segunda-feira, 24 de novembro de 2014

As crianças roubadas no Reino Unido

Mais de 25 mil crianças são removidas anualmente de pais britânicos, a maioria das quais não cometeram crimes, e entre os quais estão mães brasileiras

Luci
A paulista de Mogi das Cruzes, Luci Vieria da Costa com a filha Kalindi, vítimas da "adoção forçada" imposta pela lei britânica


Newcastle, norte da Inglaterra, 13 de novembro de 2013. A brasileira Luci Vieira da Costa, 40 anos, recebeu a visita da assistente social Alison Dodds. Trazia más notícias. Luci, que tinha cinco dias para deixar sua casa, perderia a guarda das duas filhas para os serviços sociais. Dodds entregou a Luci um documento para assinar, a seção 20 do Ato das Crianças no Reino Unido. Tratava-se de um contrato pelo qual Luci entregaria a custódia total de Kalindi Robson da Costa, de 2 anos, e de Krishna Gouri Portugal, de 12. Ambas poderiam ser colocadas para adoção. Sem tempo para consultar um advogado, Luci hesitou. Como Dodds sabia que ela ficaria sem teto dentro de cinco dias? Pior: ela ficaria sem as filhas. Luci, paulista de Mogi das Cruzes, recusou-se a assinar o documento. Residia no Reino Unido havia 14 anos e conhecia o suficiente as autoridades britânicas, a esconder um jogo duplo debaixo da máscara cordial.
Inflexível, Dodds disse que se Luci recusasse a assinatura chamaria a polícia. Assim, suas filhas seriam levadas de qualquer jeito, mas de uma forma no mínimo mais truculenta. Luci, que é Hare Krishna, cedeu com esperança de haver alguma veracidade na seguinte promessa de Dodds: ao se instalar em uma nova casa, ela teria de volta as filhas, ambas de pais diferentes, o primeiro alemão, o segundo britânico. “Duas semanas depois”, diz Luci aCartaCapital, “consegui uma casa”. E as filhas? Ficaram onde estavam, isto é, sob a “proteção” da assistência social. “Fiquei acabada, perdi 50 quilos em um mês”, diz Luci. O caso de uma mulher de 1,65 metro que pesava 90 quilos após o parto de Kalindi Robson, a sofrer uma queda para 40 quilos inquietaria médicos brasileiros. Mas no UK nada disso parece ter surtido efeito. “Aqui no Reino Unido não existe a mínima preocupação com o destino dos estrangeiros e seus filhos”, me diz uma fonte britânica que presta serviço ao governo. Luci foi mais uma vítima de um sistema de adoção forçada sistemática, mercado, o único na Europa, a movimentar 2 bilhões de libras anuais.
Por vezes, esses casos envolvem britânicos de classes sociais mais altas. Foi o caso de Victoria Haigh, que agora vive em Paris com a segunda filha, Sapphire. A mãe, jóquei campeã e treinadora de cavalos, agora com 43 anos, vivia com a filha, identificada como X, até 2010 na Grã-Bretanha. Foi então considerada incapaz de criar a filha pelo pai apoiado pelo sistema judiciário. Isso porque Haigh havia dito que o pai da menina, David Tune, abusava da filha. Ao perder a guarda de X, Victoria contestou o sistema jurídico britânico. Grave ofensa à Justiça do UK, que cuidou de se precaver. Resultado: a filha voltou ao pai, Tune. Victoria tentou se aproximar da filha em um estacionamento. Resultado: condenada a três anos de prisão em dezembro de 2011. Ficou nove meses.
Foi presa novamente quando convidou X para o batizado de sua meia-irmã, mas foi solta em maio do ano passado. “Quando fiquei grávida de Sapphire, fugi para a República da Irlanda e agora minha filha irlandesa e eu vivemos em Paris”, conta Haigh. Ela garante que o marido é pedófilo e abusou da primeira filha. “Mas não causa problemas para o sistema como eu”, acrescenta a treinadora de cavalos, que diz ter vergonha de ser britânica. Desse esquema mafioso fazem parte juízes, advogados, psiquiatras e, é óbvio, assistentes sociais. Segundo Ian Josephs, da Forced Adoption (ver entrevista), “mais de 25 mil crianças são removidas anualmente de pais britânicos, a maioria dos quais não cometeram crimes”. Significativa fatia das crianças é colocada para adoção, parte mais lucrativa desse sistema de “adoção forçada”, terminologia criada por Josephs. Acrescenta: “Numerosas instituições são ruins, cada ano 10 mil crianças desaparecem no UK, e o número dos que morrem é altíssimo”. Há, como sustenta a fonte britânica próxima ao governo, clubes de pedófilos que se aproveitam dessas crianças “desaparecidas”.
