Brasília - Ministros do Meio Ambiente e das Relações Exteriores do Brasil, da
África do Sul, Índia e China, que integram o grupo Basic, preparam a divulgação
para hoje (21) de uma declaração conjunta com propostas sobre a busca de
soluções para os impactos das questões climáticas no mundo. Representantes da
Argélia, da Argentina, de Barbados e do Catar também participam das reuniões em
Brasília.
O documento será levado à 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima
(COP18), em Doha, no Catar, da qual participarão representantes de 190 países,
entre novembro e dezembro. A declaração detalha os aspectos considerados
fundamentais sobre questões climáticas.
O documento é resultado do acordo do Basic - grupo criado em 2007 - sobre o
assunto. As propostas foram minuciosamente analisadas ontem (20) por técnicos,
especialistas e negociadores dos quatro países e alguns convidados, durante
reuniões no Ministério das Relações Exteriores.
Os relatórios temáticos feitos pelos especialistas serão analisados hoje
pelos ministros. Há um entendimento comum de que é prioritário tratar o problema
do clima no mundo, mas não existem acordos para concretizar as medidas que devem
ser adotadas pelas nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
Também estão em discussão os suportes financeiro, tecnológico e técnico
internacional para ações de mitigação e adaptação em países em desenvolvimento.
A previsão é que até o meio-dia a declaração conjunta seja definida e
divulgada.
Antes mesmo das reuniões de ontem e hoje, a delegação do Brasil apresentou
suas prioridades. Para o governo, as negociações sobre o acordo global em 2020
devem envolver compromissos de todos os países para a redução de emissões de
gases de efeito estufa. Seguindo estudos científicos, o Brasil admite que o
debate não deve ser concluído na COP18, pois há indicações de que os avanços até
o momento são insuficientes.
O objetivo dos países do Basic é apontar o que consideram fundamental para a
COP18. Nas reuniões preliminares, as autoridades brasileiras reconheceram que a
conferência deve produzir poucos resultados significativos.
De acordo com técnicos e especialistas, a definição sobre os compromissos da
segunda etapa do Protocolo de Quioto, que define metas e limites de emissão de
gases de efeito estufa para os países desenvolvidos, é um ponto indispensável
para que a conferência no Catar seja considerada produtiva.
O governo brasileiro quer que as regras da nova etapa sejam definidas até a
COP18 para garantir que as novas metas passem a valer em janeiro de 2013, mesmo
que países como o Japão, Canadá e a Rússia tenham abandonado o tratado. Os
termos do Protocolo de Quioto expiram no fim deste ano.
Os representantes da Argélia, da Argentina, de Barbados e do Catar foram
convidados para as discussões porque integram os grupos internacionais que
debatem o tema. A Argélia é o país que preside temporariamente o G77 (grupo de
países em desenvolvimento), a Argentina foi recentemente presidente do mesmo
bloco e Barbados tem interesses específicos em relação à questão da mudança do
clima – uma vez que o conjunto de pequenas ilhas se torna vulnerável a eventos
extremos.
Fonte: Repórteres da Agência Brasil
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