quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Governo do Rio vai repetir parcelamento dos salários de novembro dos servidores

                                  Secretário lamentou situação vivida pelo Estado Foto: Dhavid Normando / sefazr

O parcelamento dos salários, forma adotada pelo governo do Rio para pagar os vencimentos dos servidores estaduais nos últimos meses, vai se repetir em novembro. Segundo o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, as dificuldades em gerar receitas extraordinárias continuam, e não há qualquer previsão de voltar a pagar aos 460 mil servidores, entre ativos, inativos e pensionistas, até o 10º dia útil do mês seguinte ao trabalhado.
— Algumas questões são importantes de se lembrar. O governo tem priorizado a Segurança e, via Fundeb, os docentes ativos, incluindo uma complementação do Tesouro. Terminado esse processo, entramos no parcelamento. O que fizemos em outubro devemos fazer em novembro — confirmou.
A maior dificuldade, segundo o secretário, é ter previsões de receitas e repasses. Barbosa diz que está há quase duas semanas sem ter acesso aos valores arrecadados pelo governo.
— Está tudo arrestado. Não acesso meu caixa desde a quinta-feira da semana anterior (dia 17 de novembro). É uma briga de arrestos. Eu, secretário de Fazenda, não consigo acessar o caixa. E quando o faço, termino o dia com o caixa zerado ou com mil reais ou R$ 2 mil nas contas — lamentou.
Outra preocupação dos servidores — o pagamento do 13º salário — continua sem previsão de pagamento. Cauteloso, o secretário preferiu focar nos pagamentos imediatos para o funcionalismo:
— Não tem como dar qualquer previsão. Ainda estou tentando quitar o mês de outubro. Minha luta é para pagar (os salários) à Segurança, os duodécimos dos Poderes e (os vencimentos de) novembro.
No último domingo, a coluna informou que, entre integrantes do governo estadual, está descartado o pagamento do 13º em 2016. A dúvida é sobre o que pode ser feito para quitar o abono ao longo do ano que vem. O problema também afetará o Legislativo e o Judiciário.
Fonte: Extra


terça-feira, 29 de novembro de 2016

Servidores do Estado fazem novo ato contra o Governo do Rio, na Alerj

                                                           Servidores protestam contra pacote de austeridade do governo Foto: Nelson Lima Neto


Desde às 11h, servidores de diversas categorias do funcionalismo público estadual se reúnem em frente à Assembleia Legislativa do Rio para protesto contra o pacote de medidas formulado pelo governador Luiz Fernando Pezão. Os servidores pedem a retirada de todos os projetos que seguem em discussão no parlamento.
O presidente da Alerj, Jorge Picciani, aceitou receber oito representantes dos servidores às 14h para reunião. As categorias querem querem mais representantes sejam recebidos.
No início do protesto, um grupo favorável a uma intervenção militar no país estendeu faixa na Avenida Presidente Antônio Carlos. O grupo foi vaiado, mais segue no local apresentando a faixa.

Fonte: Extra

Após arrestos para quitar salário, servidores do Estado recebem, nesta terça, R$ 1.200

                                              Secretaria de Fazenda tem de lidar com arrestos Foto: Darlan de Azevedo

A Justiça estadual conseguiu arrestar, nesta segunda-feira, mais R$ 44 milhões para pagar os salários de outubro dos servidores. Desde o início da ordem de arresto, foram retirados das contas públicas cerca de R$ 270 milhões.
Nesta terça-feira, uma nova parcela, de R$ 1.200, será paga ao ativos e aos inativos que não receberam 100% de seus vencimentos. Carlos Henrique Jund, advogado da Fasp, pedirá ao governo que informe o montante ainda devido após o depósito.

Na última parcial, na semana passada, a Secretaria de Fazenda informou que mais de 90% do funcionalismo já havia recebido seus vencimentos desde o início dos pagamentos, seja o que foi feito pelo governo, seja via arrestos.
Fonte: Extra

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Roberto Cabrini entrevista Garotinho Conexão Repórter SBT



Fonte: You Tube

Movimento dos Servidores pressiona por suspensão do pacote de Pezão

Reunião com Picciani ocorre nesta terça-feira. Caso o pedido não seja atendido, sindicalistas prometem fazer greve geral em 7 de dezembro.

                                                        Sindicalistas prometem greve geral em 7 de dezembro caso não sejam atendidos
                                                                                                    Estefan Radovicz / Agência O Dia

Rio - O primeiro item do documento entregue pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio (Muspe) aos deputados da Alerj na terça-feira passada pede a retirada da pauta integral e imediata do pacote de austeridade do governo. E, amanhã, o Muspe se reunirá novamente, às 9h30, com o presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), e líderes partidários para cobrar resposta sobre a devolução do pacote ao Executivo. Se o pedido não for atendido, sindicalistas prometem greve geral em 7 de dezembro. 
E, meia hora após o início da reunião, que ocorrerá dentro da Alerj, do lado de fora, o Muspe comandará um ato com todas as categorias. 
Integrante do movimento e diretor do SindJustiça, Ramon Carrera afirma que não há como aceitar a continuidade das discussões dos projetos de lei. “Não há negociação nesse sentido. Se a Alerj não retirar o pacote, vamos convocar as categorias para greve geral”, declarou Carrera. “Todo o pacote é ruim. Não há como aceitar nada”, completou Alzimar Andrade, também do Sind-Justiça e do Muspe.
Os sindicatos da área de Segurança ainda não sabem como aderir ao movimento, já que são impedidos de fazer greve. Os líderes sindicais, porém, pensam em alguma forma de mobilização para se juntar às outras categorias. 
Outro item sugerido pelo Muspe para aumentar a arrecadação é a suspensão das isenções fiscais a empresas inscritas na Dívida Ativa e que não comprovam contrapartida. Além disso, pleiteia o cancelamento de decretos que concederam os benefícios fiscais, já que não passaram pelo aval do Parlamento. 
O Muspe também quer a redução imediata de cargos comissionados e extra-quadros em 50%, em todos os poderes. Os sindicatos pedem também a limitação do uso de carros oficiais e venda dos helicópteros de uso exclusivo das autoridades.
Fonte: O Dia