Pergunto a Josephs a respeito. Ele diz não poder dar detalhes atualmente. Recorda, porém, que quando era conselheiro municipal, nos anos 1960, trabalhou no caso de uma mãe que perdeu um filho para a assistência social. O menino, de 12 anos, com QI de 150, ou seja, elevadíssimo, estava recluso em uma escola interna quatro vezes mais cara do que Eton, a escola privada de maior prestígio. Ali pedófilos não escasseavam. Josephs indagou ao menino se a escola era boa. “Péssima”, retrucou. Há algo de positivo? “Sim, ganho dinheiro, e bastante.” Como? “Dormindo com os professores.”
No site de Josephs, vemos outros casos semelhantes ao de Luci. Mais: ele orienta pais e oferece seu contato para ajuda financeira para fugir do UK. Mães e pais podem ter falhas, diz Josephs, mas a maioria não merece ser separada dos filhos. Esses filhos são, como me diz a fonte do governo, “colocados para adoção como cachorros e gatos”. Houve o recente caso da italiana Alessandra Pacchieri, então com 33 anos. No verão de 2012, ela foi a Londres e fez um teste para ser aeromoça da companhia aérea Ryanair. Estava grávida. Passou no teste. Alessandra é bipolar. Segundo os diários, começou a ter ataques de pânico e ligou para os serviços sociais. Foi forçada a uma cesariana e os serviços sociais ficaram com a filha, visto que ela tinha, segundo seus psiquiatras, problemas mentais e não teria condições de criar uma criança. Pacchieri, agora fora do UK, não pode mais ver seu bebê.
Segundo o diário italiano Il Fatto Quotidiano, o caso engatilhou uma batalha legal entre a Itália e o Reino Unido. Pacchieri, que havia parado de tomar os remédios para não afetar a filha, indicou uma tia americana para tomar conta da criança. Mas certamente a criança permanecerá na Grã-Bretanha. Josephs indaga: “Por que isso não acontece na Itália, na França e em outros países?” Simples, retruca a fonte do governo: “Italianos tratam as pessoas de forma humana”.
Luci não foi tratada de forma humana por um sistema que usa o pretenso comportamento “politicamente correto”, como sublinha Josephs, “para se apropriar de bebês e colocá-los para adoção”. Houve, vale lembrar, o caso de um brasileiro, Edygleison Martins dos Santos, que em 2006, aos 3 anos, ficou retido na Inglaterra. Motivo: seus pais foram acusados de espancá-lo. Na verdade, ele tinha manchas no corpo e seu nariz sangrava porque ele padecia de uma baixa contagem de plaquetas e da síndrome de Wiscott-Aldrich. Os pais foram conseguiram fugir para não serem presos. Deixaram o filho com um tio. Um ano mais tarde, os britânicos descobriram que o menino estava doente e precisava de um transplante de medula óssea e o mandaram de volta ao Brasil. Aos 5 anos, em 2008, Edygleison, morreu de parada cardíaca no Hospital das Clínicas de Curitiba. Outro caso, de uma brasileira que pede anonimato, corre nos tribunais britânicos. Ela usou heroína esporadicamente, está grávida, mas perderá o bebê se não conseguir um familiar para tomar conta do recém-nascido.
Quanto a Luci, a mãe mogiana de Kalindi e Krishna, ela só pode ver as filhas duas vezes por semana. E cada vez durante uma hora sob supervisão de assistentes sociais. Quando chora, as assistentes escrevem relatórios sublinhando sua instabilidade emocional. Idem se ela chora na caterva de audiências nos tribunais, como quando soube, e era uma mentira para fazê-la chorar, logo antes de uma audiência, que sua caçula estava doente. Os relatórios positivos de três assistentes sociais feitos sobre Luci foram descartados. Só valem os relatórios redigidos pela assistente Dodds e outras depois da remoção das crianças. Krishna ficará, segundo um julgamento em agosto, com uma família de acolhida até os 18 anos. Luci enviou cartas da menina a CartaCapital. Nestas, ela diz querer voltar para a mãe. O caso de Kalindi será julgado em janeiro. No meio tempo, Luci vive em aperto. Precisa, inclusive, de 10 mil libras para despesas dos processos judiciais para impedir a adoção das filhas. Talvez assim poderá provar como o sistema britânico não passa de um engodo.
Fonte: CartaCapital

