segunda-feira, 31 de outubro de 2016

TJ-RJ ordena arresto de R$ 61 milhões do Detran e de outras autarquias para pagar os salários do Judiciário


O juiz Leonardo Grandmasson, da 8ª Vara de Fazenda Pública, determinou o arresto de R$ R$ 61.585.849,99 das contas de autarquias estaduais para o pagamento dos salários de outubro de serventuários e magistrados do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O magistrado apresentou em despacho o pedido para arresto das contas do Detran/RJ, da Loterj, da Agenersa e, por fim, da Agetransp. Até esta segunda-feira, 33% da folha de pagamento do TJ-RJ havia sido quitada. O governo do estado já avisou ao poder que não terá condição de fazer o repasse obrigatório do duodécimo até o fim do dia. Os serventuários fazem protesto neste momento em função do atraso.
Na decisão de Grandmasson, ele cita que as autarquias são uma ferramenta administrativa para diversificar atribuições típicas de Estado. O magistrado ainda criticou a falta do repasse obrigatório ao TJ-RJ. O governo estadual deveria ter repassado, até esta segunda-feira, parcela do Orçamento destinada ao Judiciário. Na semana passada, porém, afirmou que não teria condições de cumprir com a sua obrigação. Por lei, serventuários e magistrados recebem no último dia útil do mês trabalhado.

“Cumpre salientar que o não repasse do duodécimo constitucionalmente previsto, se afigura como verdadeiro ato atentatório ao Poder Judiciário, caracterizando, inclusive, má-fé do Executivo ao dispor de verba que não é sua.”, avaliou o magistrado.
A tendência é que os servidores do TJ-RJ não recebam seus salários de forma integral. Há a possibilidade de mais uma parcela seja paga hoje, em virtude de valores já arrestados. Na última sexta-feira, R$ 146 milhões foram retirados das contas públicas.
Confira a conclusão do juiz na íntegra:
Entende-se por Autarquia, o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Como se vê, o Estado optou por descentralizar parte de suas funções, através da criação de Autarquias, que, portanto, representam o próprio Estado, que, por uma ficção jurídica, as criou para melhor gerir determinados serviços. Por tais razões, determino que, excepcionalmente, os arrestos e penhoras de renda diária incidam complementarmente sobre as Autarquias Públicas Estaduais no valor faltante de R$ 61.585.849,99 (sessenta e um milhões, quinhentos e oitenta e cinco mil, oitocentos e quarenta e nove reais e noventa e nove centavos).



Capitais têm 11 milionários eleitos; patrimônio médio é de R$ 10,6 milhões

                                                               João Doria (PSDB) tem o maior patrimônio entre os prefeitos eleitos nas capitais
Onze dos 26 prefeitos eleitos nas capitais em 2016 têm patrimônio superior a R$ 1 milhão, segundo declaração de bens entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O número de milionários cresceu em relação a 2012, quando nove eleitos tinham patrimônio superior à cifra, conforme dados informados ao TSE e já corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do período.
Ao todo, os bens dos 26 novos prefeitos somam R$ 275 milhões, o que dá uma média de R$ 10,6 milhões para cada novo chefe de Executivo. O valor é 8% menor que na eleição de 2012, quando a soma do patrimônio dos eleitos era de R$ 298 milhões.
Entretanto, a divisão de bens não passa longe de ser igual e, entre o mais rico e o mais pobre, há uma diferença de 17.300%.
Segundo as declarações, o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), é o mais rico, com patrimônio de R$ 179 milhões. Depois dele aparece o prefeito reeleito em Salvador, ACM Neto (DEM), com patrimônio declarado de R$ 27 milhões. Carlos Amastha (PSB), reeleito em Palmas, vem em seguida no ranking com R$ 21 milhões.
Em 2012, um patrimônio de prefeito também se destacava e puxava a média para cima. Trata-se do prefeito de Belo Horizonte, Mário Lacerda (PSB), que declarou bens num total de R$ 157 milhões, em valores corrigidos pela inflação.
Entre os com menor patrimônio em 2016 está o prefeito reeleito de Manaus, Artur Vigilio Neto (PSDB), que declarou bens num valor de R$ 160 mil.
Levantamento feito pelo UOL em setembro revelou que, dos 20 candidatos à reeleição nas capitais, 14 declararam ter perdido patrimônio após os quatro anos de mandato.
Veja o patrimônio de cada prefeito eleito nas capitais
  • Manaus – Artur Virgílio Neto (PSDB) – R$ 160.784,29
  • São Luís - Edivaldo Holanda (PDT) – R$ 193.186,48
  • Recife - Geraldo Júlio (PSB) – R$ 490.500,00
  • Natal - Carlos Eduardo (PDT) – R$ 1.994.985,41
  • Rio Branco - Marcus Alexandre (PT) – R$ 485.000,00
  • São Paulo - João Dória (PSDB) – R$ 179.765.700,69
  • Fortaleza - Roberto Claudio (PDT) – R$ 601.020,91
  • Boa Vista - Teresa (PMDB) – R$ 212.627,44
  • Macapá - Clecio (Rede) – R$ 328.391,74
  • Porto Velho - Dr. Hildon (PSDB) – R$ 11.261.219,90
  • Teresina - Firmino Filho (PSDB) – R$  285.296,13
  • Palmas  - Carlos Amastha (PSB) – R$ 21.093.095,53
  • Curitiba - Rafael Greca (PMN) – R$ 573.442,75
  • Campo Grande - Marquinhos Trad (PSD) – R$ 1.400.126,51
  • Maceió - Rui Palmeira (PSDB) – R$ 835.090,38
  • Belém -  Zenaldo Coutinho (PSDB) – R$ 1.249.574,51
  • Vitória - Luciano Rezende (PPS) – R$ 672.424,08
  • Salvador - ACM Neto (DEM) – R$ 27.886.721,62
  • João Pessoa - Luciano Cartaxo (PSD) – R$ 1.131.560,69
  • Aracaju - Edvaldo Nogueira (PCdoB) – R$ 951.243,57
  • Rio de Janeiro - Marcelo Crivella (PRB) – R$ 701.651,81
  • Cuiabá - Emanuel Pinheiro (PMDB) – R$ 1.357.151,46
  • Belo Horizonte - Alexandre Kalil (PHS) – R$ 2.787.609,13
  • Porto Alegre - Nelson Marchezan Jr. (PSDB) – R$ 738.443,90
  • Florianópolis - Gean Loureiro (PMDB) – R$ 536.744,97
  • Goiânia - Iris Rezende – R$ 17.871.579,12
      
