Santa Maria - As autoridades de saúde do Rio Grande do Sul e do governo
federal estão especialmente preocupadas com os 75 pacientes vítimas do incêndio
em Santa Maria que permanecem em estado crítico de saúde, com risco de morte.
Somente na cidade onde ocorreu a tragédia com 231 mortos, existe 83 pacientes
internados, sendo 33 em estado grave.
Os pacientes em estado mais crítico são, em geral, os que estão intoxicados
gravemente com a fumaça do incêndio ou sofreram queimaduras intensas. Para este
último caso, o Ministério da Saúde pediu ajuda a profissionais de hospitais de
referência no Rio de Janeiro e do Paraná, além do Hospital Albert Einstein, de
São Paulo.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os 75 casos gravíssimos
incluem pacientes que precisam de diálise permanente, medicação para manter a
pressão sanguínea e ventilação mecânica, por exemplo. Em dois casos, a situação
é tão crítica que as pessoas não puderam ser transferidas de Santa Maria para
Porto Alegre, porque não suportariam a viagem.
O número de pacientes graves, no entanto, vem sendo reduzido e alguns já
deixaram a UTI. Apesar disso, novos casos críticos ainda podem surgir. Segundo o
ministro, 30 pacientes procuraram ontem (28) a Unidade de Pronto Atendimento 24
horas de Santa Maria porque apresentaram sintomas como tosse e falta de ar.
“Depois da data do incêndio, mesmo pessoas que inicialmente não tiveram
nenhum sintoma, começaram a aparecer com sinais de tosse, falta de ar e
começaram a evoluir para o que nós chamamos de uma pneumonite química”,
explicou.
Hoje, no entanto, apenas duas pessoas apresentaram os sintomas da intoxicação
pela fumaça do incêndio. Entretanto, o ministro alerta que os casos de
pneumonite podem se agravar rapidamente e levar o paciente à morte se não forem
tratados. Por isso, pede que qualquer pessoa que esteve na boate no momento do
acidente e inalou a fumaça procure uma unidade de atendimento, se vier a se
sentir mal.
De acordo com Padilha, exames de raio X não são suficientes para atestar a
intoxicação e o paciente deve ser examinado clinicamente por um médico.
Apesar de Santa Maria ter 30 leitos de UTI, os casos graves estão sendo
levados aos poucos para Porto Alegre (RS). A intenção do comitê de gerenciamento
de crise formado pelo ministro e pelos secretários de Saúde do estado e do
município é deixar esses leitos vagos para casos de pneumonite que vierem a
exigir respiração artificial.
Fonte: Agência Brasil
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