, e manter esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC". Segundo a AFP, o documento traz também um reconhecimento de que as INDCs - metas nacionalmente determinadas até o momento por 187 países - ainda fazem com que as emissões do planeta atinjam, em 2030, a marca de 55 gigatoneladas de CO2, número incompatível com a meta de 2°C. O texto "nota" que esforços maiores serão necessários e sugere que seria necessário baixar para 40 gigatoneladas até aquele ano. Hoje as emissões globais estão em torno de 52 gigatoneladas.
"Estou olhando a sala, vejo que a reação é positiva, não ouço objeções, o acordo de Paris para o clima foi adotado", disse o presidente da COP21, Laurent Fabius. "Este é um martelo pequeno, mas pode fazer grandes coisas", acrescentou Fabius, batendo o martelo em forma de folha verde, símbolo da COP 21.
Em seguida, o presidente francês, François Hollande, subiu à tribuna e cumprimentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e Laurent Fabius: "O 12 de dezembro de 2015 poderá ser um dia não só histórico, mas uma grande data para a humanidade", afirmou, pedido as ministros que adotassem "o primeiro acordo universal de nossa história".
De acordo com o jornal britânico Guardian, críticos afirmam que o acordo prejudica centenas de milhões de pessoas que vivem em locais de baixa altitude, costas e em pequenas ilhas. Defensores, no entanto, alegam que as negociações entre os países deram um significativo passo a frente em um desafio global de imensa complexidade e no envio de um sinal para os mercados globais.
O acordo deste sábado foi um produto de anos de preparação, duas semanas de intensas negociações. Ainda de acordo com o Guardian, as reuniões a portas fechada foram tensas entre os países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita e Rússia. Todos os países concordaram quanto às reduções das emissões - um exercício que havia sido rejeitado por China.
Fonte: ÉPOCA
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