WASHINGTON — Americanos jovens, entre 18 e 19 anos, estão entre o grupo de jihadistas que mantém reféns desde sábado em um shopping em Nairóbi, no Quênia. A confirmação é da chanceler queniana, Amina Mohamed, que disse que dois ou três dos militantes são dos Estados Unidos, de grupos somalis ou árabes. Via Twitter, o grupo islâmico al-Shabab já havia dito mais cedo que cinco americanos estariam entre os combatentes, de Minneapolis, Kansas, Maine e Arizona. Baseado na vizinha Somália, o movimento tem um contingente maior de membros americanos do que qualquer outro ramo da al-Qaeda, segundo fontes da NBC.
Amina deu entrevista na noite desta segunda-feira à rede de TV al-Jazeera. De acordo com ela, 20 atiradores, homens e mulheres, participaram do ataque ao complexo de luxo. Outros americanos do al-Shabab já realizaram três atentados suicidas na Somália, entre 2008 e 2011. Todos eram de Minnesota.
Depois que o próprio presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, afirmou que alguns dos terroristas poderiam ser somalis que viveram nos Estados Unidos, autoridades americanas confirmaram que monitoram de perto os esforços do grupo de recrutar militantes no país. Mais cedo, o chefe das Forças de Defesa do Quênia disse que militantes estrangeiros participaram do ataque.
- Nós monitoramos muito cuidadosamente e estamos há algum tempo preocupados com os esforços do grupo em recrutar americanos ou pessoas nos EUA para ir à Somália - disse o vice-conselheiro nacional de segurança Ben Rhodes, lembrando que não têm informação direta sobre o envolvimento de americanos no ataque. - Essa é uma questão que tem sido acompanhada muito de perto pelo governo, e que vamos continuar olhando nos próximo dias.
Muitos dos combatentes americanos foram recrutados em cidades com grandes concentrações de somalis, como Minneapolis, que tem a maior concentração fora de seu país de origem. Grande parte do recrutamento inicial foi feito em uma única mesquita.
Em 2011, cerca de 250 membros do al-Shabab eram estrangeiros, incluindo árabes, europeus convertidos e somalis étnicos, todos cidadãos legais dos EUA e de países europeus. Na época, pelo menos 50 deles possuíam passaporte americano, incluindo jovens somali-americanos de Minnesota e o rapper jihadista Omar Hammami.
O ataque, que causou a morte de 62 pessoas, foi o maior ocorrido no Quênia desde o cometido pela al-Qaeda contra a embaixada americana em Nairóbi, em 1998, quando mais de 200 pessoas morreram. Agora, o al-Shabab confirma sua capacidade de causar danos mesmo com as perdas sofridas desde 2011, quando tropas do Quênia, e depois da União Africana, passaram a expulsar extremistas de várias regiões somalis.
Obama promete apoio dos EUA
Nesta segunda-feira, Obama classificou o sequestro como um “terrível atentado” e disse que os EUA vão dar apoio à polícia do Quênia. Segundo o presidente americano, cujo pai era queniano, os EUA trabalharão com a África e nações ao redor do mundo para desmantelar as redes que fazem esse tipo de violência.
- Quero expressar pessoalmente minhas condolências não apenas ao presidente Kenyatta, que perdeu alguns integrantes da família no ataque, mas ao povo queniano. Nós estamos com eles contra este terrível atentado. Vamos dar todo o apoio policial que for necessário. E estamos confiantes de que o Quênia continuará a ser um pilar de estabilidade na África Oriental.
Fonte: O Globo
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