Com 98,5% das urnas apuradas, a presidente Dilma Rousseff tem 51,5% e Aécio Neves 48,5%; Dilma venceu Aécio em Minas e no Rio, mas perdeu em São Paulo; votos pendentes virão do Norte e do Nordeste, onde Dilma tende a abrir; já é matematicamente impossível superá-la; PT conquista ciclo de 16 anos no poder, uma vitória histórica para um partido que tem apenas 34 anos de vida
Com 98,5% das urnas apuradas, a presidente Dilma Rousseff tem 51,5% e Aécio Neves 48,5%. Ela venceu em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e perdeu em São Paulo. Os votos que faltam apurar vêm das regiões Norte e Nordeste – o que favorece a presidente.
O resultado é muito semelhante ao da pesquisa Datafolha, que apontou vitória de Dilma por 52% a 48%.
Agora, já é matematicamente impossível alcançá-la.
Com a vitória, o Partido dos Trabalhadores, que foi criado em 1980, terá um ciclo de 16 anos no poder.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil:
Luana Lourenço e Sabrina Craide – Repórteres da Agência Brasil
Com 97,62% das urnas apuradas, a atual presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), tem 51,38% dos votos válidos e está matematicamente reeleita para o cargo. O candidato Aécio Neves (PSDB) tem 48,62% dos votos válidos até o momento.
Mineira de Belo Horizonte, Dilma Rousseff, tem 66 anos, é economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tem uma filha e um neto. Foi reeleita hoje (26), junto com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), com o apoio da coligação formada por PT, PMDB, PDT, PCdoB, PR, PP, PRB, PROS e PSD. No primeiro turno, Dilma ficou em primeiro lugar, com 43.267.668 votos (41,59% dos votos válidos).
Filha de um imigrante búlgaro e de uma professora do interior do Rio de Janeiro, Dilma viveu em Belo Horizonte, capital mineira, até 1970, onde integrou organizações de esquerda, como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Foi presa em 1970 pela ditadura militar e passou quase três anos no Presídio Tiradentes, na capital paulista, onde foi torturada.
Em 1973, mudou-se para Porto Alegre, onde construiu sua carreira política. Na capital gaúcha, Dilma dedicou-se à campanha pela anistia, no fim do regime militar, e ajudou a fundar o PDT no estado. Em 1986, assumiu seu primeiro cargo político, o comando da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, convidada pelo então prefeito Alceu Collares.
Com a redemocratização, Dilma participou da campanha de Leonel Brizola à Presidência da República em 1989. No segundo turno, apoiou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1993, Dilma assumiu a Secretaria de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, cargo que ocupou nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).
Em 2000, Dilma filiou-se ao PT e, em 2002, foi convidada a compor a equipe de transição entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Quando Lula assumiu, em janeiro de 2003, Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia, onde comandou a reformulação do marco regulatório do setor. Em 2005, ainda no primeiro governo Lula, Dilma assumiu a chefia da Casa Civil, responsável até então por projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.
Dilma deixou a Casa Civil em abril de 2010 e, em junho do mesmo ano, teve sua candidatura à Presidência da República oficializada. Venceu sua primeira eleição no segundo turno, contra o candidato do PSDB, José Serra, com mais de 56 milhões de votos.
Em um governo de continuidade, Dilma manteve e ampliou programas sociais da gestão Lula e implantou iniciativas que levaram à redução da pobreza, da fome e da desigualdade. Criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e ampliou programas de empreendedorismo. Também implantou um programa de concessões para obras de infraestrutura e logística, muitas ligadas à realização da Copa do Mundo. Em um governo marcado por episódios de corrupção, Dilma chegou a demitir seis ministros em dez meses, em 2011. A presidenta reeleita também enfrentou problemas com a economia, com queda no ritmo do crescimento do país e avanço da inflação.
Fonte: 247
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