sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Explosão deixa um morto em posto da Polícia Civil na Praça da Bandeira

Segundo moradores, o estrondo foi muito alto, mas não houve fogo

 
Explosão na divisão de transporte da policia Civil mata operário que realizava obras no local Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Explosão na divisão de transporte da policia Civil mata operário que realizava obras no localDomingos Peixoto / Agência O Globo

RIO - O operário Marlon Assis de Azevedo, de 19 anos, morreu ontem em consequência de uma explosão enquanto manuseava um maçarico próximo a um tanque de combustível, na Divisão de Transportes da Polícia Civil, na Praça da Bandeira, na Zona Norte. O rapaz trabalhava sozinho na obra de reforma do posto, que até dezembro passado era usado para abastecer a frota instituição. Apesar de interditado para a realização da reforma, não há no espaço nenhuma placa indicando a natureza do serviço, o responsável técnico, o valor e o número da licença municipal autorizando o serviço.
De acordo com o delegado Orlando Zaccone, da 18 ª DP (Praça da Bandeira), um inquérito foi instaurado para apurar as causas da explosão, que aconteceu às 15h30m de ontem. Vizinhos do posto localizado na esquina da Rua Santa Filomena com Travessa Doutor Araújo ficaram assustados com o estrondo causado pela explosão. A dona de casa Maria dos Santos, de 58 anos, disse que saiu de casa, temendo uma tragédia. Apesar do barulho, não houve fogo após a explosão:
— Eu estava na cozinha e a minha casa toda tremeu, fiquei apavorada e pensei logo na tragédia que matou centenas de jovens naquela boate do Sul — disse a moradora, referindo-se a boate Kiss, em Santa Maria (RS).
O delegado acompanhou a remoção do corpo do operário e o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que aguardavam a chegada de um detector de gases e de um explosímetro para avaliar a concentração de gases inflamáveis no tanque. Orlando Zaccone disse que os recipientes estavam vazios desde dezembro, quando o posto foi fechado para a realização da reforma. O policial acredita que a explosão tenha ocorrido em consequência do uso do maçarico próximo à boca de saída do tanque, onde haveria concentração de gases.
O delegado ressaltou que a obra está sendo realizada pela empresa Fagundes, que teria sido contratada pela Petrobras Distribuidora, responsável pelo fornecimento de combustível à Polícia Civil. De acordo com o diretor do Deparamento Geral de Administração e Finanças da Polícia Civil (DGAF), delegado Flávio Marcos Amaral de Brito, a obra de recuperação estrutural tem por objetivo modernizar o serviço de abastecimento dos veículos do governo do estado.
Ainda segundo Zaccone, a empresa Fagundes teria terceirizado parte da execução da obra, contratando a empresa 3JC Comércio de Peças e Serviços para a qual o operário Marlon prestava serviço. Os responsáveis pelas duas empresas não foram localizados. Já Petrobras Distribuidora informou por meio de nota ter solicitado à empresa responsável pela execução da obra um relatório detalhado sobre as causas do acidente ocorrido no posto de abastecimento da Polícia Civil. A empresa também terá que se reponsabilizar pela assisntência à família do operário.
Em outubro de 2012, uma explosão de gás no interior do supermercado Multi Market da Estrada Coronel Vieira, em Irajá, na Zona Norte do Rio, deixou três mortos e quatro feridos. O impacto da explosão chegou a destruir toda a portaria de vidro do estabelecimento. A via chegou a ficar fechada no trecho entre a Avenida Monsenhor Félix e a Rua Tanabi por cerca de seis horas para o trabalho dos bombeiros, e o trânsito ficou intenso na região durante boa parte da tarde.
Em janeiro do mesmo ano, uma explosão deixou um morto e dois feridos no Cais do Porto. Na ocasião, três funcionários da empresa Triunfo Logística faziam trabalho de solda no antigo Armazém 30, altura do Caju. O motivo teria sido o vazamento de óleo numa galeria de águas pluviais, na área de operação da empresa. Rafael Martins Souza, de 29 anos, morreu por que, após a explosão, foi arremessado e bateu com a cabeça. Paulo Bento Pereira, de 52 anos, sofreu fratura exposta no braço direito e queimaduras leves na face. O outro ferido foi Carlos Ribeiro, de 52 anos.
Após a explosão, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) emitiu auto de constatação para a Triunfo Logística, pela concentração em quantidade de óleo combustível na galeria de águas pluviais. A companhia Docas também foi notificada a fornecer um mapeamento da região ao órgão ambiental.

Fonte: O Globo

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