Uma das faixas da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, zona sul do Rio, em frente à sede do governo do estado, o Palácio Laranjeiras, foi palco de uma manifestação de protesto contra a morte de cinco jovens pelos tiros disparados por policiais militares, no subúrbio de Costa Barros, zona norte da cidade; segurando velas acesas, os manifestantes cantaram músicas, entoaram frases contra a polícia e o governo do estado, além de fazerem discursos
Cristina Índio do Brasil
O trânsito em uma das faixas da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, zona sul do Rio, em frente à sede do governo do estado, o Palácio Laranjeiras, ficou interrompido nesta sexta-feira (4) à tarde, durante uma hora, enquanto durou a manifestação de protesto contra a morte de cinco jovens pelos tiros disparados por policiais militares na noite do último dia 28, no subúrbio de Costa Barros, zona norte da cidade.
Segurando velas acesas, os manifestantes cantaram músicas, entoaram frases contra a polícia e o governo do estado, além de fazerem discursos. O episódio de Costa Barros levou Nalui Mahin, estudante do curso de Estúdios de Mídia, da Universidade Federal Fluminense (UFF) a propor, por meio das redes sociais, a manifestação, que recebeu o título de Não Atire seu Ódio sobre Nós. A estudante disse que a intenção era denunciar o massacre de jovens negros: "É uma manifestação independente de partido político, de entidades, de ONGs. É uma expressão de revolta e uma expressão também de necessidade de mudança das políticas públicas de segurança, que estão matando a juventude negra".
Nalui disse que apesar da manifestação ter sido em frente ao Palácio Guanabara, não houve a intenção de pedir para os participantes serem recebidos por qualquer representante do governo do estado: "As mortes da juventude negra são muito invisibilizadas, ninguém liga, ninguém viu. Então isso é um grito para dizer: nós estamos vendo, a gente exige que isso pare e que isso mude. Eu tive a ideia [de propor a manifestação] porque isso é parte do cotidiano”.
Depois de decidir fazer a manifestação, a estudante recebeu o apoio da designer Maria Júlia Ferreira, que também postou nas redes sociais: "A gente tem que ver uma forma de exercer a cidadania, que não é só através do voto”.
O engenheiro Benedito Sérgio, integrante do colegiado do Instituto de Pesquisas de Culturas Negras, disse que há uma certa inércia do cidadão comum com relação às mortes que estão ocorrendo nas comunidades, em decorrência de operações policiais: "É a discussão entre a civilização e barbárie".
Fonte: Rio 247
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