Movimento dissidente do sindicato dos motoristas e cobradores terá audiência no Ministério Público do Trabalho e fará assembleia
Rio - A possibilidade de nova greve dos rodoviários será debatida nesta terça-feira pelos dissidentes do sindicato que representa os profissionais da categoria (Sintraturb). Eles participam de audiência às 14h no Ministério Público do Trabalho (MPT), no Centro, para pedir a investigação de supostas irregularidades no acordo entre o Sintraturb e a Rio Ônibus (associação das empresas).
O grupo de dissidentes não aceita o contrato firmado em abril, que deu aumento de 10% aos motoristas e cobradores, e se reunirá em assembleia, às 16h, na Candelária, para definir as próximas ações. Não está descartada a hipótese de greve por tempo indeterminado. Agora, os dissidentes informaram aceitar rever as reivindicações.
“Nós podemos negociar um reajuste (salarial) abaixo de 40% e os valores da cesta básica. Mas não abrimos mão do fim da dupla função cobrador-motorista. Se ninguém quiser sentar e conversar com a gente, o jeito é fazer greve. Não sabemos se será por 24 horas ou por tempo indeterminado”, disse Luiz Cláudio da Rocha, um dos líderes do movimento.
Em nota, a Rio Ônibus informou que não negociará por considerar o movimento grevista ilegítimo. A entidade declarou também que “considera uma afronta à Justiça a possibilidade de uma nova paralisação organizada por um grupo dissidente de rodoviários, que, desrespeitando decisões judiciais e recorrendo à violência, está interrompendo um serviço essencial à população, causando grandes prejuízos à cidade do Rio de Janeiro.” A Rio Ônibus disse reconhecer o Sintraturb como único representante legítimo da categoria.
No MPT, os dissidentes vão alegar que o acordo firmado entre o sindicato e Rio Ônibus — que estipulou o reajuste salarial e 40% de aumento na cesta básica — foi feito à revelia dos profissionais da categoria. No início do mês, greve convocada pelos dissidentes afetou milhões de passageiros, que chegaram a ter à disposição menos de 30% da frota — o que é proibido por lei. Durante os três dias de paralisações, mais de 700 ônibus foram depredados.
Fonte: O Dia
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