Como se prevenir contra o vírus associado à microcefalia em bebês de mulheres infectadas durante a gravidez
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a relação entre a infecção pelo zika vírus e os casos de bebês que nasceram commicrocefalia, resultado do desenvolvimento anormal do cérebro durante a gestação. Ela pode causar retardo mental em 90% dos casos, problemas de visão e de audição e distúrbios neurológicos como a epilepsia.
A hipótese da relação entre o vírus e os casos de má-formação foi levantada por autoridades de saúde brasileiras depois que mais de uma centena de casos foram detectados em Pernambuco até outubro. Em 17 de novembro, o Instituto Oswaldo Cruz anunciou ter encontrado sinais do vírus no líquido amniótico de duas gestantes cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia. Desde então, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram notificados.
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O Ministério da Saúde aconselha que as mulheres que pretendem engravidar adiem os planos enquanto não há mais informações sobre a epidemia. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. Em 2015, o Brasil enfrentou uma das piores epidemias de dengue da história e, com a chegada do verão e das chuvas, a preocupação era de que o zika vírus espalhasse ainda mais rápido. Dia 1º de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de emergência internacional para o atual surto de zika vírus.
O Ministério da Saúde aconselha que as mulheres que pretendem engravidar adiem os planos enquanto não há mais informações sobre a epidemia. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. Em 2015, o Brasil enfrentou uma das piores epidemias de dengue da história e, com a chegada do verão e das chuvas, a preocupação era de que o zika vírus espalhasse ainda mais rápido. Dia 1º de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de emergência internacional para o atual surto de zika vírus.
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A Fiocruz confirmou que o vírus zika é capaz de ultrapassar a placenta. O estudo confirma as suspeitas de médicos brasileiros de que o vírus zika é o principal transmissor responsável pelos casos de microcefalia no país. Há suspeitas, ainda não confirmadas, de que o vírus possa ser transmitido através do leite materno, por sangue e sêmen. Ainda não há vacinas que impeçam a infecção. A melhor maneira de se prevenir é acabar com possíveis focos do Aedes aegypti, eliminando recipientes que acumulem água parada. Repelentes, telas de proteção e mosquiteiros para dormir também são medidas importantes.
A Fiocruz confirmou que o vírus zika é capaz de ultrapassar a placenta. O estudo confirma as suspeitas de médicos brasileiros de que o vírus zika é o principal transmissor responsável pelos casos de microcefalia no país. Há suspeitas, ainda não confirmadas, de que o vírus possa ser transmitido através do leite materno, por sangue e sêmen. Ainda não há vacinas que impeçam a infecção. A melhor maneira de se prevenir é acabar com possíveis focos do Aedes aegypti, eliminando recipientes que acumulem água parada. Repelentes, telas de proteção e mosquiteiros para dormir também são medidas importantes.
No dia 5 de fevereiro, a Fundação Oswaldo Cruz também detectou apresença ativa do vírus zika na saliva e na urina. A fundação deixou claro, porém, que “o significado dessa descoberta na transmissão ainda deve ser esclarecido” e que são necessários mais estudos para comprovações.
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Saiba mais sobre os sintomas, as formas de prevenção e o tratamento do Zika vírus:
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Raio-x do zika vírus
O que é: é um arbovírus, um tipo de vírus transmitido por artrópodes, como os insetos. Conhecido pela sigla ZIKV, é parente dos causadores de outras doenças, como a dengue, a febre amarela e a febre ocidental do Nilo.
Origem: foi isolado em macacos rhesus da Floresta Zika, na Uganda, em 1947, pela equipe do cientista GW Dick. Por 50 anos, o vírus causou surtos esporádicos e poucos casos em humanos eram conhecidos
Transmissão: no Brasil, ele é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor do vírus da dengue. A infecção ocorre quando a fêmea do inseto pica uma pessoa com o vírus e depois se alimenta do sangue de outra que não tem o vírus. Pesquisadores da Polinésia Francesa, que passou por uma epidemia no fim de 2013, levantam a hipótese de que o vírus seja transmitido da mãe para o filho pela placenta e pelo leite materno e estudam se sangue e sêmem também podem transmitir o vírus. Ainda não há confirmação sobre essas formas de infecção.
