sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

MORADORES BUSCAM ALTERNATIVA POR ÁGUA E SECRETARIA FAZ OPERAÇÃO

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A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro fez nesta quinta-feira 15 uma operação contra a captação ilegal de água em poços artesianos e a venda do produto em caminhões-pipa, na zona oeste da cidade. De acordo com a secretaria, com problemas no abastecimento de água encanada na região, a procura por caminhão pipa cresceu

A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro fez hoje (15) uma operação contra a captação ilegal de água em poços artesianos e a venda do produto em caminhões-pipa, na zona oeste da cidade. De acordo com a secretaria, com problemas no abastecimento de água encanada na região, a procura por caminhão pipa cresceu. O coordenador de Combate a Crimes Ambientais da Secretaria, José Maurício Padrone, disse que para captar água do lençol freático é necessária uma outorga do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Antes de autorizar a comercialização dessa água, o Inea faz, por exemplo, a análise para saber se ela é própria para o uso humano.
O morador do bairro do Recreio Fernando Versari disse que sofre com a falta de água encanada há pelo menos três meses. "Tem dias que chega água sem força na minha cisterna, mas tem dias que não chega nada. A sorte é que tenho um poço artesiano na minha casa. E, para beber, a gente tem que comprar água mineral", destacou o coordenador.
Na operação desta quinta-feira, três pontos de captação ilegal de água nos arredores do Parque Estadual da Pedra Branca foram encontrados e lacrados pela secretaria. "Nós estamos sofrendo atualmente com a questão da água e esses caminhões são vendidos sem o menor controle do Estado. A gente não sabe se essa água é contaminada ou não. A pessoa que compra para sua casa ou seu condomínio não tem a mínima ideia da procedência dessa água", disse Padrane, da secretaria.
Na Comunidade do Terreirão, também no Recreio, moradores dizem que o abastecimento de água só ocorre de madrugada. Mesmo assim, segundo a fisioterapeuta Valéria de Mattos, a água sequer tem pressão para chegar nas casas. Por isso, as pessoas fazem fila para buscar água em uma bica, que passa ao lado de um valão. "Eles abrem a água 1h da manhã e tenho que ficar a madrugada toda esperando aqui para encher um balde. A fila é imensa. Às 7h, já não tem mais água. Hoje, por exemplo, tomei água de balde. Tem gente tentando fazer poços artesianos, mas é muito caro, cerca de R$ 3 mil", disse a moradora.
No valão perto da bica, todas as noites costumam ficar vários jacarés já que os moradores têm o costume de alimentá-los nesse horário. "Teve uma vez que um jacaré pulou em cima de um cano próximo de onde estava uma criança", disse Valéria. Jorge Pereira de Almeida, outro morador do Terreirão, disse que também recorre à bica, mas ressalta que os jacarés não causam problema. "Eu tenho um poço em casa mas, de vez em quando, tenho que pegar água ali".
O secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, disse que a estiagem que atinge o país piora a situação do abastecimento de água. Ele explicou que deve se reunir com a direção da Companhia Estadual de Abastecimento de Água (Cedae) para discutir uma revisão tarifária que beneficie quem economizar água e puna quem gastar demais.
Por meio de nota, a Cedae informou que a falta de água não afeta toda a região e, se houver, são casos pontuais. No entanto, de acordo com a nota, a empresa tem um conjunto de obras na região, no valor de R$ 200 milhões, para ampliar o abastecimento da Barra, do Recreio dos Bandeirantes, de Jacarepaguá, Vargem Grande e Vargem Pequena, todos na zona oeste.
Fonte: Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil

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