Preços de itens da ceia de fim de ano podem variar mais de 200%

Dica para economizar é buscar substitutos mais em conta


Rio - A um mês do Natal, com o comércio já abastecido, os consumidores já começam a planejar a ceia de fim de ano. O momento é de pesquisar preços e buscar as melhores ofertas para economizar. 
Levantamento do DIA mostra que a diferença no preço de itens típicos da época, como o bacalhau, chega a 226% em alguns estabelecimentos da cidade. Outros alimentos, como a batata e o tomate, ficaram mais caros e pressionaram a inflação. Para economizar, a dica é substituir os produtos por equivalentes mais baratos. 
Indispensável na ceia, o preço mais baixo para o quilo da posta de bacalhau foi de R$ 26,90 e, o mais caro, de R$ 87,70. O valor varia de acordo com o estabelecimento, mas também com o tipo do pescado. De modo geral, o imperial e o saith saem mais em conta, enquanto o norueguês e o Gadus Morhua são mais caros.
Se o consumidor quiser economizar, pode optar pelo bacalhau em lascas ou desfiado, encontrado a partir de R$ 25,90 o quilo, no Super Prix, por exemplo. Já para os mais extravagantes, há a opção do superlombo de Gadus Morhua, vendido a R$ 127 o quilo na Lidador.
A vendedora Patrícia de Sá Lima inova nos pratos para economizar. A ceia de Natal terá bacalhau gratinado e bolinhos, que rendem mais
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia
A vendedora Patrícia de Sá Lima, de 48 anos, já começou a comparar preços para os itens da ceia. “Comprei bacalhau, mas achei os preços altos. Para não gastar tanto, vou fazer salada de bacalhau com batata e pimentão. Ou então posso fazer gratinado. Bolinho de bacalhau também não pode faltar”, afirma ela.
Médico-nutrólogo e gastrônomo, José Alexandre Portinho afirma que o peixe pode ser facilmente substituído pela sardinha. “É um alimento com valor nutritivo equivalente. Além disso, a sardinha é muito mais barata. Custa cerca de R$ 3 o quilo. Para ficar mais saudável, deve ser feita no forno, com camada de cebolas por baixo”, ensina Portinho.
O tradicional peru, por sua vez, tem variação pequena no preço (13%). O menor valor encontrado para o quilo foi de R$ 14,98 e, o maior, de R$16,98. Para Portinho, o alimento é uma opção saudável para a ceia. “Mas é importante tirar a pele na hora de consumir”, alerta.
O aumento dos preços dos alimentos, embora tenham desacelerado de 0,69% em outubro para 0,56% em novembro, continuaram a pressionar a prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), do IBGE.
A variação nesse grupo foi puxada principalmente pela batata inglesa (13,85%) e tomate (12,12%). A cebola ficou mais barata 12,49%.
Como alternativa, o nutrólogo sugere que a batata inglesa seja substituída pela doce, mais barata. “Esta, inclusive, ganha em valor nutricional”, acrescenta.
Economize: Deixar para comprar em cima da hora pode custar até 20% a mais
O publicitário Jair Palmeira, de 58 anos, costuma comprar os produtos da ceia com antecedência para pagar mais barato. “Com a proximidade do Natal, os preços podem ficar até 20% mais altos”, diz.
O publicitário Jair Palmeira, 58 anos, antecipa as compras de Natal para conseguir pagar mais barato
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia
O nutrólogo José Alexandre Portinho afirma que o ideal é comprar, no máximo, até o começo de dezembro: “Além de ser mais barato, a qualidade dos produtos agora é melhor”.
Além do bacalhau, também já estão disponíveis no mercado outros produtos típicos do Natal, como amêndoas, nozes e avelãs. Nas Casas Pedro, a castanha portuguesa está saindo por R$ 29,80, o quilo. Já as avelãs e amêndoas custam R$ 29,80, o quilo. Também é possível encontrar frutas cristalizadas por R$ 5,80, o quilo.
Acompanhamento indispensável do bacalhau, o azeite tem uma variação grande de preços. O mais barato encontrado pela reportagem custa R$ 4,99 (a garrafa de 500ml), no Guanabara, enquanto o mais caro deles chega a custar R$ 325,10 na Lidador. Também há opções na mesma loja por R$ 8,30 e no Extra por R$8,88. Nas Casas Pedro, o azeite custa R$ 17,99.