Total - R$ 275.565.173,02
Leia mais em: http://zip.net/bwtvBb
Fonte: Uol

Alerj confirma que calamidade será votada na terça-feira; reunião vai tradar de emendas

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) confirmou que a lei para reconhecer a calamidade pública econômica no Rio será votada na terça-feira, dia 1º.
O texto será o primeiro da pauta. Antes da sessão do plenário, uma reunião de líderes vai debater as 57 emendas apresentadas pelos deputados.
Na última semana, o texto também foi debatido pelos deputados e recebeu diversas emendas. Muitas dizem respeito a garantias aos servidores. Outras pedem o veto a novas isenções fiscais.
O governo do estado conta com a aprovação da calamidade para ter prazos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal suspensos, além da oportunidade de contratar empréstimos.
Fonte: Extra

sábado, 29 de outubro de 2016

As contas secretas da Igreja Universal


Documentos mostram que o bispo/senador Crivella (PL-RJ) seria responsável por empresas que lavam dinheiro em paraísos fiscais

Desde 1999, um inquérito na Procuradoria da República investigava as relações de líderes da Igreja Universal do Reino de Deus com duas empresas – a Cableinvest Limited e a Investholding Limited –, ambas com sede nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal britânico localizado no Caribe. Seis anos depois, a quebra do sigilo fiscal da igreja é pedida ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. O objetivo é investigar a existência de um esquema nos moldes da lavanderia montada por PC Farias.
Para a Procuradoria da República, há indícios de que o esquema foi utilizado para a compra da TV Record do Rio, em 1992, e de outras emissoras. As duas offshore (as subsidiárias criadas em paraísos fiscais para fugir da cobrança de impostos) enviaram dinheiro ao Brasil, por meio de operações irregulares, para a conta bancária de bispos da Universal e também de “laranjas”. Documentos da Receita Federal comprovam essas transações. As remessas e recebimentos totalizam US$ 18 milhões (R$ 44,6 milhões) e comprovariam a evasão de divisas.
ISTOÉ teve acesso a parte da documentação que deu início às investigações e
levou o procurador Fonteles a pedir a quebra de sigilo. A revelação mais explosiva é a identidade de um dos donos das empresas Cableinvest e Investholding. Por
trás da operação em Cayman estaria Marcelo Crivella, um economista carioca
de 43 anos, filho de Matilde Bezerra, irmã de Edir Macedo, o principal líder da igreja. Crivella é bispo da igreja e foi eleito senador pelo PL do Rio, em 2002. Segundo o relatório da Procuradoria Geral da República de maio de 2003, ao encaminhar o
caso para o STF, as investigações realizadas pela Interpol constataram que um
dos acionistas da Cableinvest é Crivella. Agora, com a quebra de sigilo, os bancos podem liberar extratos que comprovarão quem é o dono das empresas. Nos
papéis obtidos por ISTOÉ, aparecem a assinatura do senador, reconhecida por um cartório de São Paulo.
Esses documentos foram recolhidos por ex-dirigentes que tinham acesso à contabilidade da igreja, a contratos de compra e venda (de emissoras de rádio e tevê, imóveis e até de uma aeronave), além de declarações de Imposto de Renda de líderes da Universal. Crivella já depôs este ano na Polícia Federal do Rio e negou ser dono das empresas.
O império – A Igreja Universal está hoje em mais de 80 países, de acordo
com seus líderes. Mas, para alcançar esse crescimento, deixou rastros pelo caminho: enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, compra da Record
através de laranjas, acusações de curandeirismo e charlatanismo, chutes na imagem de uma santa e dissidências. Mas nada se compara a essas denúncias. Segundo a Procuradoria, há evidências de como funciona o esquema de
lavagem de dinheiro da igreja. Ele passa por uma triangulação entre doleiros no Brasil, as empresas de offshore nas Ilhas Cayman e bancos de investimento no Uruguai. Numa pequena mostra do esquema, ISTOÉ comprovou que, em 76 contratos, entre fevereiro e outubro de 1992, as duas empresas emprestaram US$ 6,3 milhões aos bispos, pastores e seletos simpatizantes da Universal. Entre
outros negócios, esse dinheiro serviu para justificar a compra da TV Rio. Os empréstimos têm um prazo de cinco anos para ser quitados, mas não há definição quanto ao número de parcelas nem data do início de pagamento. Nesses contratos, por exemplo, Alba Maria da Costa, então diretora de várias empresas do grupo Universal, recebeu um total de US$ 843 mil em dez contratos. Outros R$ 56 milhões (valores atualizados), em operações já comprovadas pela Receita Federal, foram parar nas contas de chefes da igreja, como os bispos Honorilton Gonçalves, responsável pela superintendência executiva da Rede Record; João Batista Ramos da Silva, deputado federal (PFL-SP) e ex-presidente da Record; e Carlos Rodrigues, deputado federal (PL-RJ) e hoje rompido com a Universal. Rodrigues chegou a ter um aumento em seu patrimônio de 15.000%.
O senador Crivella é figurinha fácil em processos que correram na Receita e no Ministério Público. Em 1990, ele e outros testas-de-ferro da Universal compraram a TV Record de Franca (SP), oficialmente, por Cr$ 45 milhões (hoje cerca de R$ 1,2 milhão). O dinheiro, como em outras aquisições do tipo, foi emprestado pela própria igreja. Na investigação de sonegação de impostos, a Receita, depois de quatro anos de trabalho, registra em seu relatório que os “empréstimos (foram) efetuados sem qualquer acréscimo, configurando-se em verdadeira doação”.
