sexta-feira, 5 de abril de 2013

Hospitais federais do Rio são ‘pocilgas humanas’, diz presidente de federação dos médicos

Em reunião com Dilma, Geraldo Ferreira afirma que hospitais estão degradados e representam ‘violação de direitos humanos’
BRASÍLIA - A Federação Nacional dos Médicos relatou à presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira, um cenário de caos nos serviços de emergência e urgência da rede pública de saúde e nos hospitais federais. Segundo o presidente da federação, Geraldo Ferreira Filho, a situação é pior nos cinco hospitais federais do Rio, que ele chamou de "pocilgas humanas".
- Falamos da degradação da rede de hospitais federais, mais marcadamente no Rio, onde os hospitais federais se transformaram em verdadeiras pocilgas humanas e não têm a menor condição de dar atendimento à população. Reputamos isso à perda de recursos humanos ao longo dos anos pelo achatamento salarial pela perda de gratificações - disse Ferreira, após a audiência com a presidente.
Para Ferreira, a degradação no atendimento nos hospitais de urgência e emergência no País representa uma "violação de direitos humanos". O médico afirmou que é necessária a recuperação da rede pública de urgência e emergência do Brasil.
A federação também criticou as condições de trabalho dos médicos. Segundo Ferreira, há uma degradação do meio de trabalho médico.
- A situação das salas de repouso médico é uma coisa vergonhosa, uma imoralidade pública - disse.
Segundo Ferreira, a presidente orientou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a tomar providências para resolver o quadro apresentado pela federação.
- Esses três pontos, a presidente se comprometeu de encaminhar soluções - afirmou.
Na audiência, da qual também participaram representantes do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira, a presidente disse que as entidades serão chamadas para debater o aprimoramento do SUS, incluindo a melhor distribuição de médicos no país e a formação dos profissionais.
- A contribuição que as entidades médicas podem dar á superação dos obstáculos da saúde pública são relevantes e trouxemos essa disposição à presidente - disse o presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Correia Lima.
Ele defendeu a desconcentração de médicos nos grandes centros e a interiorização dos profissionais, em vez da contratação de médicos estrangeiros defendida por alguns prefeitos e governadores para atender às zonas mais remotas. Lima também tratou da capacitação dos docentes e da formação dos médicos nas escolas brasileiras. Para ele, serão necessários mecanismos de avaliação e controle da qualidade das escolas de Medicina.
- Temos de discutir soluções de convergência dos interesses da classe médica e da sociedade brasileira. Muitas delas ultrapassam as perspectiva de governo e são política de estado. Vamos trabalhar para viabilizar a assistência à saúde universal e de qualidade - afirmou.

Fonte: O Globo

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