Festa comemorava 60 anos de militância do ex-deputado Ricardo Zarattini; para
João Paulo Cunha, mensalão deveria se chamar 'mentirão'
SÃO PAULO - Os quatro petistas condenados no processo do mensalão foram
homenageados nesta quarta-feira, 6, em um evento que reuniu diversos
parlamentares e militantes petistas em São Paulo. A comemoração dos 60 anos de
militância do ex-deputado Ricardo Zarattini transformou-se em um ato de
desagravo a José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno e João Paulo Cunha, todos
presentes à festa.
Do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) ouviram "os ataques que sofrem não são
para eles, mas para a militância do PT". Pelo filho do anfitrião, deputado
Carlos Zarattini (PT-SP) foram tratados como "homenageados da noite". "Todos
eles têm e vão continuar tendo um importante papel na nossa vida".
João Paulo fez a fala mais inflamada da noite, e comparou a "campanha que tem
hoje" às promovidas para desestabilizar os presidentes Getúlio Vargas e João
Goulart.
"Teve um presidente vitimado pelo mesmo tipo de campanha que tem hoje", disse
ele. "Ela levou Getúlio Vargas a dar um tiro no peito. Ele não suportou e teve
que se matar. E o que os poderosos fizeram com João Goulart? Depuseram e
colocaram a ditadura".
O deputado disse que as campanhas foram promovidas por "essa mesma imprensa,
pelas mesmas forças que hoje se opões ao nosso projeto", e afirmou que o
mensalão deveria se chamar "mentirão".
"Quem não entender isso entenderá o dia em que arrebentarem as cinco pontas
da nossa estrela. Entenderá que o objetivo eram todos nós, principalmente o
presidente Lula".
Genoíno sustentou que algumas pessoas os odeiam "porque a gente tem esperança
e a obrigação do dever cumprido".
Já Delúbio Soares recomendou aos presentes que não perdessem "a perspectiva
da luta de classes" e disse que "a luta muitas vezes exige um combate desigual,
mas nós vamos lutar e vencer".
José Dirceu fez um discurso quase apolítico, e preferiu apenas homenagear
Zarattini.
Veja também:
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da Câmara diz que seguirá determinação do STF sobre mensalão
Fonte: Fernando Gallo, de O Estado de S. Paulo
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