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Cerca de 46 mil servidores do Rio não receberam 100% do salário de outubro

EJX - Servidor - Manifestação do dia 17 de março, diante da Alerj, que reuniu diversos servidores contra o governo do Estado. Foto: Nelson Lima Neto/Extra / Nelson Lima Neto / Extra

Entre ontem e hoje, servidores estaduais que aguardam o pagamento do restante do salário de outubro receberão até R$ 1.339. Serão dois depósitos: o primeiro de R$ 517, e o segundo, de R$ 822. Os pagamentos foram confirmados pela Secretaria estadual de Fazenda. A pasta informou que, com o depósito, 90% dos servidores já receberam seus vencimentos por inteiro.
Cerca de 46 mil estão no aguardo de parcelas ainda não pagas. Segundo a Fazenda, o calendário de parcelamento continua valendo. Desta forma, há previsão de depósitos amanhã. Os pagamentos de ontem e hoje acontecem em função da ação da Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores do Estado do Rio (Fasp). Os arrestos seguirão até que a folha seja quitada.
Fonte: Extra


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Após arrestos, servidores do Estado receberão, nesta quinta-feira, até R$ 1.339


A Secretaria de Fazenda confirmou, no fim da tarde desta quinta-feira, que os servidores do Estado que ainda não receberam seus vencimentos de agosto por completo, terão depositados até R$ 1.339 nas próximas horas. Serão dois depósitos: o primeiro, de R$ 517, e o segundo, de R$ 822. Em função das operações bancárias, a confirmação de que o dinheiro caiu na conta poderá acontecer até esta sexta-feira.
Os pagamentos foram possíveis graças aos arrestos feitos em função da ação Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores do Estado do Rio (Fasp). Deste a última sexta-feira, a 8ª Vara de Fazenda Pública autorizou o arresto de mais de R$ 480 milhões. Até a tarde desta quinta, R$ 176 milhões foram retirados das contas públicas.
Com a folha suplementar editada nesta quarta-feira, cerca de 140 mil servidores receberam R$ 400. Os pagamentos foram feitos ao longo dia. Os servidores que recebem por outros bancos que não o Bradesco, via portabilidade, devem receber nesta quinta-feira. Pela programação do governo, há a previsão de novo depósito nesta sexta-feira, dia 25, de R$ 300.
O Estado deveria ter pago todos os servidores até o último dia 16, 10º dia útil para o pagamento. Sem dinheiro, o governo decidiu parcelar o pagamento, que será completado em dezembro.
Fonte: Extra

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Alerj sugere cortes de até R$ 31 milhões em suas despesas

O presidente Jorge Picciani (PMDB) alega já ter cortado R$ 180 milhões em 20 meses Foto: Marcelo Theobald / Extra

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, ontem, um pacote que poderá gerar uma economia de R$ 31,6 milhões por ano. O valor representa 3,3% do orçamento da Casa, que deverá ser de R$ 1 bilhão em 2017. Algumas medidas já entraram em vigor. Outras serão votadas em plenário nas próximas semanas.
Entre as medidas já aprovadas estão o corte de 25% das vagas da Alerj no terminal Menezes Côrtes (edifício-garagem), o que acarretará uma economia de R$ 550 mil por ano, e o fim da publicação de discursos no Diário Oficial, o que deverá gerar um alívio de R$ 2 milhões anuais. Outra proposta que entrou em vigor é o corte da cota de selos de R$ 1,5 milhão, a diminuição do gasto com cartão-combustível à metade (R$ 1,5 milhão) e a não contratação de bufês para poder salvar outros R$ 50 mil anuais.
As medidas que viraram projetos de lei e vão a plenário são a não renovação dos carros da Casa a cada dois anos e a cessão da frota à Secretaria de Segurança em 2019. Se forem aprovados, a economia total será de R$ 8,5 milhões.
A proposta que prevê o maior corte também passará pelo crivo dos deputados: a extinção de sessões solenes à noite, com uma economia projetada de R$ 18 milhões por ano. Segundo o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), os funcionários fazem de quatro a cinco horas extras por dia. As sessões passariam para as manhãs, das 9h ao meio-dia.
— A economia não é significativa, mas conta o simbolismo. É um exemplo a ser dado e uma cobrança para os outros Poderes — disse o presidente, que alega ter cortado R$ 180 milhões em 20 meses.
Ontem, também foi formada uma comissão para propor, num prazo de dois meses, medidas para melhorar a eficiência e a acessibilidade do Portal da Transparência da Alerj.
Fonte: Extra


Após novo arresto, Estado deposita R$ 400 em vez de R$ 300 para os servidores

                                                 Servidores fizeram novo protesto em frente à Alerj, nesta quarta-feira Foto: Guilherme Pinto / Extra

O Governo do Estado depositou, nesta quarta-feira, R$ 400, para cada servidor estadual, referentes à terceira das sete parcelas em que foram divididos os salários daqueles que não receberam integralmente este mês. O valor é R$ 100 a mais do que o havia sido anunciado no início do mês. O depósito foi feito após novo pedido de arresto, feito ontem pela Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores do Estado do Rio (Fasp).

Segundo a Secretaria estadual de Fazenda, foram arrestados R$ 105 milhões até agora. No entanto, apenas R$ 58 milhões foram destinados para o depósito da parcela dos salários porque foram arrestados valores carimbados que não podem ser usados para pagamento de pessoal. Assim, apenas o que pode ser usado legamente foi para a conta corrente dos servidores.
Fonte; Extra



Ministro do STF autoriza inquéritos na Zelotes para investigar Jucá e mais 3

Além de Jucá, serão investigados José Pimentel, Alfredo Kaefer e Jorge Real. 
Parlamentares serão investigados por corrupção passiva e prevaricação.