As provas do esquema de lavagem de dinheiro mostram o poder de Crivella sobre as ações das duas empresas de Cayman. Em um comunicado enviado aos diretores da Cableinvest, em nome dos “proprietários beneficiários” da empresa, Crivella autoriza o então presidente do Banco de Crédito Metropolitano (que pertencia à igreja e passou a chamar-se Credinvest), o executivo Ricardo Arruda Nunes, a movimentar “uma nova conta bancária com o Union Chelsea National Bank”. Crivella não está sozinho nesta operação. Outro brasileiro que aparece como sócio das empresas de Caymam é Álvaro Stievano Júnior. A trajetória de Stievano no reino da Universal é pouco sutil. Depois de passar pela diretoria do banco de Macedo, tornou-se diretor da New Tour Turismo, também de propriedade da igreja. Em comum com os dois cargos, o manuseio de dólares.
A dupla dinâmica assina, como acionistas e diretores da Investholding Ltd., outros dois documentos importantes, nos quais revelam suas relações com a empresa. “Eu, abaixo-assinado, sendo acionista e diretor da Companhia, por meio deste, designo Robert E. Axford ou, na sua ausência, Richard E. Douglas ou, na sua ausência, Ian A. N. Wight, ou, na sua ausência, Anne Mervyn para ser meu procurador (a ter minha procuração) para votar por mim e em meu interesse, para me representar em toda reunião anual da diretoria”, dizia a procuração. “Em cada compromisso permanecerá com totais poderes até revogação por parte do designador (abaixo-assinado) por escrito à companhia.” O documento dava poderes para votação na aprovação do balanço anual, reeleição de diretores e “outros assuntos sobre os quais o designado tenha recebido instruções expressas do designador”. Na ata da primeira reunião dos diretores da Investholding, no escritório da sede da empresa, em George Town, capital das Ilhas Cayman, ficou registrado que os dirigentes da empresa Robert Axford e Adrian Hammond seriam detentores de uma única ação da companhia cada um. Também que Axford ficaria como presidente, Crivella como diretor-vice-presidente e Stievano, diretor-secretário. Posteriormente, foi registrado o pedido de demissão dos diretores Axford e Hammond. O curioso é que o nome de Crivella aparece acima do nome do presidente da Investholding num relatório de reunião da empresa. Pelo menos até 1995, a mesma Investholding detinha cerca de 50% das ações do banco de Macedo.
Vaivém – O caminho de volta do dinheiro ao Brasil também está esmiuçado: os recursos transferidos para Cayman vinham sendo depositados em agências do Banco Holandês, em Montevidéu no Uruguai. Os dólares eram depositados em agências do Holandês nos Estados Unidos que repassavam o montante à agência de Montevidéu, além de uma operadora de câmbio uruguaia, a Cambio Val. Lá, os dólares eram convertidos em cruzeiros, com isenção de impostos, e enviados à filial brasileira, nas contas das duas empresas. Pelo menos US$ 7,5 milhões chegaram ao Brasil através do Banco Holandês e outros US$ 10 milhões por intermédio da Cambio Val, conforme registram dezenas de boletos. O certo é que o dinheiro recolhido em mais de dois mil templos da Universal voltaram ao Brasil sem pagar imposto e foram para a conta de alguns poucos escolhidos. Essas irregularidades serão apuradas agora pelo STF. E podem abalar o império do bispo.
Fonte: Istoé
  You Tube

Título: Uma igreja polêmica
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 12/07/2005, O País, p. 5
Sacos de dinheiro vivo não são novidade na história da Igreja Universal do Reino de Deus. Em abril de 1990, num culto classificado pelo bispo Edir Macedo de ¿A sexta-feira da cura e da libertação¿, que reuniu cerca de 160 mil pessoas no Maracanã, a imagem de obreiros carregando sacos de dinheiro com as doações dos fiéis causou polêmica.¿ Para que alguém possa ser abençoado financeiramente, não há outro jeito senão dar, porque vocês sabem: é dando que se recebe ¿ disse Edir Macedo no fim do culto.A frase foi uma espécie de senha para que centenas de obreiros uniformizados saíssem com sacolas no meio da multidão recolhendo a contribuição dos fiéis.Em setembro de 1995, o ex-pastor Carlos Magno divulgou para a TV Globo uma fita em que Edir Macedo aparece agachado, ao lado do hoje senador Marcelo Crivella, nos fundos do templo de Nova York contando dólares avidamente e fazendo caretas irônicas para a câmera. Macedo só esperou o último fiel sair do templo para contar os dólares. As imagens, gravadas em 1990, mostram o bispo e seus pastores falando de caixa dois e de maneiras de iludir e arrancar mais dinheiro dos fiéis.Ao mesmo tempo que crescia fisicamente, cerca de três templos ao mês nos anos 90, a Universal investiu na compra de emissoras pelo país. Uma dessas negociações, a compra da TV Record Rio, denunciada pelo GLOBO em 1996, foi feita usando laranjas, que conseguiram empréstimo de duas empresas ¿ Investholding e Cable Invest ¿ localizadas em paraísos fiscais. Entre os sócios das empresas estava o hoje senador Marcelo Crivella. Em maio deste ano, o então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo fiscal da Igreja Universal do Reino de Deus por crime contra a ordem tributária.Há um ano, Fonteles já havia pedido a quebra do sigilo fiscal ao ministro Carlos Veloso, relator do caso no STF. Em maio de 2004, porém, Veloso determinou que a Polícia Federal tomasse antes o depoimento de Crivella, do bispo Edir Marcelo, do ex-deputado Laprovita Vieira e de João Batista Ramos da Silva. Os depoimentos foram colhidos mas a decisão não saiu. A Igreja Universal, segundo o MPF, aparece como aparente proprietária das duas empresas. De 1992 a 1994, os diretores enviaram para essas duas empresas em paraísos fiscais cerca de US$18 milhões.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Rio anuncia na próxima sexta reforma do sistema previdenciário do estado

