Última etapa do desmonte complicará muito o trânsito, diz a própria CET-Rio
Rio - A quarta e última etapa de derrubada do Elevado da Perimetral, com a interdição nos dois sentidos de parte da Avenida Rodrigues Alves, promete ser a fase mais crítica para trânsito. A Prefeitura do Rio estima reflexos de engarrafamento até em Botafogo, a partir de sábado, quando começará o bloqueio. Nesta quarta, comerciantes do entorno da Rodoviária Novo Rio já reclamavam do prejuízo que terão durante o fechamento da via, que tem previsão de reabertura para o segundo semestre de 2015.
Para o diretor de operações da CET-Rio, Joaquim Dinis, o carioca precisará de muita paciência no trânsito, pois o tráfego ficará pior do que nas etapas anteriores. “Esse último fechamento da Rodrigues Alves é tão complicado quanto o primeiro. Só que naquela época, ainda ofertamos uma nova via, a Binário. Desta vez, não haverá oferta nenhuma”, explica Dinis. “Por isso, evitem acessar o Centro de carro e prefiram o transporte público”, completou.
O bloqueio de mais de 650 metros da Rodrigues Ales vai desde a garagem da rodoviária até a Avenida Professor Pereira Reis.
Pela manhã, a prefeitura estima engarrafamentos na Ponte Rio-Niterói e Avenida Brasil. Já na parte da tarde, haverá problemas para quem vem do túnel Santa Bárbara e Elevado 31 de março, com possíveis reflexos na Rua Pinheiro Machado e Praia de Botafogo. “A situação no Santo Cristo vai ficar muito pior do que é hoje”, declarou o diretor da CET-Rio.
Para amenizar os impactos no trânsito, o Centro de Operações criou rotas alternativas que podem ajudar o motorista. Quem vier pela Avenida Brasil, por exemplo, pode chegar ao Centro e à Tijuca por Benfica ou São Cristóvão. A recomendação também é para o uso da Linha Vermelha.
Mas para quem quiser encarar os novos desvios, em vez de acessar a Rodrigues Alves, poderá seguir pela Rua Comandante Garcia Pires e depois, pela Rua Santo Cristo, ou seguir pela Francisco Bicalho na pista lateral. E na volta do Centro, todos serão obrigados a seguir pela Via Binário do Porto até a alça de subida do Gasômetro.
Além dos motoristas, passageiros de ônibus também terão uma árdua tarefa pela frente. Com o bloqueio da Rodrigues Alves, pontos de ônibus serão remanejados para outras ruas e mais de 30 linhas municipais e intermunicipais sofrerão alteração de itinerário. No entorno da rodoviária, ontem, poucos pedestres sabiam da nova interdição.
“Não tem nenhuma placa avisando de mudança do ponto. A prefeitura se programa tanto para interditar uma via, mas nunca pensa em avisar com antecedência à população”, criticou a comerciante Jéssica Esteves, de 32 anos.
Comerciantes preveem prejuízos
O pouco comércio que existe no início da Rodrigues Alves já contabiliza os futuros dias de prejuízo com o fechamento de parte da avenida. No único bar da região, o Porto do Rio, funcionários temem pelo esquecimento das pessoas. “Já não somos muito visíveis. Sem movimento de ônibus e carro então, ninguém mais vai ver o bar”, declarou o funcionário Felipe Martins, de 19 anos.
Entre os camelôs da Avenida Rodrigues Alves, a sensação é de despejo. “Vamos ter que tirar as barracas daqui. Isso causa uma certa indignação, pois pagamos nosso ponto à Prefeitura e ela não vai nos ajudar”, criticou Severino Silva, de 60 anos.
Nesta quarta-feira, em frente à rodoviária, na Rodrigues Alves, operários da concessionária Porto Novo trabalhavam na construção de um novo acesso exclusivo para ônibus de turismo. As pistas serão para entrada e saída dos veículos, o que vai garantir rapidez no acesso à rodoviária. Atualmente, a entrada é feita pela rua atrás da Rodrigues Alves.
Túnel Binário: alívio só no fim do ano
A promessa de melhoria no trânsito da Zona Portuária virá em forma de túnel. Até o fim deste ano, será entregue o túnel Binário do Porto, que ligará a Rua Primeiro de Março até a Antônio Lage, próximo ao Moinho Fluminense. A expectativa é desafogar o tráfego principalmente para quem utiliza a Avenida Brasil.
“Vai melhorar para quem quiser pegar a Avenida Brasil direto, pois é só acessar o túnel na Presidente Vargas e sair na Via Binário”, explicou Alberto Silva, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp). O túnel terá três faixas de rolamento e 1.480 metros de extensão.
O desmonte do último trecho da Perimetral será igual ao feito nas segunda e terceira fases: terá auxílio de britadeiras para a quebra do concreto. A meta é que o trabalho dure de três a quatro meses. Após a derrubada, os próximos meses, até o segundo semestre de 2015, serão para o trabalho de implantação de novas redes de água, saneamento, drenagem, energia, gás natural e iluminação.
Fonte: O Dia
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