                                                    FOTO ANDRE DUSEK / ESTADÃO

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de dois inquéritos na Operação Zelotes, que apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.
Um dos inquéritos vai investigar o senador José Pimentel (PT-CE). O segundo inquérito vai investigar o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados federais Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE).
Os quatro parlamentares serão investigados por corrupção passiva e prevaricação.
Destes, apenas Jucá já era investigado em outro inquérito da Zelotes, junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Os outros três ainda não eram alvos de apuração da Zelotes.
Com o novo inquérito, Romero Jucá passa a responder a oito inquéritos no STF, sendo dois da Operação Lava Jato e um sobre fraudes na construção da Usina de Belo Monte.
A Operação Zelotes apura beneficiamento de empresas no Carf. Os parlamentares, segundo as investigações, teriam atuado em mudanças em medida provisória em troca de benefícios.
O que disseram os parlamentares
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o senador Romero Jucá negou ter recebido recursos para atuar em benefício de empresas julgadas pelo Carf. Veja a nota:
"O senador Romero Jucá nega que tenha recebido recursos para beneficiar empresas por meio de medidas provisórias. Em relação a uma acusação específica, o senador anunciou em plenário o veto a uma emenda que supostamente teria sido comprada. Em outra, o próprio acusador do senador já desmentiu a informação e disse que não pagou nenhum valor ao senador".
Procurado pelo G1, o deputado Alfredo Kaefer disse que está “tranquilo” porque não fez “absolutamente nada errado”. Ele contou que “imagina” que o inquérito se refira a uma emenda apresentada por ele a uma medida provisória que iria beneficiar “todas as multinacionais” e teria despertado o interesse do empresário André Gerdau.
“O André Gerdau fez uma troca de e-mails com o [Romero] Jucá e recomendou que fosse acatada a minha emenda. Não passou disso. O que aconteceu também foi que um contador da Gerdau, vendo a minha emenda numa MP, passou no meu gabinete e pegou um cartão do meu assessor”, justificou.
E completou: “Quando a PF fez batida na casa do André Gerdau, encontraram o cartão do meu gabinete e aí essa indicação que o André fez para o Jucá falando da minha emenda, ensejou uma certa desconfiança de que fiz isso querendo algum benefício”. Kaefer negou ainda conhecer André Gerdau pessoalmente, mas admitiu que conhece o pai dele, Jorge Gerdau, mas de “encontros aleatórios”.

A assessoria de José Pimentel divulgou a seguinte nota: "Em relação à notícia de que o ministro Ricardo Lewandowski autorizou abertura de inquérito na operação Zelotes, o senador José Pimentel declara o seguinte: 'Não fui notificado sobre os fatos que embasaram a decisão do ministro Lewandowski. O que posso dizer, mesmo sem saber do seu conteúdo, é que nunca pratiquei ato ilegal, nem recebi qualquer vantagem indevida no exercício da atividade parlamentar'".

A assessoria de Jorge Côrte Real, por sua vez, informou que o deputado "se manifesta surpreso com a inclusão de seu nome no inquérito". "Sua vinculação com o fato se dá em razão de Emenda apresentada à Medida Provisória 627/13, transformada na Lei Ordinária 12973/14, em que retificava uma impropriedade técnico jurídica em relação ao prazo para a adesão ao REFIS, proposto pelo Poder Executivo, uma vez que na forma da redação originaria o prazo de opção já estaria vencido quando transformada em lei. [...] Quando tomar conhecimento do conteúdo do inquérito, o deputado Jorge Côrte Real estará à disposição para prestar os esclarecimentos, e certo de sua exclusão do processo".
Fonte: G 1 Mariana Oliveira Da TV Globo, em Brasília






SERVIDORES DO RIO PODEM RECEBER MAIS UMA PARCELA HOJE - 4a. feira - 23/11/2016

                                                   


VALOR APURADO PELO ARRESTO ATÉ AQUI, SE DIVIDIDO PELOS SERVIDORES QUE ESTÃO RECEBENDO SEUS SALÁRIOS PARCELADOS, PODE ALCANÇAR A QUANTIA DE R$ 300,00 PROMETIDA PARA A PRÓXIMA 6a. FEIRA.

Normalmente a JUSTIÇA tem feito isso. ARRESTA os valores das contas do Estado, mas manda a SEPLAG e SEFAZ decidirem quem vai receber. Como o valor arrecadado até ontem, de aproximadamente R$ 41 MILHÕES, é pequeno / insuficiente para quitar a FOLHA de uma vez, mas, sendo INTENÇÃO/DETERMINAÇÃO DA JUSTIÇA de que o dinheiro arrestado seja repassado de forma imediata para os servidores, fica difícil de estabelecer um critério justo de quem recebe e quem continua à míngua. 

A saída pode ser RATEAR o valor arrestado até aqui pelo total de servidores que ainda esperam receber.

Em valores aproximados, o BLOG calcula que esse RATEIO permitiria um depósito em conta de R$ 300,00 a R$ 350,00 - o que está em linha com o que o Estado PRETENDIA PAGAR SOMENTE NA PRÓXIMA 6a.. FEIRA.

É preciso aguardar a decisão da 8a. Vara de Fazenda, em conjunto com a FASP/RJ e o entendimento com a SEPLAG e SEFAZ, para ver se essa proposta será de fato colocada em prática.

O certo é que, os SERVIDORES não podem, não aguentam mais esperar. A situação é desesperadora e exige AÇÃO e VONTADE das autoridades.
Fonte:  Conexão Servidor Público

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Alerj rejeita extinção de quatro órgãos e libera quatro projetos para votação

                                     
 Foram rejeitados pela Alerj oito dos 22 projetos enviados pelo governo para contornar a crise financeira do estadoDivulgação/Alerj