Panetone: Lojas inovam nos sabores
A cada ano, o panetone ganha versões para agradar a gregos e a troianos. A aposta da Cacau Show este ano, por exemplo, é para o versão com gotas de chocolate, recheada com trufa e cobertura de chocolate belga (R$ 49,90). 
Para combinar com o verão, a rede criou também o de trufado de maracujá, coberto com chocolate ao leite (R$ 44,90). Ao todo, foram 11 lançamentos só para o fim de ano. 
A Kopenhagen, por sua vez, investiu no panetone Língua de Gato com recheio de doce de leite (custa R$ 74,90), além das versões com gota de chocolate ao leite e frutas cristalizadas. A marca criou também as trufas natalinas (R$ 44,90) e os cookies natalinos (à venda ao preço de R$ 83,60).
A novidade da Chocolates Brasil é o panetone recheado com brigadeiro de morango (R$ 42,90). Também há opções mais em conta, como o panetone com gotas de chocolate (R$ 21,90) e o de brigadeiro (R$35,90). 
Cestas: Natal com praticidade
Para quem não quer esquentar a cabeça pensando na ceia ou prefere evitar o trabalho na cozinha, encomendar a ceia de Natal é uma boa alternativa.
Na Lidador, por exemplo, o valor das cestas, que também são um bom presente, varia de R$ 178,22 a R$ 17 mil. A segunda opção inclui champanhe, vinhos, patê de foie gras, marrom glacê e taças de cristal, entre outros itens.
Já a MP Tortas Boutique, no Recreio, aceita encomendas até 20 de dezembro para o Natal e 27 de dezembro para o Ano Novo. O cardápio inclui bacalhau ao forno com creme de abóbora e aipim, que sai por R$200. Também é possível optar pelo lombinho ao molho de ameixas, acompanhado por farofa de castanhas e damasco, que custa R$120.
Até terça-feira, os clientes também poderão antecipar suas compras de fim de ano no Pão de Açúcar Delivery. Basta acessar o site www.paodeacucar.com.br, informar o endereço de entrega e selecionar a “Pré-venda Especial de Natal”.
São mais de 70 itens, entre bebidas (como espumantes e vinhos), cestas de Natal e panetones. As compras serão entregues no local escolhido.
ICMS e alta do dólar pesam sobre os importados
Dono da Lidador, o empresário Joaquim Cabral Guedes, de 90 anos, criticou a carga tributária dos produtos importados e a alteração no regime de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Rio. O vinho, entre outros itens, entrou na lista de substituição tributária este mês.
Apesar de a Secretaria Estadual de Fazenda afirmar que a mudança não tem impacto no preço, Joaquim Cabral explica que o vinho ficou mais caro, o que prejudica as vendas. “Achei injusto terem feito essa mudança às vésperas das festas de fim de ano”, afirma.
À frente de uma das lojas mais tradicionais do Rio, Joaquim Cabral Guedes, 90 anos, critica a tributação sobre os itens importados
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia
Ele conta que vendia, em média, cerca de 40 mil cestas de Natal. Para este ano, espera vender no máximo 10 mil. “É muita despesa e pouco lucro”, lamenta.
Cabral trabalha na Lidador desde os 8 anos, quando a rede de lojas era administrada por seu tio, o fundador. “Nós tínhamos o diferencial de vender produtos que as pessoas não encontravam em outros lugares. O (presidente) Getúlio Vargas, por exemplo, só comprava uísque da Lidador”, conta ele, orgulhoso.
Hoje, as lojas da rede competem com os supermercados, que também vendem produtos importados. “O dólar alto também atrapalha, pois esse custo tem que ser repassado ao consumidor. Mesmo assim, ainda temos clientes fiéis, que só compram conosco”, diz.
À frente de uma das lojas mais tradicionais do Rio, Joaquim Cabral Guedes, 90 anos, critica a tributação sobre os itens importados
Fonte: O Dia

Pellegrini descarta rumores sobre contratação de Lionel Messi pelo City

Argentino tem sido ventilado fora do Barcelona

EFE


Inglaterra - O treinador do Manchester City, Manuel Pellegrini, descartou nesta segunda-feira a possibilidade de sua equipe contratar o atacante Lionel Messi durante entrevista coletiva prévia à partida contra o Bayern de Munique pela Liga dos Campeões. Ao ser questionado pelos repórteres, disse que "os rumores são só rumores", e também elogiou o craque argentino depois de ele ter se transformado no maior artilheiro do Campeonato Espanhol no sábado contra o Sevilla.
Messi não deverá atuar no futebol inglês
Foto:  Reuters
Messi marcou três vezes no confronto e chegou a 253 gols na competição, superando assim os 251 de Telmo Zarra, que fez história com a camisa do Athletic Bilbao. "O que ele fez é excepcional e há poucos jogadores que possam alcançar esse nível. O recorde reflete a importância dele para o Barcelona", afirmou o treinador chileno. O atacante argentino atingiu o recorde em 289 partidas, em sua 11ª temporada no Campeonato Espanhol.
Já Zarra precisou de 277 jogos e 15 temporadas com o Athletic para chegar aos 251 gols. O zagueiro Martín Demichelis, companheiro de Messi na seleção argentina, também elogiou o craque, até então o único a vencer quatro prêmios de melhor jogador do mundo pela Fifa. "Estou feliz pelo recorde. Para mim não é uma surpresa o que ele está fazendo", disse à imprensa britânica o defensor do Manchester City, que preferiu não comentar os rumores sobre a possível contratação de Messi pelo clube.
Fonte: O Dia

POR QUE SERÁ QUE FHC FOI CONTRA A CPI DA PETROBRAS?

