A Agência Nacional do Petróleo confirmou nesta quarta-feira (3) que 71 empresas, entre nacionais e estrangeiras, se inscreveram para o leilão, que ocorre no próximo mês.
Além disso, Pires interpreta que o leilão ainda corre risco de não acontecer, uma vez que a situação, especialmente na esfera política que envolve a questão, é de animosidade. Isso, de acordo com ele, pode levar a ações judiciais que impeçam a realização da rodada, como o ocorrido na 8ª rodada de licitações, em 2007, que foi suspensa por uma liminar. "O importante é que haja o leilão. Também é preciso ver quais empresas vão apresentar garantia financeira para participar. Muitas podem ir mais como observadoras e não fazer grandes lances", advertiu.
Para ele, é preciso ver quais empresas apresentarão garantia financeira para participar do leilão. "Muitas podem ir mais como observadoras e não fazer grandes lances. O ideal era que o STF resolvesse essa questão dos royalties. É cedo para conseguir falar se será espetacular (a rodada)", avaliou o diretor do CBIE.
Nem todas participarão
Para Sonia Argel, ex-procuradora da ANP e sócia do SVMF & Agel, as áreas são atrativas para empresas que ainda não atuam no país, além de algumas grandes que já estão estabilizadas no Brasil e enxergam boas oportunidades para aumentar seu portfólio. Contudo, alerta que, mesmo que se inscrevam e se qualifiquem, nem todas as companhias poderão participar dos lances:
Sonia acredita que não há como avaliar o tempo que o STF levará para julgar o caso, mas os ministros já se manifestaram quanto à importância do caso. "O que já é um dado positivo", afirmou. "Na questão dos Royalties o que repercutiu mal foi a nova lei ter retroagido para atingir as concessões já firmadas e não a mudança na distribuição, que não afeta diretamente os concessionários. Uma sinalização positiva do STF seria um alento para que a segurança jurídica fosse mantida".
Demanda reprimida e áreas promissoras
Os professores Hernani Chaves e Cleveland Jones, do Departamento Estratigrafia e Paleontologia da Uerj e especializados no setor de petróleo, apontam que as áreas envolvidas são promissoras, ou "áreas de fronteira", como classificaram. Eles explicam que durante a exploração de uma bacia, as áreas podem ser qualificadas como de fronteira, início, madura ou senil.
"Isso significa que são áreas onde pode haver petróleo, mas não foi confirmada a sua presença. Quem prova se tem óleo é a broca", afirma Chaves, amparando-se em estudos que apontam que a região tem correlação direta com áreas análogas na África, onde há petróleo.
Além disso, consideram que a licitação será importante porque as empresas estão sem área para trabalhar no país, que não faz uma rodada desde 2008, quando foram arrematados 54 blocos numa área total de 48 mil km². "É preciso levar em conta que nem todas são empresas que podem explorar em águas profundas. Só poderão operar em águas rasas. Nem todas poderão fazer lances em áreas nobres que ganhem bônus de assinatura elevados", avalia Jones.
O professor destaca que os levantamentos feitos até o momento mostram que os valores dos bônus de assinatura mínimos podem extrapolar em cinco ou seis vezes, se comparados com o tamanho dos blocos e os valores mínimos de bônus estipulados no edital. "Em alguns casos, a minha estimativa é que os lances possam ser muito mais elevados, entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. Isso é uma indicação de que a demanda está reprimida e as empresas estão interessadas", complementou o especialista.
Fonte: Jornal do BrasilLuciano Pádua
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