Pezão disse que ficou encarregado pelo presidente Michel Temer de fechar a proposta e a apresentar à equipe do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha

AGÊNCIA BRASIL
Rio -  A proposta de reforma do sistema previdenciário do estado do Rio de Janeiro, ainda em fase de elaboração pela equipe do governador em exercício, Francisco Dornelles, deverá ser anunciado na próxima sexta-feira.
A informação foi dada hoje pelo governador licenciado, Fernando Pezão, ao participar, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), do seminário Infraestrutura Fluminense – Desafios e Oportunidades, que contou com a participação do secretário do Programa de Parceria de Investimentos do governo federal, Moreira Franco e do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.
Pezão disse que ficou encarregado pelo presidente Michel Temer de fechar a proposta e a apresentar à equipe do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
“A ideia é encaminhar o pensamento de todos os estados sobre o tema. Estamos ouvindo todos os governadores e a proposta a ser encaminhada ao governo será definida em um fórum, no próximo dia quatro, quando a proposta será fechada com a participação de todos os secretários de Fazenda e Administração”, disse.
Embora ressaltando o fato de que a proposta ainda está em discussão, Pezão admitiu que a ideia inicial é aumentar a alíquota de contribuição de 11% para 14% e a idade de aposentadoria, que deverá passar a 65 anos de idade.
“É claro que qualquer que seja a proposta, os direitos adquiridos serão preservados, principalmente daqueles que estão perto de se aposentar. Não queremos penalizar o servidor público, mas os estados têm grandes déficits e nós temos que ter uma previdência equilibrada atuarialmente. O que não acontece hoje, em decorrência da queda das receitas”, ressaltou.
Luiz Fernando Pezão disse que, embora a questão da redução do salário seja questionada no STF [Supremo Tribunal Federal], até porque a Lei de Responsabilidade Fiscal coloca a questão, essa não é intenção do governo do Rio.
“Há uma série de medidas que o estado está tomando e nós vamos enxugar a máquina mais ainda. Já voltamos os gastos de custeio aos parâmetros de 2013, mas não a medida não foi suficiente, porque a arrecadação não está se recuperando e não há como equilibrar as nossas contas [sem essa recuperação da arrecadação].
Para Pezão, a solução deve vir mesmo via equilíbrio atuarial do sistema previdenciário. “O país está enfrentando uma queda de quase 7% do PIB, então é preciso tomar medidas fortes. Há a questão da idade (minima para se aposentar), a partir de 65 anos, e outros querem 67. O que ocorre hoje, principalmente no serviço público - ao contrário do INSS, que tem regime diferenciado - é que tem muitas categorias têm aposentadorias especiais que impactam tremendamente na previdência.”
“Hoje, a média de um aposentado no serviço público é de 53, 54 anos, com algumas categorias - pesadas para o estado - se aposentando com 48, 49 anos de idade, e que fica ganhando pelo teto. E a gente sabe que a expectativa de vida hoje no país é muito maior do que há alguns anos atrás”, afirmou.
Isenções fiscais
O governador licenciado Luiz Fernando Pezão, que deverá retornar ao cargo na próxima segunda-feira, disse que no Rio de Janeiro o pacto federativo “é fundamental” e um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal, para frear a “guerra” do incentivo fiscal que vem imperando no país. Pezão disse que o Rio de Janeiro continuará sua política de adotar a modalidade [de concessão de incentivos], como forma de atrair investimentos para o estado.
Ao discursar para empresários, no seminário Infraestrutura Fluminense – Desafios e Oportunidades, que ocorreu na sede da Firjan, Pezão chegou a pedir ajuda à entidade para que saia em defesa do Rio, na pratica adotada para atrair empresas, trazendo investimentos e gerando emprego e renda.
“Nós queremos serrar fileira junto com a Firjan nessa defesa da indústria no Rio de Janeiro, porque, senão, voltaremos ao tempo em que perdíamos empresas para outros estados, como foi o caso da Fiat, que foi para Minas, e hoje está se estendendo para Pernambuco. Esse é o mundo em que vivemos hoje: ou se faz um pacto onde ninguém mais dá incentivo, ou a guerra fiscal vai continuar. O que nós não podemos é ficar fora dela.”
Pezão disse que enquanto estiver à frente do governo do estado, continuará a incetivar e atrair o bom ambiente de negócios e investimentos. "Só crescemos com a geração de emprego, com a renda circulando e a gente precisa dessa causa no momento”.
MP
O governador Luiz Fernando Pezão questionou os números do Ministério Público, que moveu ação através do procurador Vinícius Cavalleiro proibindo o Rio de conceder novas isenções e criticando o estado, que, segundo ele, já renunciou a R$ 151 bilhões em incentivos nos últimos seis anos.
“Não existe este número. É uma discussão que tive com o presidente [Michel Temer] e com a ministra Carmem Lúcia ontem - e eles se sensibilizaram muito. Existe hoje, segundo ela, cerca de 200 ações entre estados sobre essa questão dos incentivos. Mas o Rio de Janeiro não pode ficar parado e é melhor ter 2% de uma indústria de que não ter nada”, disse.
Pezão, mesmo defendendo a necessidade do pacto federativo em relação à questão dos incentivos fiscais, ressaltou o fato de que é necessário que todos o adotem. “O pacto federativo é fundamental e é um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, tem que sentar todo mundo e discutir o assunto. E se tem erros nesse processo nós vamos corrigi-los”.
O governo do Rio sustenta que a concessão dos isentivos não foi o motivo pelo qual o estado está passando pela crise atual e contesta os números do MP admitindo perdas de R$ 33 bilhões.“
“Nós temos confiança nos nossos números e não foram dadas isenções: o estado reduziu, mas recebe o imposto. Quando nós damos incentivos financeiro às montadoras eles ficam por dez anos pagando imposto menor, mas depois eles voltam ao normal. O Estado não está abrindo mão de imposto, o nosso incentivo foi financeiro. Existe muita deturpação. Vamos abrir todos os nossos números e prestar todos os esclarecimentos necessários”, disse.
Firjan
Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro é um erro atribuir a crise do estado à renuncia fiscal. O presidente do Conselho de assuntos Tributários da Firjan, Sergei Lima, disse que, “graças aos incentivos fiscais, 231 novas indústrias se instalaram no Rio de Janeiro nos últimos anos”.
Segundo ele, a produção industrial dessas empresas mais que dobrou a arrecadação de ICMS nas cidades em que estão instaladas. “É uma receita que não existiria se essas indústrias não tivessem se instalado no Rio de Janeiro. Então, a política de incentivos fiscais não reduz a receita do estado, ao contrário, ajuda a incrementá-la”.
Lima ressaltou o fato de que eventuais irregularidades apontadas pelo Ministério Público devem ser tratadas caso a caso. “Mas a política de incentivos não pode ser extinta, como quer o MP. Se isso acontecer, seremos o único estado a não oferecer condições vantajosas para atração de investimentos. Vamos perder diversos empreendimentos para outros estados. Isso é menos emprego e renda para o Rio de Janeiro”, afirmou.
Números fornecidos pela Firjan à Agência Brasil indicam que, de 2008 a 2014, as 231 novas indústrias que se instalaram em 51 cidades do interior do Rio de Janeiro - atraídas por incentivos fiscais - propiciaram uma arrecadação de R$ 721 milhões de ICMS para o estado. E geraram quase 100 mil postos de trabalhos.
Sustenta ainda que, em 2008, a arrecadação de ICMS gerada por essas cidades era de R$ 596 milhões e já em 2014 saltou para R$ 1,3 bilhão. “Ou seja, a instalação dessas novas indústrias mais que dobrou o ICMS arrecadado nessas cidades para os cofres do estado”.
Fonte: O Dia