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Em março deste ano, o ex-presidente Fernando Cardoso Henrique Cardoso divergiu do então candidato Aécio Neves e disse ser contra a instalação de uma CPI da Petrobras;  "Acho que o momento eleitoral não é o mais propício. Não sou favorável a partidarizar", afirmou à época; a vontade de Aécio, no entanto, prevaleceu; agora, no momento em que as investigações da Operação Lava Jato avançam, dois personagens emblemáticos da crise, o ex-gerente Pedro Barusco e o lobista Fernando Baiano, afirmaram à Justiça que entraram na Petrobras justamente no governo FHC; se o desejo da sociedade for não deixar "pedra sobre pedra" será inevitável apurar o que ocorreu no passado
Em março deste ano, quando a corrida presidencial ainda esquentava, o ex-presidente Fernando Cardoso foi questionado sobre a necessidade de uma CPI para investigar negócios da Petrobras.
Naquele momento, ele teve uma rara divergência com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi o candidato tucano à presidência da República. "Acho que o momento eleitoral não é o mais propício. Não sou favorável a partidarizar", disse FHC.
No entanto, ele fez questão de defender o modelo de gestão implantado na empresa – foi no primeiro governo FHC que a Petrobras foi dispensada de seguir a Lei de Licitações, a 8.666. "Nós transformamos a Petrobrás em uma corporation, uma empresa, não uma repartição pública. Para isso, tem que tirar a influência dos partidos. No governo anterior ao atual, deu marcha à ré e o resultado está aí, com escândalo nos jornais" (leia mais aqui).
Aécio, no entanto, não seguiu a sugestão de FHC e entrou com tudo na CPI da Petrobras, que teve como foco principal a discussão sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Parlamentares governistas levantaram histórias do governo FHC, como uma polêmica troca de de ativos com a Repsol (leia aqui), mas o caso permaneceu abafado pelo silêncio dos meios de comunicação conservadores.
Agora, no momento em que avançam as investigações da Operação Lava Jato, dois personagens centrais, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o gerente-executivo Pedro Barusco, disseram que começaram a realizar negócios na Petrobras no governo FHC.
Baiano disse ter entrado na companhia em 2000, ou seja, no segundo mandato do ex-presidente. Barusco, o servidor que recebeu quase US$ 100 milhões em propinas, disse que começou a delinquir em 1996, bem no começo do primeiro mandato de FHC.
Foi neste primeiro governo que o ex-presidente aprovou a lei do petróleo, permitindo que a empresa contratasse sem licitações. Em breve, o Tribunal de Contas da União levará uma discussão ao Supremo Tribunal Federal para que a Petrobras volte a se submeter à 8.666.
Logo depois da sétima fase da Operação Lava Jato, quando diversos empreiteiros foram presos, FHC se disse "envergonhado com o que fizeram na Petrobras". Barusco e Baiano vêm da era FHC.
Fonte: 247

HOMEM DE US$ 100 MI ROUBA DESDE O INÍCIO DA ERA FHC

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Em sua delação premiada, o ex-gerente Pedro Barusco, que irá devolver R$ 252 milhões às autoridades, disse que começou a receber propinas em 1996, segundo ano do governo FHC, que se disse "envergonhado pelo que fizeram na Petrobras"; Barusco negou que recebesse propinas partidárias; "essa era a parte da casa", disse; confissão enfraquece estratégia tucana de associar escândalo ao PT; ele também disse que contratava sem licitação, o que foi permitido por uma lei do ex-presidente tucano; recentemente, tentou favorecer a Odebrecht
Depois de ter causado espanto ao declarar que devolveria uma fortuna de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 252 milhões), obtidos irregularmente, aos cofres públicos, o ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco admitiu que recebe propina há 18 anos, desde o início da era FHC, por meio de contratos da estatal. Esse é o motivo, segundo ele, para ter conseguido acumular tamanha fortuna.
Na semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse sentir "vergonha" do que está acontecendo na Petrobras. "Tenho vergonha como brasileiro, tenho vergonha de dizer o que está acontecendo na Petrobrás", afirmou.
Barusco admitiu, em delação premiada, que desvia verbas por meio de contratos na estatal do petróleo desde 1996, segundo ano do governo do ex-presidente tucano. Ele também confirmou ter recebido US$ 22 milhões em propina apenas da holandesa SBM Offshore, que trabalha com afretamento de navios-plataforma.
O ex-gerente da Petrobras negou, durante depoimento, que parte do dinheiro desviado por ele era destinado a algum partido ou políticos. "Esta era a parte da casa", afirmou. Apontado como um dos supostos cúmplices do ex-diretor da estatal Renato Duque, preso na sexta-feira 14, ele conta também ter contratado empresas sem licitação, prática que foi permitida por meio de uma lei do governo FHC.
Barusco teve participação em todos os grandes projetos da Petrobras na última década, entre eles a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Em 2006, logo após a compra pela Petrobras de 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ele tentou favorecer a Odebrecht, contratando a empresa para a ampliação da refinaria sem processo de licitação. Ele alegou que a companhia era a única brasileira com experiência para o trabalho e obteve o apoio dos diretores. A obra no valor de US$ 2,5 bilhões, porém, foi rejeitada pelos sócios belgas.
O volume de dinheiro a ser devolvido pelo engenheiro aos cofres públicos é o maior já obtido por um criminoso na história do País. O acordo de delação premiada foi firmado por ele antes de a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, vir à tona. Ele decidiu colaborar com a polícia assim que foi avisado que seria denunciado, conseguindo, dessa forma, se livrar da cadeia.
Fonte: 247

OPERAÇÃO ABAFA ESTÁ VARRENDO PETROLÃO TUCANO PARA DEBAIXO DO TAPETE

As investigações da operação Lava Jato são só para petistas e, no máximo, para os peemedebistas. Para tucanos, impera a Operação Abafa


ANTONIO LASSANCE


(originalmente publicado na Carta Maior)

Primeiro, foi o mensalão. Agora, é o "petrolão". Em ambos os casos, o esquema de desvio de dinheiro público foi inventado desde o governo tucano de FHC - pelo menos -, mas só descoberto quando vieram os petistas.

