Torcida hermana ironiza derrota brasileira com paródias e se aquece para partida contra Alemanha
A comemoração argentina pela vitória sobre a Holanda começou horas antes do placar final: grupo de torcedoras fez topless e a alegria de quem assistiu ao jogo
Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia
Rio - A festa argentina pela classificação à final da Copa, que varou a madrugada pelas ruas do Rio, começou horas antes na Praia de Copacabana. A cobrança de pênalti convertida pelo meia Maxi Rodríguez credenciou os hermanos a lutar pelo tricampeonato domingo, contra a Alemanha, no Maracanã. Maioria na arena Fifa Fan Fest, os cerca de 20 mil argentinos vibraram. A goleada sofrida pela seleção brasileira na véspera, é claro, não foi esquecida pelos rivais, que cantaram paródias de músicas ironizando a eliminação da seleção canarinho.
“É um sonho. Venceremos uma Copa no Brasil, em pleno Maracanã! Nunca imaginamos que chegaríamos tão longe, em solo rival”, se empolgava a argentina Lindsay Musser, antes mesmo da final. Ela e o marido Alberto Musser vieram ao Rio apenas para o Mundial e garantem: vários familiares estão a caminho para aquela que será a ‘invasão argentina”, segundo eles.
Se durante a noite os bares de Copacabana e da Lapa foram ‘pintados’ pelo azul e branco das camisas argentinas e tomados pela euforia coletiva, durante a tarde a apreensão tomava conta da maioria. O placar de 0 a 0 no tempo regulamentar fez com que um ‘Pai Nosso’ fosse rezado em coro antes das penalidades máximas. Entre as músicas repetidas à exaustão nos momentos iniciais do jogo, uma chamava atenção pela irreverência. “Tive Maradona que é melhor do que Pelé e nunca perdi Copa em casa”, dizia o refrão. Ao final do jogo, a festa tomou conta da multidão.
Um grupo de torcedoras com os seios nus e pintados fazia a alegria dos brasileiros no local, enquanto o show do cantor Arlindo Cruz embalava os desajeitados passos de samba dos ‘hermanos’. A festa, segundo eles, só acabará na segunda-feira.
DERROTA DO BRASIL
Ironias à parte, a derrota brasileira na segunda-feira ainda repercutia entre os argentinos. “Nunca vi algo parecido. O mundo respeita o futebol brasileiro, mas parece que os jogadores se esqueceram disso”, disse Lucho Rabe. Já Guillermo Garibatto lembrou das decisões vencidas pelo Brasil. “Foi a melhor sensação que o futebol me deu na vida. Infelizmente, não foi dada pela minha seleção”.
Espírito esportivo e frustração prevaleceram entre holandeses
Entre os holandeses, a frustração pela eliminação veio acompanhada do fim de um sonho: esta pode ter sido a última Copa do Mundo de alguns dos jogadores da seleção, apontada como uma das melhores gerações que o país teve nos últimos anos.
“Tivemos o Robben como melhor jogador do Mundial e tínhamos um bom grupo, mas perdemos. É sempre assim. Empatamos, mas não vencemos”, disse em lágrimas a torcedora Kira Overly. Ela e duas amigas que moram em Belo Horizonte chegaram na segunda-feira ao Rio, onde acreditavam que assistiriam à grande final no Maracanã.
Apesar da frustração, o espírito esportivo prevaleceu em boa parte dos holandeses. Quando a imagem dos principais jogadores da seleção aparecia no telão do Fan Fest, boa parte dos presentes os apaludia. “Eles honraram a camisa, não entregaram o jogo e nem levaram sete gols”, ironizava a seleção brasileira, Grethei Both-Martinez.
Apesar das ironias e provocações, o respeito ao futeol brasileiro continuava em alta. “Essa experiência é fantástica. Estou no país do futebol, assistindo a uma Copa do Mundo”, se redimiu Grethei.
Fonte: O Dia
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