'Enquanto eu for governador darei incentivos fiscais', diz Pezão

                        Governador licenciado afirma que vai recorrer de liminar que proibiu as renúncias

                                       O governador licenciado Luiz Fernando Pezão - Givaldo Barbosa / 27-10-2016 / Agência O Globo
RIO - O governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta sexta-feira que vai continuar concedendo benefícios fiscais enquanto estiver no cargo. Segundo ele, os incentivos fiscais dados pelo estado são para atrair empresas e gerar empregos. Pezão afirmou que vai recorrer da decisão Justiça que proibiu o estado de renovar os benefícios e conceder outros novos.
— Esses incentivos possibilitaram que diversas empresas ajudassem na nossa arrecadação e gerassem empregos em muitos municípios do estado. Não teríamos a Nissan, todo o setor leiteiro, a fábrica de carnes que será inaugurada em Queimados, todo o pólo da Michelin, a Loreal. Temos discriminado todos os incentivos que demos. Queremos fazer um pacto com a Firjan na defesa da indústria do estado do Rio. Ou fazemos um pacto entre as federações e ninguém mais dá incentivos ou a guerra fiscal vai continuar. Não podemos ficar de fora dela. Esse é o mundo que vivemos — disse Pezão durante um seminário sobre infraestrutura na Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan).

O governador afirmou ainda que, em conversa com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, ela contou que existem mais de 200 conflitos na Justiça entre estados sobre guerra fiscal.

— O Rio ficou muito tempo fora dessa guerra. Me surpreende que deputados que eram secretário do nosso estado e trouxeram empresas para cá dessa forma, hoje são contra os incentivos. Estamos perdendo Renault e BMW para outros estados, mas competimos até o final.

Na liminar que estabaleceu a proibição, nesta quarta-feira, o Marcelo Martins Evaristo da Silva, da 3ª Vara de Fazenda Pública do Rio, também determinou que o governo apresente, em 60 dias, um estudo de impacto orçamentário de todos os incentivos.

Nesta quinta-feira, o Ministério Público estadual (MP) culpou os benefícios pela ruína financeira do Rio. O promotor Vinícius Leal Cavalleiro, da 8ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, disse que a renúncia de ICMS nos últimos seis anos chega R$ 151,3 bilhões, conforme valores lançados pelas empresas no sistema Documento de Utilização de Benefício (DUB). Para o promotor, o argumento de que a queda dos royalties levou à crise não se sustenta. Entre os beneficiados, há grandes empresas, como as do ramo automobilístico, mas também salões de beleza e até termas.

