segunda-feira, 3 de novembro de 2014

União Europeia exclui a Zona Franca de Manaus de contencioso

Área econômica exclusiva foi retirada do processo de contestação devido ao seu modelo de desenvolvimento nacional

Área econômica exclusiva foi retirada do processo de contestação devido ao seu modelo de desenvolvimento nacional

A União Europeia (UE) solicitou à Organização Mundial do Comércio (OMC), na sexta-feira (31), que monte um painel para decidir sobre as medidas tributárias do Brasil que, para os europeus, estão dando vantagem injusta aos fabricantes instalados no País, mas decidiu que a Zona Franca de Manaus vai ficar de fora do escopo legal da ação, reconhecendo o modelo de desenvolvimento nacional.
Em fevereiro deste ano, uma equipe do governo brasileiro, formada por técnicos do Itamaraty, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério da Fazenda, Receita Federal e Advocacia-Geral da União (AGU), esteve em Genebra (Suíça) para mostrar que o sistema tributário brasileiro não violava as regras internacionais.
Naquela ocasião, dentre outras normas, a União Europeia ainda contestava os benefícios da Zona Franca de Manaus e, por isso, integraram a equipe do governo o assessor especial da Suframa, Oldemar Ianck, e a coordenadora-geral de comércio exterior da autarquia federal, Sandra Almeida, que apresentaram aos europeus todos os detalhes da ZFM.
Uma semana após o primeiro encontro para esclarecimentos na OMC, a presidente da Republica, Dilma Rousseff, esteve em Bruxelas (Bélgica), e reforçou o viés de desenvolvimento social e sustentável da ZFM.
“Fico surpresa de que a Europa, sendo uma região tão comprometida com questões ambientais, conteste uma produção ambientalmente limpa na Amazônia, que gera emprego e renda e é um instrumento fundamental para que a gente conserve a floresta em pé”, disse a presidenta à época.
O pronunciamento de Rousseff levou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a declarar que “a União Europeia não tem nada contra a Zona Franca de Manaus. Pelo contrário: compreendemos perfeitamente a necessidade de discriminação positiva para aquela região, como forma de contrabalançar os problemas que podem existir sobre o desmatamento local”.
Decisivo
Apesar dos discursos, a UE continuava em dúvida sobre incluir a Zona Franca de Manaus em seu questionamento. No último dia 20 de outubro, uma comitiva formada por dois membros da Comissão da União Europeia e cinco profissionais da Apex-Brasil, esteve em Manaus para conhecer o modelo ZFM de perto.
“Tudo leva a crer que o que eles viram aqui, in loco, tenha sido fundamental para a decisão da Europa em excluir a ZFM do contencioso que está sendo aberto na OMC”, diz Sandra Almeida, que participou da recepção à comitiva no auditório da Suframa.
Além da coordenadora de comércio exterior, o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, participou da reunião e apresentou dados históricos do modelo, bem como os principais indicadores econômicos do Polo Industrial de Manaus.
Na ocasião, também falaram a favor da ZFM representantes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas (Seplan) e da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), todos com o foco “conservação ambiental com desenvolvimento”.
“Esta apresentação do dia 20 certamente teve sua importância na decisão tomada pela União Europeia, que é um reconhecimento mundial do modelo ZFM. No entanto, não podemos esquecer que, desde o primeiro momento, a equipe da Suframa, formada pelos competentes técnicos Ianck e Sandra, esteve presente esclarecendo todas as dúvidas dos europeus e reforçando que, em Manaus, os incentivos fiscais, além de gerar emprego e renda, têm grande conotação social e ambiental”, disse Thomaz Nogueira.

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