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), anunciou hoje (22) que retirou da pauta quatro projetos de lei que extinguem fundações e autarquias, propostos pelo governo do estado no pacote de corte de gastos para tentar encontrar uma solução para a crise financeira do estado. Os projetos retirados eram para a extinção do Instituto de Terras e Cartografia (Iterj), do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado (Iaserj), da Fundação Leão XIII e do Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura (Ieea). 
Também foram discutidos hoje outras quatro propostas, que receberam parecer favorável, e portanto seguem com tramitação normal, com previsão para serem votados em dezembro. São quatro projetos: o que aumenta a alíquota do ICMS incidente no consumo de energia elétrica, o que cria um modelo de intimação eletrônica para cobranças da Secretaria de Fazenda, o que adia para 2020 o aumento aprovado em 2014 dos servidores que entraria em vigor em 2017 e o que extingue os programas Renda Melhor e Renda Melhor Jovem.
Foram rejeitados pela Alerj oito dos 22 projetos enviados pelo governo para contornar a crise financeira do estado. Na quinta-feira (17), haviam sido rejeitadas as propostas para extinção da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores (Ceperj), da Superintendência de Desportos (Suderj) e da Fundação Instituto de Pesca do Estado (Fiperj). Também foi devolvido ao Executivo, no dia 9, a proposta de sobretaxar servidores ativos e aposentados em até 30% por 16 meses para a RioPrevidência.
Picciani diz que a função da Alerj é analisar os projetos e melhorar as propostas, com as emendas apresentadas pelos deputados. “Eu estou aqui para ajudar o estado, mas não tenho culpa das coisas que vem mal formuladas [no caso dos projetos rejeitados]”. Segundo Picciani, o projeto da Previdência era “perverso” e os outros tiveram “bons argumentos” para serem rejeitados. Ele citou três entidades que já tiveram a extinção debatida em fevereiro e foram rejeitadas, não podendo voltar à pauta no mesmo ano. Outras duas estão na Constituição Estadual, portanto a extinção só seria possível por proposta de emenda à Constituição, e não por projeto de lei, como foi feito.
“O Ieea, nós ouvimos na semana passado o presidente [da Sociedade de Arquitetos e Engenheiros do Rio de Janeiro - Saerj], Nilo [Ovídio] e ele disse que a economia seria mínima, de R$ 1,250 milhão, e desmantelaria um órgão técnico de excelência que é fundamental na fiscalização das obras públicas. O Leão XIII, deputados que atuam na área social argumentaram que é a única entidade da Secretaria de Assistência Social que tem capacidade de captar recursos. A Fiperj, o governo gastou esse ano R$ 350 mil no instituto de pesca, é um instituto de excelência, tem cientistas lá. Eles podem captar recursos com fundações que tem interesse em pesca, captaram R$ 5,250 milhões esse ano, a fundo perdido, para pesquisa”.
Servidores
Servidores do estado voltaram a se manifestar em frente à Alerj hoje. Pela manhã, representantes de 23 sindicatos foram recebidos pelos deputados e o Movimento Unificado de Servidores Públicos do Estado do Rio (Muspe) entregou um documento com 15 propostas para a crise do estado. Eles pedem a retirada integral do pacote de medidas, o que foi rejeitado por Picciani, que se comprometeu em estudar o documento apresentado pela entidade.
“Eu agradeci o documento que eles entregaram, vamos estudá-lo. Tem propostas que se referem somente ao Poder Legislativo, sobre essas eu decidirei aquilo que for das atribuições do presidente, submeterei ao colegiado o que for do colegiado e remeterei ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e ao Poder Executivo as propostas que atingem a esses poderes, tem uma série de demandas ali”.
O presidente da Alerj também disse que se reunirá novamente com os sindicatos antes da votação das propostas do Executivo na Casa. “Antes de ser votado, terá uma reunião, convocarei o Executivo para trazer seus técnicos, suas propostas, e abrirei também para o contraditório dos sindicatos, não de forma desorganizada, mas se constrói no diálogo. E no diálogo as coisas estão avançando. Mas estamos numa crise e são N as razões, mas cabe sim, a esse parlamento, com o maior esforço possível, dar uma resposta à sociedade naquilo que nós podemos avançar”.
Na manifestação, o policial militar Wagner Luis da Fonseca Silva, integrante do Muspe, disse que o objetivo do movimento é bloquear o pacote do governo. “Nós nunca iremos aceitar que a nossa contribuição previdenciária aumente de 11% para 14%, que haja empréstimo compulsório de 16% e o nosso triênio acabe. Isso é inadmissível, o salário do trabalhador tem caráter alimentício, nós estamos pedindo socorro à população, não podemos admitir que o nosso mínimo assistencial acabe. Para que possamos servir à sociedade nós precisamos sobreviver. Essa conta não é nossa, a culpa é de quem já está preso, o [ex-governador Sérgio] Cabral, nós não podemos pagar por algo que nós não fizemos”.
Legislativo
Também hoje, o deputado Flavio Serafini (PSOL) apresentou três propostas de resolução e dois de projetos de lei para cortar gastos do Legislativo e dar mais transparência ao poder. A estimativa do deputado é que a economia chegue a R$ 8,6 milhões por ano.
“Neste cenário de escassez de recursos, é um desafio dos parlamentares contribuir na busca de soluções de economia por meio de medidas que não usem os trabalhadores como bode expiatório da crise. Precisamos enxugar gastos onde for possível e sem comprometer o cumprimento das obrigações sociais do Poder Público”.
Serafini propõe reduzir o salário dos deputados estaduais de 75% para 60% do valor do subsídio dos deputados federais, uma diminuição de R$ 5 mil que geraria economia de R$ 4,2 milhões por ano; cortar pela metade o número de vagas de estacionamento para os deputados estaduais (menos R$ 1,4 milhão por ano); corte de 50% na verba de combustível para parlamentares e a doação do excedente às secretarias de Saúde e Educação (R$ 2,2 milhões por ano); e a extinção do fornecimento de selos para parlamentares, o que pode gerar economia de R$ 840 mil anuais.
Fonte: Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

Governadores e Temer fecham acordo para repasse de multas da repatriação

   Governadores se reúnem com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto Valter Campanato/Agência Brasil

Ao deixar a reunião do presidente Michel Temer com chefes dos Executivos estaduais, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, disse que a equipe econômica do governo aceitou repassar parte do dinheiro arrecadado com as multas da chamada repatriação. Os recursos, obtidos com a regularização de ativos mantidos por brasileiros no exterior, eram objeto de disputa no Supremo Tribunal Federal (STF). A União já tinha repassado a estados e municípios o dinheiro recolhido com o Imposto de Renda, mas os governadores defendiam também o direito à divisão dos recusos arrecadados com as multas.
Governadores e representantes de 24 estados, mais o Distrito Federal, estão reunidos há quatro horas com Temer no Palácio do Planalto para discutir o acordo e demais propostas para solucionar a crise financeira das unidades da federação.
O montante, segundo os governadores, é de cerca de R$ 5,2 bilhões, dos R$ 46,8 bilhões obtidos com a repatriação. De acordo com Colombo, o acordo fechado prevê que os estados 
"Os recursos das multas serão partilhados com estados e municípios, assim como foi feito com o imposto. Há um compromisso nosso, como contrapartida, de que a gente continue lutando com o ajuste fiscal, para equilíbrio das contas públicas, e apoiando fortemente o governo federal na reforma da Previdência", afirmou Raimundo Colombo, ao deixar a reunião.
Sobre a possibilidade de os governadores trabalharem para reformar a previdência dos estados, com as mesmas regras da reforma que será proposta pelo governo federal, Colombo disse não haver um "compromisso", e sim uma "intenção" de trabalho em conjunto. Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, havia dito que uma das pautas conjuntas é a alteração das regras para aposentadoria com os "mesmos termos" para todos os estados.
Fonte: Agência Brasil