Pezão disse, por sua vez, que está reavaliando todos os incentivos concedidos e garantiu que, se houve algum erro, irá corrigi-lo.

— Os critérios usados foram leis aprovadas. Foram aprovadas na assembleia para todas, iguais. Se algo estiver errado, nós vamos corrigir. Tem que ter muita cautela para se colocar uma notícia dessa. Não é um salão de cabelereiro. Às vezes, tem uma outra atividade de cosméticos, que nós trouxemos para cá e que se beneficiou. Às vezes, o salão de beleza vai lá e pede o mesmo benefício. Infelizmente, as pessoas jogam numa linguagem que é muito ruim para o investimento, para quem esta atraindo a atividade para cá. Se tiver erros, claro que vou corrigir.

O promotor também comparou o peso do ICMS com a receita do petróleo: enquanto de 2010 a 2015 entraram no cofre do estado R$ 34,5 bilhões de royalties, a arrecadação de ICMS — maior fonte de recursos do estado — atingiu R$ 167 bilhões. Mesmo em 2014, quando o estado recebeu R$ 6,8 bilhões de royalties (o maior volume dos últimos seis anos), a arrecadação de ICMS foi quase cinco vezes maior (de R$ 31,5 bilhões). Ainda em 2014, a renúncia do imposto declarada ao DUB foi de R$ 25,9 bilhões.

Fonte: O Globo

Senado abre consulta pública sobre "PEC dos gastos"

Projeto que institui o novo regime fiscal tem sido alvo de controvérsias por supostamente congelar os investimentos em educação e saúde


Após a conclusão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 em dois turnos na Câmara dos Deputados, o projeto foi enviado ao Senado para análise e já está aberto para consulta pública, com a denominação de PEC 55/2016. Para votar, basta apenas ter um cadastro simples no serviço. Clique aqui para votar e acessar o projeto na íntegra.
A PEC, que altera Disposições Constitucionais Transitórias e institui um novo regime fiscal para as próximas décadas, é alvo de debates e controvérsias. Por um lado, os apoiadores defendem que é um instrumento necessário para controlar os gastos do governo; já os críticos do projeto acreditam que o projeto pode levar ao corte de gastos em serviços essenciais para a população, como saúde e educação.
O texto da PEC estabelece que os gastos das três esferas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior. Se o orçamento ultrapassar o teto, a Proposta determina que sejam feitos cortes em várias áreas, como a proibição para realizar concursos públicos e de aumentos para agentes públicos. As áreas de saúde e educação seguirão essas regras a partir de 2018.
A previsão é que o texto seja votado no Senado no dia 29 de novembro (primeiro turno) e no dia 13 de dezembro (segundo turno), conforme acordo entre os líderes partidários e o presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Fonte: Administradores

Vai rolar Power Point pra propina de 23 milhões da Odebrecht para Serra?


Jornal GGN – A doação eleitoral que a Odebrecht fez à campanha presidencial de José Serra em 2010 via caixa dois foi detalhada em pelo menos dois delatores da Lava Jato, segundo relatos da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (28). O montante teria abastecido não só o caixa eleitoral de Serra, mas também de outros candidatos tucanos.
“Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais.”
Novis e Paschoal já estão com os termos fechados há duas semanas, faltando apenas definir o valor da multa a ser paga. Não haverá regime fechado para nenhum dos dois colaboradores, assim como para Emílio Odebrecht, pai de Marcelo Odebrecht, que deve cumprir, no máximo, seis meses em regime domiciliar e mais seis meses em regime aberto.
Segundo a delação contra Serra, a primeira da Lava Jato, parte dos recursos doados em 2010 foi depositado em uma conta na Suíça, sendo que o interlocutor do tucano era o ex-deoputado Ronaldo Cesar Coelho (fundador do PSDB, atualmente no PSD). O jornal não especificou quanto foi enviado ao exterior.
Já no Brasil, o repasse foi negociado com o também ex-deputado estadual Márcio Fortes (PSDB), próximo de Serra. Ele é o homem que arrecada para campanhas presidenciais tucanas. Fez o mesmo por FHC na década de 1990 e Aécio Neves, em 2014.
A Odebrecht afirma que tem como comprovar os depósitos, e afirmou, ainda que fez o acordo do caixa dois com a direção nacional do PSDB, que depois distribuiu o montante na Suíça a outras candidaturas.
No Tribunal Superior Eleitoral, a Odebrecht doou oficialmente ao PSDB, em 2010, R$ 2,4 milhões, para a campanha de Serra.
Na delação, de acordo com o jornal, os executivos disseram que o caixa dois não estava vinculado a nenhuma contrapartida. Teria sido apenas o atendimento a um pedido do PSDB.
Na planilha da Odebrecht, Serra aparece como “careca” ou “vizinhO”, por ter morado muito próximo de Pedro Navis e manter relações com ele.
Serra, disse, por meio de sua assessoria, que “não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas”. Cesar Coelho também negou as acusações. Fortes e Odebrecht não se manifestaram.
Fonte: Falando Verdades

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Viúva de Amarildo registra queixa contra Crivella; ele nega acusação

Beth diz que foi procurada para gravar um vídeo para a campanha do PRB.
Já a campanha de Crivella afirma que foi procurada pela viúva do pedreiro.