Estamos aguardando Aécio Neves, que além de Senador é agora comentarista político do Jornal Nacional, aparecer no estúdio para confessar que continua com a ideia fixa de que tudo o que o PT fez e ampliou começou com FHC.

Há gente muito otimista quanto ao desfecho do atual escândalo, na linha de que não sobrará pedra sobre pedra e que todos serão tratados igualmente pela Polícia Federal do Paraná, pelo Ministério Público e pela Justiça.

Poderíamos citar Dante e sua Divina Comédia para recomendar a todos que deixem a esperança na porta, ao entrar; mas a situação combina mais com o bordão do compadre Washington (aquele do "sabe de nada, inocente").

Pouco adianta a constatação do Ministério Público de que o esquema que assaltou a Petrobras existe há pelo menos 15 anos.

Se não houver a devida investigação para dar nome aos bois do período FHC, a constatação cai no vazio - ou melhor, na impunidade.

O problema não é se vai sobrar pedra sobre pedra, mas para onde serão dirigidas as pedradas, se é que alguém ainda tem alguma dúvida.

A apuração feita pela Operação Lava Jato não é neutra. Os investigadores da PF encarregados do caso não são neutros, muito pelo contrário.

A maioria é formada por um grupo de extremistas que foram flagrados em redes sociais vomitando comentários raivosos e confessando suas opções partidárias. 
Se dependermos dessa gente diferenciada, não teremos Estado de Direito, mas Estado de direita.

O Código de Ética da associação nacional dos delegados da PF proíbe a seus membros a manifestação de preconceitos de ordem política. Mas alguém acha que esses vão sofrer qualquer reprimenda?

Alguém imagina que os deslizes, considerados ao mesmo tempo graves e primários por gente séria da própria PF, terão a punição que foi aplicada ao ex-delegado Protógenes Queiroz, que cometeu o crime hediondo de prender um banqueiro?

O PSDB tem sido zelosamente preservado nessa "investigação" que deveria feita na base do doa em quem doer. Balela.

A operação Lava Jato é só para petistas e, no máximo, para os peemedebistas. Para tucanos, impera a Operação Abafa.

O senador Álvaro Dias e o deputado Luiz Carlos Hauly, ambos tucanos do Paraná, citados por delatores, até agora estão absolutamente preservados.

O nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, já falecido, apareceu menos como uma revelação do que como um "boi de piranha". Guerra já não pode confessar nada nem sob tortura.

PT e PMDB têm seus operadores. O PSDB também, mas onde estará o infeliz? Certamente, por aí, limpando sua conta e seus rastros.

Quase metade da lista de políticos citados pelos delatores é formada por apoiadores da campanha de Aécio Neves em 2014 (confira aqui).

A sina persecutória dos delegados paranaenses chegou ao ponto de incriminar o atual Diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, sem qualquer prova, sem sequer testemunho. O crime do diretor estava apenas na pergunta dos investigadores.

Até mesmo um ex-diretor da PF nomeado por FHC considerou o episódio contra Consenza o cúmulo do absurdo, conforme relatado pelo jornalista Ilimar Franco em sua coluna. 

Isso não se faz, a não ser com segundas e terceiras intenções. Não foi erro material", como os investigadores alegaram, nem mera trapalhada, foi obra do comitê eleitoral da campanha tucana de terceiro turno.

As tartarugas do ministro da Justiça

Das duas tartarugas que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tinha que cuidar, uma já fugiu; a outra está escondida debaixo de seu nariz.

A defesa da autonomia da Polícia Federal, que é de uma obviedade gritante, não resolve uma dúvida crucial: a PF do Paraná tem autonomia para varrer a sujeira do PSDB para debaixo do tapete, ao sabor da preferência partidária de alguns investigadores?

Está claro que o comando da PF no Paraná tem autonomia suficiente para não ser aparelhada pelo PT, nem pelo PMDB, mas pode gozar de autonomia para ser aparelhada pelo PSDB?

Se depender do ministro Cardozo, claro que sim - é para isso que serve a autonomia - para que qualquer órgão público faça o que bem entender, com base nas conveniências de seus servidores.

Por sorte, ao alargarem o tamanho do escândalo, para que ganhasse ares superlativos - suficientes para serem aproveitados por uma oposição que, incapaz de ganhar eleições presidenciais, só vê saída no impeachment -, os investigadores cometeram um erro crasso. Comprometeram todo o sistema político. Excelente ideia.

A rigor, todo aquele que recebeu doações de qualquer dos envolvidos no escândalo deveria ter seu mandato cassado.

