quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Prefeitura aperta o cerco às vans após protesto na Barra


Delegado anuncia que motoristas que participaram de ato terão permissões cassadas

Um forte aparato foi mobilizado para conter o protesto: motoristas queriam seguir até o Palácio Guanabara
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia


A Coordenadoria de Transporte Complementar da Prefeitura do Rio vai solicitar a cassação das permissões de todos os motoristas de vans que realizarem protestos similares aos desta quarta-feira na Barra da Tijuca. “Todos têm direito a protestar. No entanto, entendemos que profissionais que trabalham na fluidez do trânsito não podem interromper o tráfego e fazer ameaças. Isto configura uma infração gravíssima ao Código Disciplinar da categoria”, argumentou o coordenador, o delegado Cláudio Ferraz.


Na Barra, protesto de van provocou engarrafamentos e impediu circulação de ônibusFoto: Carlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia A Secretaria Municipal de Transportes já realiza um levantamento de todos aqueles que interromperam o tráfego na Avenida das Américas e na Linha Amarela, além de bloquear os acessos ao Terminal Alvorada na manhã de ontem. A manifestação causou reflexos no trânsito de várias regiões da cidade.


“O plano de readequação do transporte alternativo imposto pela secretaria fez com que o número de vans licitadas nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio caísse de 2.500 para 392. Desde o último dia 16, estamos sem ter como trabalhar. Pleiteamos permissão para ‘rodar’ até o fim de janeiro”, disse presidente da Associação de Transporte Alternativo Ricardo, Douglas Valadares.


Ele foi detido e encaminhado à 16ª DP quando um comboio de 30 vans interrompia uma faixa da Avenida da Américas e rumava em direção ao Palácio Guanabara, apesar da recomendação policial para que não prosseguissem. Ele foi liberado após assinar termo circunstanciado.
Segundo Ferraz, a redução visa a melhorias no tráfego da região: “O transporte alternativo deve funcionar como complemento ao regular. E não viver em choque, piorando as condições de trânsito”.


A readequação do serviço de transporte alternativo implicará em novas regras aos licitados e benefícios aos passageiros. É o que garante Ferraz. “As vans licitadas contarão com catracas eletrônicas, terão fiscalização quanto à qualidade do serviço, motoristas uniformizados. Estudamos a possibilidade de monitoramento remoto dos carros”.


Segundo motoristas, nos “tempos áureos”, em que o serviço ocorria sem fiscalização, cada veículo chegava a lucrar R$ 12 mil por mês, o que não é mais possível por conta dos itinerários restritos. “Linhas com pouca demanda estão sendo revistas”, disse Ferraz.

Para Paes, é caso de polícia

Na tarde desta quarta, o prefeito Eduardo Paes chegou a definir os protestos dos motoristas como “caso de polícia”. Durante a manifestação, os motoristas ameaçaram realizar novas interdições no tráfego da cidade em pontos de grande aglomeração. “Vamos fechar a Radial Oeste no horário de chegada à final da Copa do Brasil e amanhã (hoje), às 5h, nos acessos à ponte”, chegou a ameaçar Ricardo em cima de um carro de som: ele foi detido logo depois e levado para a delegacia.
A possibilidade de caos fez com que a coordenadoria se reunisse com a CET-Rio, Polícia Militar e Guarda Municipal para elaborar um plano de contenção especial. “Trinta reboques estarão a postos, para recolher todas as vans que tentarem interditar o trânsito”, disse o coordenador de Transporte Complementar, Cláudio Ferraz.
Fonte: O Dia

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