quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rio só tem 40 agentes para fiscalizar transportes

Prefeito argumenta que sistema eletrônico e punições rigorosas são mais eficazes contra abusos


O ônibus da linha Castelo-Bananal que caiu do viaduto na saída da Ilha do Governador: para ex-secretário, falta rigidez de prefeitura e empresas
Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob
O ônibus da linha Castelo-Bananal que caiu do viaduto na saída da Ilha do Governador: para ex-secretário, falta rigidez de prefeitura e empresasPablo Jacob / Pablo Jacob
RIO - A fiscalização frouxa é apontada por especialistas como o principal motivo para tantos descalabros no trânsito do Rio, que registrou, em menos de uma semana, um acidente de ônibus com sete mortes, o atropelamento de uma ciclista no Leblon, que morreu, e o estupro de uma turista que embarcou em uma van de Copacabana para a Lapa.


E não é à toa que os agentes da Secretaria municipal de Transportes deixam a desejar: apesar de a frota de ônibus, táxis e vans ter crescido, o número de fiscais da secretaria encolheu. Atualmente, apenas 40 pessoas são responsáveis por fiscalizar 33 mil táxis, quase 9 mil ônibus e seis mil vans. Em 2006, eram 53 agentes.
Apesar disso, o prefeito Eduardo Paes, que admite que a fiscalização deixa a desejar, não pretende ampliar o número de agentes. Segundo ele, o modelo de fiscalização que depende de um grande número de profissionais favorece a corrupção. Paes acredita que o sistema eletrônico, associado a punições rigorosas às empresas, é mais eficiente:
— Se ampliarmos para mil o número de fiscais, será sempre insuficiente. É um modelo também onde é mais fácil haver corrupção. Portanto, não pretendo contratar mais fiscais. No caso dos ônibus, estamos desenvolvendo um sistema de fiscalização eletrônica, que permite identificar com precisão as irregularidades. Por outro lado, a licitação que fizemos ampliou o peso das multas contra as empresas que desrespeitam as regras.
Paes defendeu o cancelamento da concessão, caso as empresas continuem insistindo em não informar o nome do condutor dos ônibus, a fim de evitar a suspensão de sua carteira de habilitação, devido ao excesso de multas.
Ex-secretário de Transportes, Miguel Bahury defende mais rigidez por parte da prefeitura e das empresas de ônibus:
— Existe leniência da prefeitura e das empresas. É preciso que a Secretaria de Transportes receba on-line informações sobre infrações. Com isso, poderia estabelecer medidas corretivas a tempo. Se o sistema tem problemas, tem de se ter controle, uma gestão que identifique os pontos críticos.


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Fonte: O Globo

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