Cabral diz que Pezão o 'apresentou' a secretário preso em operação

Procuradoria aponta Hudson Braga como um dos operadores de propina em esquema de corrupção milionário entre 2007 e 2014

                                                              Foto: VEJA.com/Reprodução)

ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - Em depoimento à Polícia Federal, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que seu sucessor, o atual governador Luiz Fernando Pezão, que foi secretário e vice-governador na sua gestão, foi quem lhe apresentou Hudson Braga, apontado pela Procuradoria da República como um dos operadores de propina em esquema de corrupção milionário do qual Cabral teria sido o líder em seus dois mandatos (2007 a 2014).
Ainda segundo Cabral, que negou à PF ter se beneficiado de irregularidades e acusou os empresários que o delataram de estarem mentindo, Pezão foi o responsável por escolher Hudson para o cargo de subsecretário de Obras. Posteriormente, Hudson veio a ocupar o cargo de secretário de Obras na gestão de Cabral no lugar de Pezão.
Pezão ocupou a Secretaria Estadual de Obras de 2007 até 2011 - primeiro mandato de Cabral -, quando, então, assumiu o cargo de Coordenador de Infraestrutura e Hudson assumiu a secretaria. Neste período em que foi secretário, Pezão foi o responsável, segundo Cabral, por iniciar a licitação de reforma do Maracanã para a Copa do Mundo/2014 - as obras de reforma do estádio são alvo da Polícia Federal.
Para investigadores da Calicute, a versão de Cabral citando Pezão pode ser uma estratégia para tirar o caso da competência da Justiça Federal de primeira instância, no Rio e em Curitiba, e deslocar os autos para o Superior Tribunal de Justiça, Corte que detém atribuição para eventualmente processar governador.
As investigações da Procuradoria da República no Rio, com base nas delações de seis executivos da Carioca Engenharia e da Andrade Gutierrez, apontam que foi exatamente no período em que ocupou a subsecretaria que Hudson teria cobrado a chamada "taxa de oxigênio" dos empresários.
Hudson Braga teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, e atualmente está no complexo penitenciário de Bangu, mesmo local onde Cabral está detido. "O mesmo teria participado ativamente do esquema delituoso, por meio do qual teria amealhado indevidamente grande quantia de dinheiro", assinalou o juiz ao decretar a prisão de Hudson.
O próprio advogado do ex-governador, durante o interrogatório, o questionou especificamente sobre a obra do Maracanã, na qual, segundo as investigações, teria havido a cobrança de 5% de propina para Cabral e seus aliados.
"Dada a palavra ao advogado do indiciado (Cabral), este perguntou ao declarante sobre quem seria o secretário de Obras responsável pela licitação de reforma do Maracanã, tendo este respondido que se iniciou na gestão de Luiz Fernando Pezão, como secretário de Obras, tendo sido concluída na gestão de Hudson Braga, tendo a obra sido acompanhada pela EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio)", segue o depoimento de Sérgio Cabral
O ex-governador ainda ressaltou que Pezão teria participado de suas reuniões com empresários. Ao ser questionado sobre os encontros com os executivos da Andrade Gutierrez Alberto Quintaes, Rogério Nora de Sá e Clovis Primo, o peemedebista afirmou que "não sabe precisar o número de vezes" que teria se encontrado com eles, "mas que sempre atendia executivos das diversas construtoras, quando era procurado ou até quando os convocava para eventual controle de obras, sendo que nessas reuniões sempre havia o titular da pasta, no mínimo, e nestes casos em geral o secretário de Obras", afirmou.
O ex-governador disse ainda que "nunca recebeu individualmente" nenhum executivo nestes encontros, que ocorriam no Palácio Guanabara e Palácio das Laranjeiras durante sua gestão.
Ainda em relação a Hudson, além da suposta cobrança de propina que teria operacionalizado, as investigações apontaram que ele teve uma evolução patrimonial incompatível e que teria utilizado seus familiares para lavar dinheiro. "As investigações sugerem que as atividades empresariais desse investigado, que envolvem seus familiares ('laranjas'), afiguram-se incompatíveis com seu padrão socioeconômico anterior à constituição das sociedades, bem como apresentam acréscimo patrimonial suspeito, o que pode se relacionar com atos de lavagem de dinheiro", apontou o juiz Marcelo Bretas ao decretar a prisão de Hudson.
Procurado pela reportagem, o governo do Rio informou que não iria comentar o caso.
Fonte: O Dia

Alerj não define sobre acesso às galerias, e sindicato cobra decisão judicial

                                    Picciani é alvo de ação Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo


A Alerj informou, nesta segunda-feira, que ainda não decidiu sobre como será a entrada de pessoas durante as sessões desta terça-feira no Palácio Tiradentes. Decisões do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) obrigam a Casa a liberar o ingresso nas galerias.
O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sind-Justiça), que tem uma ação favorável à liberação do acesso, pediu a prisão do presidente da Casa, Jorge Picciani, por desrespeitar uma ordem judicial. O caso está nas mãos do desembargador José Carlos Maldonado de Carvalho. Até a noite desta segunda-feira, nenhuma decisão sobre o pedido do sindicato havia sido publicado.