Considerando que a Polícia Federal paranaense chegou à conclusão de que não existe almoço grátis, de cada 10 parlamentares eleitos, pelo menos 4 deveriam ser impedidos de assumir o mandato. Agora, ou vai ou racha.

A investigação que Gilmar Mendes determinou que se faça contra as contas da campanha de Dilma, com uma força tarefa formada por TCU, Receita Federal e Banco Central, deve ter uma similar para Aécio e todos os demais candidatos, à exceção dos do PSOL, PSTU e PCO - os únicos que se livraram do pavoroso expediente de receber "doações" de empresas.

É uma pena que o anticomunismo dos investidores encarregados da operação os impeça de chegar à conclusão, em seu relatório, de quem ninguém presta na política nacional, salvo os comunistas. Todos os demais partidos, nessa lógica, estão infestados de ladrões.

Se negarem vinculação com o PSDB e continuarem a recusar simpatia aos comunistas, aos delegados paranaeses restará apenas o movimento Punk - se for essa a opção, contarão doravante com meu respeito.

Anedotário do Gilmar

Em qualquer escândalo, quem quer desviar para longe o faro da impensa precisa dar carne aos leões. Só assim se consegue conduzir o olhar para longe de quem se quer proteger e em direção a quem se quer atacar.

Pela milésima vez, uma operação-abafa é feita para esconder a sujeira da corrupção praticada pelo PSDB para debaixo do tapete, tal como foi feita com os mensalões do PSDB e do DEM, com o apoio do oligopólio midiático.

No STF, o ministro Gilmar Mendes vai na mesma linha. Mantém trancada há sete meses uma decisão que já conta com maioria do STF para abolir o financiamento empresarial de campanhas. Com Natal, Ano Novo e Carnaval, a decisão sequestrada por esse pedido de vistas fará aniversário em breve.

Não satisfeito, o ministro ainda se deu ao luxo de nos brindar com a piada, contada com sua voz de coveiro, de que o mensalão deveria ter ido para o juizado de pequenas causas.

A gracinha ocupou as manchetes como se fosse um desabafo, quando não passa de deboche com as instituições.
O anedótico Gilmar Mendes finge que o problema não é com ele, nem com o financiamento de privado, nem com empreiteiras, nem com corruptos que são sócios de políticos e partidos. O único problema - dele, pelo menos - é com o PT. O resto pouco importa.
  
No exato momento em que Gilmar fazia sua graça, a segunda tartaruga sob os cuidados de José Eduardo Cardozo fugia velozmente em plena Esplanada dos Ministérios.

Enquanto isso, tucanos e democratas continuam se fazendo de freiras castas pregando no bordel, mas sem dispensar as notas dobradas das empreiteiras, presas em suas apertadas calcinhas.

Mas que fique bem claro: não são calcinhas vermelhas, são pretas. Aí pode, sem problema.
Fonte: 247 ANTONIO LASSANCE

LEWANDOWSKI: STF PODE REVER LEI DE FHC NO PETRÓLEO

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Presidente do Supremo diz que, assim que a ação que pede para que a Petrobras cumpra a Lei das Licitações, de 1993, for devolvida, "terá prioridade para ser julgado pelo plenário do tribunal"; julgamento foi interrompido em 2011, com pedido de vistas do ministro Luiz Fux; estatal realiza contratações em regime simplificado de licitação, com base em decreto presidencial assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que abre brechas para atos de corrupção como os investigados na Operação Lava Jato; Ricardo Lewandowski declarou ainda não ter uma "posição definitiva sobre o assunto"
O Supremo Tribunal Federal poderá rever a lei do petróleo estabelecida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmou nesta segunda-feira 24 o presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski. Decreto presencial de 1998 permite que a estatal faça contratações por processo simplificado de licitação, o que abre brechas para atos de corrupção como os investigados na Operação Lava Jato.
"Esse processo teve um pedido de vista de um ministro (do STF). Assim que ele for devolvido, e dentro das possibilidades da pauta, ele terá prioridade para ser julgado pelo plenário do tribunal", disse Lewandowski, que participou hoje da cerimônia de abertura da Semana Nacional de Conciliação, em São Paulo.
O ministro fazia referência ao colega Luiz Fux, que pediu vistas do processo em 2011, interrompendo o julgamento. A ação apresentada pela empresa Petrosul, que chegou em 2005 no STF, pede que a estatal cumpra a Lei 8.666, conhecida como Lei das Licitações, de 1993, seguida por todos os órgãos de administração pública.
Na semana passada, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, se reuniu com Lewandowski, a quem pediu pressa para que o Supremo retomasse o caso (leia aqui). 
Questionado sobre o que pensava sobre o tema, o presidente do STF disse ainda não ter "posição definitiva sobre o assunto". Em 2008, quando o caso começou a ser julgado pela Primeira Turma do STF, Lewandowski votou contra a ação, a favor de que a estatal continuasse com o regime simplificado de contratações.
Fonte: 247

ALOYSIO FALA ABERTAMENTE EM IMPEACHMENT. GOLPE?