Diagnóstico: a suspeita é levantada por sintomas, mas a confirmação biológica é feita apenas por exames de sangue
Sintomas: segundo estimativas da OMS, 25% das pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas. Eles aparecem até 12 dias após a picada de um mosquito infectado e duram entre três e 12 dias. Podem manifestar-se na forma de:
- dores nas articulações, principalmente das mãos e dos pés
- inchaço nas mãos e nos pés,
- febre baixa (até 38,5ºC),
- manchas avermelhadas pelo corpo,
- coceira frequente,
- dor no fundo dos olhos,
- vermelhidão nos olhos,
- tontura,
- dores musculares.
- distúrbios digestivos, como náuseas, vômitos, diarréia e prisão de ventre, podem ocorrer, mas são menos comuns
Tratamento: é feito apenas para aliviar o desconforto causado pelos sintomas, geralmente combinando o uso de analgésicos e antialérgicos. O uso de aspirina não é recomendável em razão do risco de sangramentos e, em crianças menores de 12 anos, de insuficiência hepática
Consequências: os pesquisadores ainda não conhecem em muitos detalhes a evolução da doença e seus possíveis riscos. Foram registrados no Brasil três mortes: uma bebê que nasceu com microcefalia, uma adolescente de 16 anos e um homem que tinha uma doença autoimune. Na maior parte dos casos, a infecção pelo Zika vírus não parece provocar mais do que um mal-estar que pode durar algumas semanas, sem aparente desdobramentos de longo prazos. As consequências mais graves já registradas até hoje, além das mortes, são:
* síndrome de Guillain-Barré: em algumas pessoas, há sinais de que o vírus facilite o desenvolvimento da síndrome. O sistema de defesa começa atacar o próprio corpo e destrói a camada de gordura das células por onde são transmitidas as informações nervosas. Pode causar enfraquecimento muscular generalizado e até dificuldades para respirar, que podem
resultar em uma parada respiratória
* microcefalia: o déficit do crescimento do cérebro do feto durante a gestação é uma das últimas consequências a ser descoberta. Ela é diagnosticada durante o pré-natal ou logo após o nascimento, quando o perímetro do crânio do bebê deve ter mais de 32 centímetros. Em 90% dos casos, a microcefalia pode causar atraso no desenvolvimento mental, dificuldades para enxergar e ouvir e distúrbios neurológicos, como ataques epilépticos. As primeiras evidências da ligação entre o Zika vírus e casos de microcefalia surgiram após o aumento repentino no número de bebês nascidos com a má formação no Estado de Pernambuco. Em 17 de novembro, exames encontraram indícios do vírus no líquido amniótico de duas mulheres que tiveram seus bebês diagnosticados com microcefalia. Em 24 de novembro, autoridades de saúde da Polinésia Francesa anunciaram que 17 bebês nasceram com a má-formação entre 2014 e 2015 no território. No Brasil, até 2 de fevereiro, já foram registrados 4.783 casos suspeitos de microcefalia. Alguns dos Estados mais atingidos são:
Pernambuco (1.159 registros)
Paraíba (460)
Rio Grande do Norte (154)
Sergipe (178)
Alagoas (104)
Bahia (508)
Ceará (234)
Rio de Janeiro (196)
São Paulo (101)
Tocantins (84)
Maranhão (132)
Mato Grosso (111)
Distrito Federal (3)
Dos casos suspeitos de microcefalia, 404 já foram confirmados e em 17 destes, foi encontrada relação com o vírus Zika. Outros 3.670 casos continuam em investigação.
Prevenção: não há vacinas para evitar a infecção pelo Zika vírus. A melhor forma de combater a transmissão é acabar com focos onde o mosquito Aedes aegypti se prolifera, como recipientes com água parada. Para se proteger, vale usar repelentes, telas nas janelas e mosquiteiros para dormir.
