Brasília – A Controladoria-Geral da União (CGU) informou hoje (15) que vai
propor a notificação da empresa Siemens para que preste esclarecimentos sobre
denúncias de formação de cartel nas licitações do Metrô de São Paulo e da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A empresa faz parte do
Cadastro Pró-Ética, mantido pela CGU, que faz exigências para adesão e
permanência na lista, como não se envolver em denúncias capazes de gerar
questionamentos quanto ao compromisso da empresa com a ética e a integridade. O
comitê gestor do cadastro é que avaliará a possível exclusão da Siemens.
“O Cadastro Empresa Pró-Ética tem como objetivo avaliar a existência, nas
empresas, de mecanismos que visem a reduzir os riscos de ocorrência de fraude e
corrupção, na busca de um ambiente ético e íntegro, tanto nas suas relações de
ordem privada, como no seu relacionamento com o setor público”, explicou a CGU
por meio de nota. Segundo a coordenadoria, a inclusão no cadastro indica que a
empresa tem colocado em prática medidas internas para reduzir a probabilidade de
ocorrência de atos ilícitos e desvios, além de adotar ações imediatas para
puni-los, caso aconteçam, e remediar seus efeitos adversos.
A CGU ressaltou, no entanto, que a aprovação para integrar o Cadastro
Pró-Ética não deve ser entendida como um Selo de Empresa Limpa ou garantia de
que a empresa esteja livre de atos de corrupção. “Não há, portanto, em
princípio, qualquer contradição entre o fato de uma empresa constar do Cadastro
Pró-Ética e vir a ser objeto de notícias sobre seu anterior envolvimento em
casos de corrupção. Diferente será a situação na hipótese de surgirem fatos
novos a representar a ruptura daquele compromisso público, repita-se, assumido
espontaneamente” diz a nota.
Segundo a CGU, a Siemens entrou no cadastro em 2011, anos depois dos fatos
noticiados atualmente, provavelmente relacionados ao grande escândalo de que foi
protagonista nos anos 2007 e 2008, e que resultou na implantação de um plano de
integridade. Além disso, teria passado por análise criteriosa dos vários
aspectos englobados em “amplo e rigoroso” questionário de requisitos, sendo
aprovada por um comitê gestor multilateral, formado por oito instituições, além
da própria controladoria.
Fonte: Danilo MacedoRepórter da Agência Brasil
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