BRASÍLIA - O deputado federal Milton Monti (PR-SP) e o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira negociaram a composição societária de uma emissora de rádio que, conforme as investigações da Polícia Federal (PF), serviu de destino para “recursos suspeitos” oriundos do esquema investigado na Operação Porto Seguro.
A Rádio RMS Ltda, sediada em São Manuel (SP), e com instalações em Capão Bonito (SP), tem como sócios Marcos Monti, um dos irmãos do deputado, e Marcelo Vieira, um dos irmãos do ex-diretor da ANA. Marcos Monti foi eleito em outubro prefeito de São Manuel, pelo PR. Preso e e indiciado pela PF por supostamente ter atuado como testa de ferro do irmão, Marcelo Vieira foi solto ontem.
Conversas telefônicas gravadas pela PF e e-mails interceptados pela investigação mostram a participação do deputado Milton Monti e de Paulo Vieira na transferência de parte das cotas da emissora de rádio para Marcelo Vieira. O próprio parlamentar, em entrevista ao GLOBO, admitiu ter sido procurado por Paulo Vieira e ter intermediado a entrada do irmão dele na sociedade da rádio. Monti nega, porém, ser o verdadeiro dono da emissora.
— Paulo Vieira falou comigo e então fiz contato com meu irmão, com a proposta de ele entrar na sociedade. As pessoas propõem um negócio interessante. Como imaginar isso? — questionou o deputado.
Num diálogo entre os irmãos Vieira, em 9 de maio deste ano, Marcelo afirma: “Eu fui lá no lugar que você mandou ir, no deputado, e já assinei.” Paulo diz: “Ah, ótimo. Já assinou no Milton Monti, né?”
“Recomendações ao deputado”
O inquérito da PF transcreve um e-mail de Paulo Vieira, de agosto de 2011, em que ele reproduz a alteração contratual da Rádio RMS, com a transferência de cotas societárias de Marcos Monti para Marcelo Vieira. Depois de efetivada a nova sociedade, Paulo Vieira repassa as informações a Liliana Monti, mulher de Milton Monti, inclusive com “recomendações ao deputado Milton”, conforme a investigação da PF.
E-mails de julho deste ano mostram que Paulo Vieira tentou, sem sucesso, agilizar pedido de outorga para a rádio no Ministério das Comunicações. A Justiça Federal em São Paulo determinou o bloqueio da conta bancária da Rádio RMS.
— As vezes em que me encontrei com Paulo Vieira foi no PR, em Brasília. Ele procurou o meu escritório em São Paulo porque meu irmão está no interior — disse Milton Monti, que é bastante próximo ao deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), citado nas investigações da PF.
— Paulo Vieira fez contato com o deputado com o interesse de comprar a rádio. Ele propôs (comprar) 49% de sociedade, mais o pagamento da outorga. Em 2010, dei uma procuração a Marcelo Vieira delegando poderes para fazer gestão junto ao ministério. Desde então, não tenho notícia — afirmou Marcos Monti.
A Rádio RMS Ltda, sediada em São Manuel (SP), e com instalações em Capão Bonito (SP), tem como sócios Marcos Monti, um dos irmãos do deputado, e Marcelo Vieira, um dos irmãos do ex-diretor da ANA. Marcos Monti foi eleito em outubro prefeito de São Manuel, pelo PR. Preso e e indiciado pela PF por supostamente ter atuado como testa de ferro do irmão, Marcelo Vieira foi solto ontem.
Conversas telefônicas gravadas pela PF e e-mails interceptados pela investigação mostram a participação do deputado Milton Monti e de Paulo Vieira na transferência de parte das cotas da emissora de rádio para Marcelo Vieira. O próprio parlamentar, em entrevista ao GLOBO, admitiu ter sido procurado por Paulo Vieira e ter intermediado a entrada do irmão dele na sociedade da rádio. Monti nega, porém, ser o verdadeiro dono da emissora.
— Paulo Vieira falou comigo e então fiz contato com meu irmão, com a proposta de ele entrar na sociedade. As pessoas propõem um negócio interessante. Como imaginar isso? — questionou o deputado.
Num diálogo entre os irmãos Vieira, em 9 de maio deste ano, Marcelo afirma: “Eu fui lá no lugar que você mandou ir, no deputado, e já assinei.” Paulo diz: “Ah, ótimo. Já assinou no Milton Monti, né?”
“Recomendações ao deputado”
O inquérito da PF transcreve um e-mail de Paulo Vieira, de agosto de 2011, em que ele reproduz a alteração contratual da Rádio RMS, com a transferência de cotas societárias de Marcos Monti para Marcelo Vieira. Depois de efetivada a nova sociedade, Paulo Vieira repassa as informações a Liliana Monti, mulher de Milton Monti, inclusive com “recomendações ao deputado Milton”, conforme a investigação da PF.
E-mails de julho deste ano mostram que Paulo Vieira tentou, sem sucesso, agilizar pedido de outorga para a rádio no Ministério das Comunicações. A Justiça Federal em São Paulo determinou o bloqueio da conta bancária da Rádio RMS.
— As vezes em que me encontrei com Paulo Vieira foi no PR, em Brasília. Ele procurou o meu escritório em São Paulo porque meu irmão está no interior — disse Milton Monti, que é bastante próximo ao deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), citado nas investigações da PF.
— Paulo Vieira fez contato com o deputado com o interesse de comprar a rádio. Ele propôs (comprar) 49% de sociedade, mais o pagamento da outorga. Em 2010, dei uma procuração a Marcelo Vieira delegando poderes para fazer gestão junto ao ministério. Desde então, não tenho notícia — afirmou Marcos Monti.
Fonte: O Globo
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