Dos quatro presidenciáveis, à exceção de Lula, que já estão no jogo de 2018, o cearense Ciro Gomes foi quem assumiu a defesa mais enfática da legalidade, condenando o impeachment e prometendo resistência ao golpe; dois de seus concorrentes, Marina Silva e Joaquim Barbosa, assumiram posições mais ambíguas, enquanto o tucano Aécio Neves permitiu que sua imagem fosse associada para sempre a Eduardo Cunha e ao golpismo; para o escritor Fernando Morais, Ciro é hoje "uma das figuras mais importantes na cena política"
Momentos decisivos da história são aqueles que revelam a natureza das lideranças políticas. Hoje, quando a democracia brasileira se vê ameaçada por um impeachment sem crime de responsabilidade, ou seja, por um golpe, é importante notar as posições assumidas por aqueles que sonham com a presidência da República.
Não há dúvida de que ninguém se posicionou tão bem quanto o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, que, ontem, ao lado do governador Flávio Dino, do Maranhão, lançou a nova campanha da legalidade."Há um valor que está acima de tudo, e que deve ser sempre respeitado: é a própria liberdade", disse Ciro (leia mais aqui). Numa entrevista recente, ele também apontou, de forma didática, porque a tentativa de deposição de Dilma representa um golpe (confira aqui).
Enquanto isso, no campo oposto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que desde a derrota nas eleições presidenciais, tem feito de tudo para contestar o resultado das urnas e para criar instabilidade, permitiu qua imagem fosse associada para sempre ao golpismo e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliado de primeira hora dos tucanos, Cunha só perdeu o apoio do PSDB quando ameaçou não abrir o processo de impeachment – agora, voltou a contar com a tolerância do PSDB, a despeito das acusações que pesam contra si.
No meio do caminho, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, e Joaquim Barbosa adotaram posições ambíguas. Marina afirmou que não há razões para impeachment, mas defendeu a cassação via TSE – ou seja, o que interessa a ela não é a tranquilidade política, mas a possibilidade de novas eleições. O ex-ministro do STF, por sua vez, também disse não haver motivos para impeachment, mas disse que "a crise está na presidência", embora ele próprio saiba que a crise é o modelo político atual, de presidencialismo de coalizão, que impõe a chantagem do Legislativo sobre o Executivo.
Ciro foi o único que, de forma inequívoca, colocou a democracia e o respeito às urnas à frente de qualquer conveniência. Com essa postura, ele se qualifica para disputar as eleições presidenciais de 2018 – e, eventualmente, até com o apoio do ex-presidente Lula e dos partidos de esquerda.
"Ciro é hoje uma das figuras mais importantes da cena política", diz o escritor Fernando Morais. "Sua pré-candidatura faz muito bem ao Brasil no contexto atual", reforça Flávio Dino, governador do Maranhão.
Fonte: 247
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