Elizabeth da Silva, viúva de Amarildo de Souza, deixa a delegacia após registrar queixa contra campanha de Crivella (Foto: Gabriel Barreira/G1)

A viúva do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, Elizabeth Gomes da Silva, registrou queixa na polícia contra a campanha de Marcelo Crivella, candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PRB, por constrangimento. O caso foi anotado na 11ª DP (Rocinha) nesta quinta-feira (27).
A informação foi divulgada inicialmente pela coluna de Ancelmo Gois, do jornal "O Globo". Segundo o texto, ela, que seria dependente química, teria sido induzida a beber e depois gravar uma entrevista em vídeo para a campanha de Crivella.
No vídeo, de acordo com ela, os autores perguntam se o adversário do bispo na prefeitura do Rio, Marcelo Freixo (PSOL), ficou com parte do valor da campanha "Somos Todos Amarildo". Por estar fora de si, ela diz que não se lembra do que respondeu.
Com o projeto, Elizabeth comprou uma casa para a família após a morte do marido. Freixo diz, em nota, que a família de Amarildo sempre soube que parte do valor iria para organizações de direitos humanos.
O advogado da família, João Tancredo, disse que a viúva de Amarildo é usuária de drogas e gravou o vídeo após receber dinheiro para comprar cocaína. A campanha de Crivella diz que foi procurada espontaneamente para ouvir uma denúncia.
"Ela foi procurada tarde da noite na casa por uma quantidade de 12 a 15 homens que insinuavam que o advogado [o próprio Tancredo] e Marcelo Freixo tinham ficado com o dinheiro da campanha chamada 'Somos Todos Amarildo'. Sendo que a família sabe que parte era para compra da casa e parte para um projeto sobre outros desaparecidos no Rio de Janeiro", afirma o advogado.
Beth também garante que foi surpreendida em casa pela chegada do grupo que trabalha para Crivella. "Eu não procurei esse povo. Eles vieram falar para mim que iam fazer a filmagem da minha casa para o Crivella ganhar [a eleição], arrumar minha casa e arrumar um dinheiro para mim durante quatro anos", diz Beth.
Após a morte de Amarildo, assassinado em julho de 2013 por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, onde vivia, Freixo participou de uma campanha que arrecadou dinheiro para comprar uma casa para Elizabeth e seus filhos.
Segundo Tancredo, os homens se disseram funcionários da campanha de Crivella e teriam dado R$ 190 a Elizabeth, que teria comprado droga com o dinheiro. Depois de gravar o material, eles teriam dado mais R$ 100 e dito que ela seria recompensada.
Tancredo disse que o caso é uma "perversidade" por "aproveitar" a fragilidade da família. O advogado disse também que vai tentar impedir judicialmente que as imagens sejam utilizadas na propaganda eleitoral. "Tenho plena compressão se ela tenha dito qualquer coisa em que não acredita. Vamos solicitar as gravações e buscar a não-divulgação das imagens".
Veja nota da campanha de Crivella na íntegra:
Na semana passada, a equipe de campanha do Senador Marcelo Crivella foi contatada pela Associação de Moradores da Rocinha que nos informou que Elizabete Gomes da Silva, viúva do pedreiro Amarildo, queria conversar conosco sobre o dinheiro arrecadado numa campanha de solidariedade à família que não foi repassado integralmente a ela e a seus seis filhos com Amarildo.
No início da noite da última terça-feira, por volta das 20h, fomos entrevistá-la.
Ela falou por mais de uma hora à equipe e à representantes da Associação de Moradores da Rocinha. Elizabete não estava sob o efeito de álcool e não houve consumo da substância por parte de ninguém durante toda a entrevista.
A campanha de Marcelo Crivella, através dos instrumentos legais disponíveis, buscará entender:
1) Se, de fato, Elizabete Gomes da Silva fez alguma queixa à delegacia, alegando que foi embriagada para dar a entrevista;
2) E se realmente o fez, buscar entender a razão que motivou Elizabete Gomes da Silva a ter ido à delegacia e inventado que deu entrevista sob o efeito de álcool.
Repetimos: a conversa foi sugerida e autorizada por ela. Depois desse entendimento, as medidas  legais cabíveis serão tomadas.
Nota da campanha de Marcelo Freixo sobre a campanha "Somos Todos Amarildo"
A campanha "Somos Todos Amarildo", organizada por artistas, juristas e pesquisadores da área de segurança pública após o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em julho de 2013, arrecadou R$ 359.341,77 através de leilão realizado pela produtora Paula Lavigne e show de Caetano Veloso e Marisa Monte no Circo Voador. Deste total, R$ 186.213,48 foram doados para a família.
O restante do dinheiro foi destinado a entidades que atuam na defesa dos Direitos Humanos: Grupo Tortura Nunca Mais, Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, Associação de Mídia Comunitária da Rocinha (TV Tagarela), Projeto Via Sacra e Associação Cristã de Ação e Desenvolvimento do Rio de Janeiro.
O projeto "Somos Todos Amarildo" tinha dois objetivos, que foram acordados com a família e bastante divulgados: comprar uma nova casa para a família do pedreiro e financiar o desenvolvimento de um programa sobre pessoas desaparecidas no Rio em consequência de ações de agentes do Estado. A ideia era produzir o perfil das vítimas, entender como ocorrem os desaparecimentos, descobrir as principais dificuldades para a investigação e prestar assistência às famílias.
O primeiro objetivo foi atingido. A nova casa, escolhida pela viúva de Amarildo, Elizabeth Silva, e seus filhos na Rocinha custou R$ 50 mil. Os eletrodomésticos e móveis foram adquiridos por R$ 10 mil. O segundo objetivo, infelizmente, não foi alcançado devido à não colaboração do governo do Estado.
Lamentavelmente, o governo Sérgio Cabral não forneceu as informações necessárias para o desenvolvimento do programa sobre pessoas desaparecidas. A coordenação do projeto, formada por Julita Lemgruber (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes), Ignacio Cano (Laboratório de Análise da Violência da UERJ), Michel Misse (Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ) e Glaucio Soares (Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ), encaminhou diversos pedidos de informações ao Instituto de Segurança Pública, ligado à Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve resposta.
Diante disso, com descrito anteriormente, o dinheiro que seria usado para financiar o programa foi destinado à família e às entidades que atuam na defesa e promoção dos Direitos Humanos. Todas as decisões foram tomadas pelo conjunto de pessoas envolvidas no projeto, inclusive a família de Amarildo.
O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza sumiu após ser levado por policiais militares para ser interrogado na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) durante a "Operação Paz Armada", de combate ao tráfico na comunidade, entre os dias 13 e 14 de julho de 2013.
Na UPP, o pedreiro teria passado por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs, eles ainda passaram por vários pontos do Rio antes de voltar à sede da UPP, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho, o que as câmeras nao registraram.
                                                     Amarildo desapareceu em julho de 2013 (Foto:
                                                          Reprodução/GloboNews)
Em janeiro deste ano, a juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal da Capital, condenou 12 dos 25 policiais militares denunciados pelo desaparecimento e morte de Amarildo.
Fonte: G1