Outro órgão que possui ação cobrando a abertura das galerias é o Ministério Público do Rio (MP-RJ). O órgão monitora a situação e vai avaliar possível ações para cobrar o cumprimento da decisão.
A Alerj afirmou, na última sexta-feira, que vai recorrer da decisão da Justiça. O parlamento alega que decisões tomadas pela mesa diretora da casa só podem ser questionadas no judiciário em processos julgados pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
Fonte: Extra


domingo, 20 de novembro de 2016

Gravações mostram que Garotinho tentou habeas corpus preventivo

Ex-governador teria tentado benefício com ministra do TSE Luciana Lóssio.
Investigadores dizem que Cabral usou sistema 'novo' para lavar dinheiro.


O Fantástico exibiu este domingo (20), uma matéria sobre os bastidores das investigações que levaram, na última semana, dois ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro, para a prisão. Gravações realizadas com autorização judicial mostram que Anthony Garotinho estava preocupado com as investigações de possíveis fraudes no programa Cheque Cidadão para a compra de votos. Nelas, o ex-governador e seus advogados elaboram uma estratégia de defesa que incluía a possibilidade de um habeas corpus preventivo para evitar sua prisão.
No dia 25 de outubro, Garotinho conversou com um de seus advogados, Jonas Lopes de Carvalho Neto, sobre o assunto. De acordo com as gravações, ele afirmava ter contato com a ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Luciana Lóssio, mas não seria conveniente que ele próprio procurasse a magistrada.
Garotinho: O HC [habeas corpus] caiu com a Luciana Lóssio.
Jonas Lopes de Carvalho Neto: É. Eu tô falando aqui com o Fernando, estamos correndo aqui atrás de um contato.
Garotinho: Eu também tenho com ela, mas eu acho que...
Jonas Lopes de Carvalho Neto: Não é bom, né?
Garotinho: Não.
Dois dias depois, Garotinho conversou com seu advogado, Fernando Fernandes. De acordo com o Ministério Público Eleitoral, eles falaram sobre a ministra Luciana Lóssio, com quem o ex-governador do Rio de Janeiro já teria conversado sobre o caso.
Garotinho: Vamos supor o pior, que neguem a liminar.
Fernando : Pensando nessa possibilidade, que eu tô fazendo? Entrando já com recurso por ela [Luciana Lóssio], recurso eleitoral.
Garotinho: Como a gente teve oportunidade de explanar tudo, entendeu, ela ficou bastante impressionada.
Fernando Fernandes: Entendi. Vamos fazer. A gente pode forçar uma prevenção, governador, tentando distribuir pra ela, podemos indicar ela como relatora. Aí, se ela entender...
Garotinho: Ela tá bem consciente dos fatos todos.
O secretário de Governo de Campos dos Goytacazes e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, aguarda após ser preso no Flamengo, Zona Sul do Rio, por agentes da Polícia Federal. Ele é um dos investigados na Operação Chequinho (Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo)Na sexta-feira (18), a ministra Luciana Lóssio, relatora do processo do habeas corpus, decidiu que Garotinho não poderia ficar preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, e mandou que ele fosse transferido para um hospital. De acordo, com a decisão da ministra, quando receber alta, Garotinho não voltará para Bangu, mas passará a cumprir prisão domiciliar.
Em nota, o Tribunal Superior Eleitoral afirmou que todos os ministros têm idoneidade moral e todas as decisões têm profundo embasamento teórico.
Sobre a compra de votos em Campos, o advogado de Garotinho acredita que não houve crime.
“Para haver compra de votos, é preciso que haja a exigência específica. Ou seja, eu só lhe entrego este benefício, seja o Cheque-Cidadão, seja dinheiro, seja qualquer coisa, se você votar em mim, ou se você votar nele. Isso é um crime. Mas se você recebe e eu lhe peço voto, por exemplo, isso não é um crime, afirmou Fernando Fernandes.
Novo sistema de lavagem de dinheiro
No caso de Sérgio Cabral, de acordo com as investigações, o esquema de propinas que envolvia empreiteiras durante seu governo teria desviado R$ 224 milhões
O modo de atuação dessas empreiteiras era através do pagamento por meio de dinheiro vivo, em Real”, explicou o procurador Lauro Coelho Júnior.
O esquema teria usado um sistema novo para lavar o dinheiro. Cabral e seus colaboradores abriram, pelo menos, 25 empresas para receber o dinheiro pago em propinas pelas empreiteiras. Em um determinado momento, uma grande quantidade de dinheiro era transferida para uma das empresas, que registrava um lucro enorme. Esse lucro, então, era dividido entre os sócios, todos participantes do esquema.
“A empresa fictícia produzia lucro, esse lucro entrava como investimento isento para o investigado e, com esse dinheiro, ele comprava imóveis e outros bens”, explicou Cléber Homem da Silva, auditor fiscal da Receita Federal.
No endereço de uma dessas empresas, a Thalhiddy, que chegou a registrar um lucro de mais de R$ 14,5 milhões em 2007, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o endereço dado corresponde a uma residência, de acordo com os vizinhos.
Os investigadores do esquema enfrentam o desafio de tentar saber para onde foi o dinheiro do esquema, na expectativa de que alguma parte seja recuperada. A maior dificuldade é que todos os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo, mesmo quando eram grandes quantias.
“O Sérgio Cabral, inclusive, tinha uma empresa, com contratos sob suspeita que estão sendo analisados”, contou o auditor fiscal Cléber Homem da Silva.

Rio: a Grécia brasileira

A corrupção e a incompetência administrativa afundam o Rio de Janeiro num abismo sem fim. Em menos de 24 horas, dois ex-governadores são presos. Até quando o Estado irá suportar?


