Presidente do STF critica Congresso e rusgas entre Judiciário e Legislativo
aumentam
Brasília - Era apenas uma inofensiva palestra, ontem, a alunos do
Instituto de Educação Superior de Brasília, mas as declarações, feitas pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal, STF, ministro Joaquim Barbosa, logo
vazaram e ganharam repercussão nacional, aumentando as rusgas entre Judiciário e
Legislativo. Aos alunos, Barbosa afirmou que os os partidos políticos são de
“mentirinha” e que o Congresso Nacional é “ineficiente” e “inteiramente dominado
pelo Poder Executivo”. Mais tarde, em nota, o STF apressou-se em desculpar-se,
afirmando que não houve intenção do ministro em criticar o Congresso. Mas os
estragos já estavam feitos.
Barbosa fez críticas a partidos
Foto:
Agência Brasil
Em viagem ao exterior, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), afirmou, através de nota da assessoria, que a crítica do
presidente do STF à atuação do Congresso foi “desrespeitosa” e “não contribui
para a harmonia” entre os Poderes.
Presidente em exercício da Câmara, o deputado André Vargas (PT-PR) chamou de “absurdas” as críticas de Barbosa. “Esse comportamento para presidente de um Poder é irresponsável. Ele não está preparado para o cargo”, disse.
Judiciário e Legislativo vêm protagonizando embates. O mais recente ocorreu após a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovar proposta que submete algumas decisões do STF ao Congresso.
Apoio ao voto distrital
Na palestra, Barbosa ainda defendeu adoção do voto distrital para os deputados federais. “O Poder Legislativo, especialmente a Câmara dos Deputados, é composto em grande parte por representantes pelos quais não nos sentimos representados por causa do sistema eleitoral que não contribui para que tenhamos uma representação clara, legítima. Passados dois anos da eleição ninguém sabe mais em quem votou”, disse.
“Nós não somos nomeados, nós passamos pelo voto. Ele está se comportando politicamente. Será que não está preparando um caminho?”, respondeu o deputado André Vargas.
Fonte: O Dia
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