STF revê decisão e Estado do Rio fica livre para pagar servidores no 10º dia útil do mês


A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, suspendeu o andamento do pedido de reclamação feito pela Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores do Estado (Fasp). Em julho, o ministro Ricardo Lewandowski ordenou, em caráter liminar, que o estado do Rio de Janeiro quitasse a folha de pagamento dos servidores públicos até o 3º dia útil do mês seguinte ao trabalho sob risco de arresto das contas públicas. Agora, com a revisão de Carmén Lúcia, o Rio fica livre para implementar o seu calendário, que prevê depósitos até o 10º dia útil ao mês seguinte ao trabalhado.
Desta forma, os arrestos das contas públicas poderão acontecer no seguinte cenário: caso o estado não quite toda a sua folha até o 10º dia útil do mês, o Tribunal de Justiça do Rio poderá determinar que seja feito novos arrestos. Mas, arrestos para que o pagamento seja feito antes do 10º dia estão vetados.
A ministra acatou argumentação da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Nos últimos dias, a PGE esclareceu que o estado do Rio "nunca apresentou um calendário oficial de pagamentos". E que o limite até o 3º dia útil foi estabelecido em anos anteriores em função do bom andamento da economia.
Os procuradores estaduais argumentaram, também, que a limitação ao 3º dia útil colocava em risco as contas públicas. A administração perdeu a capacidade de planejar seu Orçamento, tendo em vista que, no período de pagamento, os arrestos tornaram-se quase que diários.
Com isso, os salários de outubro dos mais de 460 mil servidores aposentados, entre ativos, aposentados e pensionistas, poderão ser pagos até o dia 16 de novembro, 10º dia útil do mês.
Confira a conclusão feita por Cármen Lúcia na íntegra:
[...], nego seguimento à presente reclamação, e casso a medida liminar nela parcialmente deferida, prejudicados os agravos regimentais e o pedido de ingresso como amici curiae formulado nestes autors eletrônicos. Publique-se."

Fonte: Extra


Professora de 79 anos cria PEC que corta gastos dos políticos e envia a Michel Temer

"Vou provar ao presidente que é possível fazer economia sem passar a tesoura nas verbas da saúde e educação". Professora aposentada de 79 anos cria PEC que corta gastos dos políticos e envia proposta através de carta aberta a Michel Temer. Em primeira análise, medida resultaria em economia de R$ 700 milhões por ano
A professora aposentada Minervina B Leite enviou através de carta aberta ao presidente Michel Temer uma proposta de PEC que corta gastos dos políticos e burocratas dos três poderes.
“Vou provar ao presidente que é possível fazer economia sem passar a tesoura nas verbas da saúde e educação, bem como nos salários dos servidores públicos de todo o país”, declarou.
Dona Minervina tem 79 anos e atuou como professora de matemática por mais de duas décadas na Rede Estadual de Educação da Bahia.
Excelentíssimo Senhor Michel Temer, Presidente da República,
Dado que o senhor, desde que assumiu ilegitimamente o governo, só fala em cortar gastos públicos em saúde, educação e salários do funcionalismo do país, proponho que assuma a proposta de PEC que apresento abaixo. Mas não gaste dinheiro em banquetes para tentar aprová-la. Faça mesmo por Medida Provisória com validade de 20 anos.
Artigo 1º: Este Projeto de Emenda à Constituição regulamenta o teto salarial de todos os ocupantes de cargos eletivos no país do Legislativo e Executivo, bem como dos mais altos mandatários do Judiciário e demais burocratas comissionados destes três poderes.
Parágrafo Unico: O teto salarial de governadores, presidente da república, vereadores, deputados, senadores, ministros, juízes, desembargadores e demais burocratas de que trata o caput do artigo acima deve ser pago de acordo com a Lei Federal 11.738/2008, que instituiu o piso nacional dos professores.
Artigo 2º: Quaisquer vantagens além do teto salarial estabelecido ao pessoal enquadrado no Art. 1º devem ser calculadas com base no que é concedido aos profissionais do magistério da educação básica pública de estados e municípios.
Parágrafo Único: Por vantagens, entenda-se auxílio-transporte, merenda parlamentar ou outras.
[…]
Presidente, análise preliminar feita por mim indica que, só com cortes de mordomias e altos salários na Câmara dos Deputados, é possível economizar mais de R$ 700 milhões em apenas um ano. Por isso, leia essa proposta de PEC com atenção, por gentileza.
Minervina B Leite
)Fonte: