Pesquisa mostra que o medo de um possível diagnóstico é um dos principais motivos que fazem com que as mulheres evitem a mamografia
Câncer
Para 20% das mulheres, câncer de mama é incurável
Câncer de mama: Pesquisa mostra que mais da metade das mulheres que foram atingidas pela doença acreditam que problemas psicológicos contribuíram para o surgimento do câncer (Comstock Images/Thinkstock)
Nessa pesquisa, foram entrevistadas 1.000 mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema. A amostra incluiu pessoas de todas as classes sociais. Segundo os resultados, o medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento mais bem-sucedido: 50% das mulheres opinam que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.
Visão trágica — Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia. No momento em que ela começar a se dar conta de que tem tantas pessoas curadas, o medo vai diminuir. A pesquisa confirma essa visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids. Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos — a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor física.
Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica corroborar essa ideia. De acordo com a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, é esse aspecto psicológico do câncer que torna importante que a doença seja tratada não apenas pelo mastologista, mas por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas. A mulher tem que ser tratada como um todo.
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A pesquisa deve orientar a ação de ONGs, de acordo com Maira. O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama.
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