Geografia e cronologia das epidemias
2007 - Micronésia - houve uma epidemia nas ilhas Yap, um dos quatro Estados que fazem parte do arquipélago da Micronésia, no Oceano Pacífico. Pesquisadores americanos e polinésios identificaram 185 casos suspeitos, dos quais 49 foram confirmados e 59 foram considerados prováveis. Eles estimam que 5.050 dos .6892 dos habitantes com mais de 3 anos - ou seja, 73% dos moradores - foram contaminados durante a epidemia. A maioria não manifestou sintomas
2013 - Polinésia Francesa - em outubro de 2013, o conjunto de ilhas no Pacífico enfrentava uma epidemia de dengue quando as autoridades de saúde notaram a existência de casos de Zika. Mais de 8.500 casos foram diagnosticados. Estima-se que 11% da população foi contaminada. Houve registro de 40 casos da síndrome de Guillain-Barré, que causa enfraquecimento muscular e até dificuldades respiratórios. Há a suspeita de que a infecção pelo Zika desencadeie a síndrome. Até a epidemia na Polinésia Francesa, não havia relatos de quadros graves causados pelo Zika vírus. Nenhuma morte foi relata. Não se sabe como o vírus chegou à Polinésia Francesa, mas espalhou-se para outras ilhas do Pacífico, como as Ilhas Cook, Ilha da Páscoa, Vanuatu, Ilhas Solomon e Nova Caledônia. Casos importados da Polinésia Francesa também foram diagnosticados no Japão, na Noruega e na França
2015 - Brasil - no começo do ano, autoridades de Saúde de Natal (RN) notaram a presença de uma síndrome que lembrava os sintomas da dengue. Os exames sorológicos deram negativo para os vírus da dengue e da febre chikungunya. Em março, o Instituto Oswaldo Cruz analisou amostras de sangue de pacientes com a síndrome e identificaram o Zika vírus. A genética do vírus encontrado em pacientes brasileiros sugere que ele é o mesmo que causou epidemias nas ilhas do Pacífico. Os pesquisadore da Fiocruz, autores do estudo que identificou os primeiros casos de transmissão no Brasil, sugerem que uma possível explicação para a entrada do Zika no país tenha sido a presença de turistas durante a Copa do Mundo de 2014.
2013 - Polinésia Francesa - em outubro de 2013, o conjunto de ilhas no Pacífico enfrentava uma epidemia de dengue quando as autoridades de saúde notaram a existência de casos de Zika. Mais de 8.500 casos foram diagnosticados. Estima-se que 11% da população foi contaminada. Houve registro de 40 casos da síndrome de Guillain-Barré, que causa enfraquecimento muscular e até dificuldades respiratórios. Há a suspeita de que a infecção pelo Zika desencadeie a síndrome. Até a epidemia na Polinésia Francesa, não havia relatos de quadros graves causados pelo Zika vírus. Nenhuma morte foi relata. Não se sabe como o vírus chegou à Polinésia Francesa, mas espalhou-se para outras ilhas do Pacífico, como as Ilhas Cook, Ilha da Páscoa, Vanuatu, Ilhas Solomon e Nova Caledônia. Casos importados da Polinésia Francesa também foram diagnosticados no Japão, na Noruega e na França
2015 - Brasil - no começo do ano, autoridades de Saúde de Natal (RN) notaram a presença de uma síndrome que lembrava os sintomas da dengue. Os exames sorológicos deram negativo para os vírus da dengue e da febre chikungunya. Em março, o Instituto Oswaldo Cruz analisou amostras de sangue de pacientes com a síndrome e identificaram o Zika vírus. A genética do vírus encontrado em pacientes brasileiros sugere que ele é o mesmo que causou epidemias nas ilhas do Pacífico. Os pesquisadore da Fiocruz, autores do estudo que identificou os primeiros casos de transmissão no Brasil, sugerem que uma possível explicação para a entrada do Zika no país tenha sido a presença de turistas durante a Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Época
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