quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Líderes dos partidos vão tentar acordo para aprovar projeto de calamidade pública

Líder do governo, Edson Albertassi (PMDB) espera que projeto seja votado na semana que vem


Líder do PSDB, Luiz Paulo defende a extensão da calamidade até no máximo 31 de dezembro de 2017 - Marcelo Franco / Agência O Globo

RIO - Levado ao plenário da Alerj nesta quinta, o projeto de lei do Executivo que reconhece o estado de calamidade pública no âmbito da administração financeira recebeu 57 emendas e saiu de pauta. Deputados afirmam que, sem acordo — especialmente quanto ao prazo para que a calamidade perdure e à proibição de demissão de funcionários sem que um projeto específico passe pela Casa —, será difícil a aprovação da proposta. O colégio de líderes se reúne na terça-feira, para tentar um entendimento. E a expectativa do líder do governo, Edson Albertassi (PMDB), é que na quinta-feira da semana que vem o projeto seja votado.


Líder do PSDB, Luiz Paulo apresentou três emendas. Ele defende a extensão da calamidade até no máximo 31 de dezembro de 2017. Terminado esse prazo, caso o governador não consiga fazer o ajuste de contas, “poderá estar cometendo crime de responsabilidade”.

Com isso, pode sofrer um processo de impeachment — disse Luiz Paulo.

Quanto à demissões de funcionários, o líder do PSDB garantiu que a lei que alterou as metas fiscais do estado, aprovada este ano, já determina que esses atos têm de ser submetidos à Alerj.

Mas uma das quatro emendas de Carlos Minc (sem partido) proíbe demissões. Ele quer fixar um prazo menor, de seis meses, para que o estado excepcional perdure:

— O projeto, do jeito que está, é uma boia de salvação para o governo. Só que o resto ele deixa naufragar.

Carlos Roberto Osorio (PSDB) também defendeu emendas:
— Esse projeto é um cheque em branco para o Executivo.

Da base governista, Luiz Martins, líder do PDT, quer preservar vencimentos e vantagens do servidor. Uma emenda que apresentou estabelece até o fim de 2017 para o estado de calamidade pública.

A aprovação da lei dará mais liberdade ao governo. Especialista em direito administrativo, Hermano Cabernite explicou que, com o reconhecimento pela Alerj da calamidade — decretada em junho —, a limitação da despesa com pessoal, fixada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e consequentes providências no caso de o teto ser ultrapassado ficam suspensas. O mesmo acontece com as limitações impostas por superar o teto de endividamento.

— A finalidade precípua do reconhecimento do estado de calamidade é viabilizar a manutenção das transferências de recursos e concessões de crédito ao Rio.

Fonte: O Globo

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