A combinação deletéria entre a irresponsabilidade administrativa e a corrupção sem limites fez o Rio de Janeiro transbordar. Mergulhou o Estado no caos absoluto, cujo ápice foi alcançado na última semana com a prisão de dois ex-governadores em menos de 24 horas, Anthony Garotinho (PR) e Sérgio Cabral (PMDB), flagrados em malfeitos incontestáveis. Foi a fagulha que faltava para convulsionar de vez as ruas – já em ebulição naquele momento na esteira da invasão e depredação da Assembleia Legislativa (Alerj) por funcionários públicos que protestavam contra os salários atrasados. Numa sensação de alívio, muitos cariocas saíram de suas casas para comemorar a prisão dos ex-governadores apanhados como saqueadores do Estado, – como o grupo que esperou Cabral na entrada do complexo penitenciário de Bangu na quinta-feira 17 com o espocar de rojões e fogos de artifício. A detenção dos dois políticos também aflorou o mais genuíno sentimento de revolta na população. Na porta da PF, no Rio, um manifestante mais exaltado ergueu um cartaz com os dizeres: “Je suis Sérgio Cabral na cadeia Já”. Compreensível. Com o Rio atualmente em situação falimentar, mais uma vez quem está sendo chamado para pagar a conta é o povo – haja vista o pacote de medidas austeras preparado pelo atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB) em um ano com previsão de déficit na casa dos R$ 19 bi. No cardápio amargo de arrochos, Pezão inclui 30% de redução de salário, taxação de aposentados e adiamento de reajustes. Tudo isso, somado às revelações da Lava Jato de que o grupo que comandou o Estado por quase duas décadas, liderado por Cabral, desviou pelo menos R$ 224 milhões em conluio com empreiteiras, compõe a tempestade perfeita.
O RETRATO DO RIO
As prisões dos ex-governadores Anthony Garotinho e Sérgio Cabral embalaram manifestações pelas ruas da cidade.


O ENRIQUECIMENTO PESSOAL

O dinheiro amealhado sem qualquer pudor dentro da sede do Executivo local, segundo as investigações, em reuniões com executivos das construtoras serviu para patrocinar o que a população mais abomina nos políticos, independentemente de ideologia ou coloração partidária: o enriquecimento pessoal. Bancou viagens, iates, vestidos, jóias caras da esposa do ex-governador do PMDB e até o cachorro quente da festinha de um de seus filhos. Só a mulher de Cabral teria recebido R$ 49 milhões no esquema desbaratado pela PF na última semana. As empresas, por sua vez, foram agraciadas com aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais, que constituem a base da atual insolvência financeira do Estado. Useiro e vezeiro em práticas nada republicanas, Garotinho não foi menos ousado. Na quarta-feira 16, dia anterior à detenção de Cabral, o político do PR foi preso preventivamente acusado de comandar um esquema de compra de votos na eleição em Campos (RJ) por meio do programa Cheque Cidadão. Segundo o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª zona eleitoral, “Garotinho comanda com ‘mão de ferro’ um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral” na cidade em que sua mulher, Rosinha (PR), é prefeita. Na quinta-feira 17, o político que governou o Estado entre 1999 e 2002 protagonizou cenas teatrais ao ser transferido do hospital municipal Souza Aguiar para a cadeia. “Vocês estão de sacanagem. Querem me matar”, gritou o ex-governador à entrada da ambulância, enquanto se debatia numa maca empurrada por funcionários do hospital. Um espetáculo de horrores e vitimização (leia mais na página 42).
CENA INUSITADA Policial abandona tropa que avançava contra a população e muda de lado
O mais estupefaciente é que, há pouco mais de dois anos, o Rio tinha um oceano de possibilidades para, enfim, dar certo. O cenário era alvissareiro. Além do dinheiro proveniente dos royalties do petróleo, a alimentar generosamente as arcas do Estado, e dos megaeventos esportivos mundiais, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, batendo à porta, havia uma sintonia fina com os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, a permitir uma série de parcerias que, ao menos na retórica, deveriam resultar em benefícios para a população fluminense. Não foram poucas as ocasiões em que os chefes do Executivo federal participaram de inaugurações de obras no Rio em solenidades marcadas por discursos inflamados, trocas mútuas de rasgados elogios e muita mas muita pompa e circunstância. O resto da história, no entanto, todos sabem. O Estado foi tragado pela barbeiragem administrativa e a corrupção, e afundou numa crise econômica sem precedentes. Não há recursos para despesas mais básicas, como segurança e saúde, por exemplo.
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Enquanto o Rio respirava – e ainda respira – por aparelhos, para a turma de Cabral não faltava “oxigênio”. Era dessa maneira que o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga tratava o suborno exigido das empresas nos grandes contratos de obras, de acordo com a delação premiada das empreiteiras. Cálculos do Ministério Público Federal demonstram que o esquema comandado pelo ex-governador provocou um rombo em projetos executados pela Carioca Engenharia e pela Andrade Gutierrez. De acordo com as delações das duas empresas, 7% do valor total foi convertido em propina e dividido da seguinte forma: 5% para Cabral, 1% para Braga e 1% para conselheiros do Tribunal de Contas do Rio (TCE), responsável pela fiscalização dos contratos. O pagamento de propina era efetuado em espécie. Cada empreiteira tinha um responsável pelo pagamento e cada beneficiado, o seu cobrador. As principais obras fraudadas foram o Arco Metropolitano, a reforma do estádio do Maracanã e o PAC das Favelas.
                 NOVA REALIDADE O prisioneiro Cabral é fichado ao chegar em Bangu
As investigações reuniram uma fartura de provas de que o dinheiro pago ilegalmente foi, em parte, lavado por empresas criadas pelos próprios favorecidos, usando nomes de amigos e parentes. O esquema bancou uma vida de luxo para os envolvidos, que inclui viagens internacionais, idas a restaurantes sofisticados, compras de joias e uso de lancha e helicóptero em nome de laranjas. Uma das jóias, avaliada em R$ 800 mil, teve como destino o dedo anelar da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, levada em condução coercitiva pela PF na quinta-feira 17 acusada de embolsar R$ 49 milhões. O mimo foi um presente de Fernando Cavendish, ex dono da Delta Construções, cuja revelação de amizade marca o início da débâcle de Cabral. Outros integrantes do círculo íntimo do ex-governador atuavam como operadores do peemedebista. São eles o economista Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, ex-marido de uma prima de Cabral, e Luiz Cláudio Bezerra. Toda a negociação entre as empreiteiras e as autoridades era arbitrada pelo ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, responsável pela distribuição da propina, segundo as próprias empreiteiras. Tanto Wilson Carlos como Carlinhos foram detidos na última semana.

