O pesquisador canadense Chris Carlsten descobriu que a poluição pode afetar muito mais do que os nossos pulmões. No estudo realizado por ele, foi possível identificar que as partículas poluidoras presentes no ar causam mudanças diretas no DNA humano.
O experimento foi feito na Universidade de British Columbia, no Canadá. O cientista contou com o apoio de voluntários, que ficaram expostos a um ambiente poluído durante duas horas. Para a experiência, o pesquisador usou fumaça de combustão de diesel, recriando os níveis de poluentes de uma cidade como Pequim, na China, por exemplo.
Durante o tempo de exposição à poluição, parte os participantes deveriam realizar atividades normais de seu interesse. Apenas alguns fizeram caminhadas ou andaram de bicicleta. A maior parte apenas permaneceu sentada lendo um livro ou descansando.
Foto: Don Erhardt/UBC Faculty of Medicine
Segundo o pesquisador, o tempo de experimento foi bem pequeno, se comparado a populações que permanecem expostas a níveis semelhantes de poluentes durante as 24 horas do dia.
As amostras de sangue coletadas antes e depois dos testes mostraram alterações nos padrões de metilação do DNA. A camada de moléculas de metilo funciona como interruptores de luz girando os genes. Foi justamente neste local que as mudanças foram identificadas.
Já existem estudos que avaliam a influência da alimentação na formação genética e até na transmissão dos genes entre mães e filhos na gestação. Mas, ainda não se sabe ao certo qual seria a relação entre a poluição e a mutação genética.
A experiência de Carlsten mostrou que, em apenas duas horas de exposição aos poluentes, 400 dos 50 mil genes foram metilados de forma diferente. “Se isso viesse a ocorrer cronicamente ao longo de anos, poderiam ocorrer efeitos biológicos acumulados graves”, explicou o cientista.
O próximo passo do estudo é analisar com mais profundidade os genes testados para verificar se a sua atividade ou inatividade está relacionada a alguma doença conhecida. “Esse é o ponto de ciência voltado à saúde pública: intervenção e prevenção. Sim, a ciência é legal, mas nós realmente queremos compreender algo que podemos mudar”, finalizou o canadense, em declaração ao site Grist.org.
Clique aqui para acessar o estudo.
Fonte: Redação CicloVivo
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