PRÁTICA CONTINUADA

As práticas ilegais extrapolaram a gestão da Cabral no Rio de Janeiro. Alvo principal da operação denominada “Calicute”, a expedição de Pedro Álvares Cabral às Índias que marcou a ascensão e queda do navegador no início do século XVI, Cabral, segundo o juiz Sérgio Moro, continuou recebendo propina mesmo depois de deixar o mandato. Nos últimos dias, Moro determinou o bloqueio de até R$ 10 milhões das contas do ex-governador, de sua mulher Adriana, e dos outros detidos. “As provas são da prática reiterada de crimes contra a administração pública e de lavagem de dinheiro”, justificou Moro em seu despacho. Ele disse que seria uma afronta deixar que os investigados continuassem em liberdade usufruindo “do produto milionário de seus crimes” frente a “ruína das contas públicas do governo fluminense.” Em uma frase, o juiz de Curitiba resumiu a corrupção que varreu o Rio: “Uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres.”
Como os pagamentos eram feitos em espécie, o rastreamento é difícil. Na lista de gastos para lavagem de dinheiro há blindagem de veículos, compra de carro, objetos de arte e móveis, e até o pagamento de cachorro quente para a festa de um filho de Cabral, no valor de R$1.070,00. “A sociedade sofre e muito com os efeitos da corrupção. Por isso, essas investigações são importantes e devem ser levadas até o fim, doa a quem doer”, afirmou o procurador Athayde Ribeiro Costa, do MPF do Paraná. Parte dos objetos adquiridos com dinheiro de propina foi apreendida pelos agentes da PF. “Houve lavagem de ativos de forma profissional e crimes seriados”, complementou Athayde Ribeiro Costa. Moro destacou ainda que “causa certa estranheza, por exemplo, a frequência de aquisições vultosas de bens”, sempre em espécie, como as feitas por Adriana Anselmo”. Ele listou o pagamento, em agosto de 2015, de R$ 25.000,00 por dois Mini Buggys; em março de 2012, de R$ 72.009,31 por equipamentos gastronômicos, e em 2013, R$ 57.038,00 por vestidos de festa, sempre em dinheiro vivo. A força-tarefa da Lava Jato concluiu, ainda, que Cabral recebeu mesada de R$ 350 mil da Andrade Gutierrez por pelo menos um ano, e, da Carioca Engenharia, de R$ 200 mil mensais, no primeiro mandato, de R$ 500 mil, no segundo.
O jogo virou para o ex-governador, um dos mais influentes personagens da história política do Rio de Janeiro. Na sexta-feira 18, depois de passar a primeira noite numa cela de nove metros quadrados no complexo de Gericinó, em Bangu, ao lado de outros cinco presos, Cabral era o retrato da derrota. De camiseta branca e cabeça raspada, exibia os olhos avermelhados e um semblante abatido. No café da manhã, aceitou o pão com manteiga e o café com leite oferecidos pelos agentes penitenciários.
Os eleitores fluminenses que possibilitaram a Cabral seis triunfos nas urnas – três para deputado estadual, duas para senador e governador – não vislumbravam uma ascensão e queda numa velocidade tão rápida. Bertolt Brecht dizia que “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”. Sobre o Rio atual, que caminha célere para se tornar um exemplar tupiniquim da Grécia, resta saber se sobrará algo da violência – traduzida em administrações tão temerárias quanto corruptas – dos seus gestores contra a população.
LUXO E OSTENTAÇÃO
A vida glamourosa de Sérgio Cabral antes da prisão: mansão em Mangaratiba e festas em Paris

A VIAGEM DE CABRAL A CALICUTE

CABRAL SE DEU MAL Tropas portuguesas chegam à cidade indiana

A Polícia Federal tem sido criativa ao nomear as diversas fases da Lava Jato. Para designar a operação que culminou na prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, a PF recorreu a uma cidade que foi palco de trapalhadas de outro Cabral famoso. Em 1500, em um episódio conhecido como “A Tormenta de Calicute”, Pedro Álvares Cabral, o desbravador das terras brasileiras, tentou fazer fortuna na localidade indiana que, à época, funcionava como um entreposto mundial. Ao desembarcar ali com tropas portuguesas, Cabral pretendia negociar os direitos para a venda de especiarias e construir um posto comercial. O problema é que o comércio na região era dominado por árabes. Obviamente, eles não aceitaram a chegada dos garbosos concorrentes. Seguiu-se daí um embate entre árabes e portugueses, com embarcações queimadas e centenas de homens mortos. Derrotado, Cabral partiu em retirada – para nunca mais voltar a Calicute. Cinco séculos depois, a PF decidiu colocar a palavra novamente no mapa brasileiro. O paralelo é justo. Afinal, descobriu-se que o Cabral fluminense também atuava em uma espécie de comércio, saqueando dinheiro público em forma de propina, segundo as investigações. Na semana passada, uma piada que circulou nas redes sociais resumiu a questão: no Brasil, rouba-se desde Cabral.

UM HOMEM DADO A ESPETÁCULOS

O ex-governador Anthony Garotinho adora fazer encenações para posar de vítima
ARTISTA
O ex-governador Garotinho grita, esperneia e implora para não ser levado para o presídio de Bangu
Canastrão, cara de pau ou simplesmente embromador. Não importa como se qualifique, o certo é que o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, tal qual um meninão mimado, adora fazer um show sempre que se vê contrariado. Foi assim na quinta-feira 17, quando protagonizou um esperneio ao vivo no momento de ser transferido para o complexo penitenciário de Bangu. Com a encenação patética, o ex-governador queria se colocar no papel de vítima. Ator de péssima qualidade, sua atuação não recebeu aplausos. Pelo contrário, o grosso da plateia comemorou a prisão.
REALITY SHOW Em 2006, acusado de receber dinheiro ilegal na campanha, Garotinho fez greve de fome
Há dez anos, durante a disputa presidencial, o mesmo Garotinho recorreu a outro espetáculo dantesco para tentar comover o eleitor. Diante da acusação de haver recebido dinheiro de empresas de fachada para sua campanha ao Palácio do Planalto, decretou uma bizarra greve de fome com direito a soro fisiológico e acompanhamento médico. Durante 11 dias sua encenação virou uma espécie de reality show, sem o menor efeito político, e terminou tão desmoralizada quanto sua campanha. Até hoje, dentro do PMDB há quem garanta que durante a greve Garotinho se alimentava escondido.
                                                                                                        Fonte: Istoé