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Vice de Aécio afirma que esta é a consequência jurídica da qual a presidente Dilma Rousseff tenta fugir ao tentar aprovar no Congresso o projeto que altera o cálculo da meta fiscal; se não cumprir a meta, diz Aloysio Nunes em entrevista à Veja, Dilma comete "crime de responsabilidade fiscal", o que pode levar ao "impeachment"; em seguida, o líder do PSDB simula moderação à própria frase; "agora, é claro que o impeachment não é uma coisa trivial, tem que ser muito bem demonstrado", diz ele, lembrando, no entanto, que a legislação "dá essa margem"; senador tucano, ex-guerrilheiro, esteve recentemente no protesto da Avenida Paulista que pediu o impeachment da presidente e a volta do regime militar
 Líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes (SP) dá sinais claros de tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff em entrevista ao portal da revista Veja nesta segunda-feira 24 (aqui). Ao comentar o projeto que altera a meta fiscal, e que deve ser apreciado essa semana no Congresso, o tucano fala abertamente em impeachment.
O Planalto argumenta que, se a meta do superávit não for alterada, o governo federal terá de interromper investimentos no País. "Não é a aprovação da lei que vai fazer brotar dinheiro, então é mera chantagem, que não tem nenhum fundamento na realidade", rebate Aloysio Nunes, que foi vice de Aécio Neves na eleição presidencial.
"A grande preocupação é salvar a pele da presidente Dilma das consequências jurídicas do fato de ela ter infringido a Lei Orçamentária e a Lei de Responsabilidade Fiscal", continua o tucano. "Que consequências são essas, senador?", questiona a entrevistadora, Joice Hasselmann. "Crime de responsabilidade fiscal", afirmou. "Que pode levar ao que?". O parlamentar responde: "ao impeachment".
Em seguida, simulando um tom moderado à sua própria frase, diz: "agora, é claro que o impeachment não é uma coisa trivial, tem que ser muito bem demonstrado". Ele lembra, porém, com a ajuda de sua entrevistadora, que a legislação "dá essa margem". No último dia 15 de novembro, o senador tucano, ex-guerrilheiro, participou de um protesto na Avenida Paulista que pedia o impeachment da presidente Dilma e a volta do regime militar no Brasil.
Fonte: 247

Filho do jornalista Alexandre Garcia é encontrado morto em Brasília



O jornalista da Globo Alexandre Garcia
O jornalista da Globo Alexandre Garcia

O filho do jornalista da Globo Alexandre Garcia, Gustavo Nunes Garcia, 27 anos, foi encontrado morto na madrugada deste domingo (23) no apartamento em que morava com a mãe na Asa Norte, em Brasília.
A Divisão de Comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal confirmou a informação ao UOL na tarde desta segunda-feira (24).  A causa da morte não foi divulgada.
O velório e enterro aconteceram na tarde de domingo.
De acordo com a TV Globo, como o Alexandre Garcia é comentarista sem dia fixo do "Bom Dia Brasil" não há uma substituição obrigatória. A emissora não informou quantos dias o jornalista ficará afastado de suas atividades. 
Fonte:  UOL -

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cedae muda a data do desligamento de Guandu para quarta feira

De acordo com a empresa, a medida foi tomada para que não haja paralisação do serviço durante o verão

 A Cedae informou, em nota, neste domingo, que a manutenção preventiva da estação de tratamento de Guandu será feita na quarta feira, dia 19 de Novembro, e não mais na terça feira, dia 18. Segundo a nota, a mudança ocorreu pois a empresa decidiu aproveitar a manutenção preventiva da estação para interligar a primeira etapa da nova adutora, que integra o projeto de aumento de oferta de água para a Barra, Recreio e Jacarepaguá.
Para que esse projeto tenha andamento, seria necessário uma nova interrupção no serviço durante o verão, caso a Cedae mantivesse a paralisação para terça-feira. Com a alteração da data para o dia seguinte, não será necessária a interrupção do serviço durante a estação mais quente do ano.
O abastecimento de água voltará à normalidade logo após o religamento do sistema, mas em algumas áreas isoladas e regiões mais altas, o fornecimento pode levar até 72h após a conclusão dos trabalhos para voltar a ser totalmente restabelecido. A Cedae montou um esquema especial para atender hospitais e outros órgãos de atendimento essencial com carros-pipa no período em que a estação estiver inoperante.
Fonte: O Dia

Lava Jato: saiba quem são os alvos da PF

Na sétima fase da operação, a Justiça decretou a prisão de outro ex-diretor da Petrobras e de executivos de algumas das maiores empresas do País, entre eles dois presidentes de empreiteiras


Paulo Roberto Costa
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, em depoimento na CPI da Petrobras: ele é um dos delatores do esquema

A sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira 14 pela Polícia Federal, teve como foco a prisão de executivos e de pessoas ligadas a grandes empreiteiras que faziam negócios com a Petrobras. Como mostram documentos obtidos por CartaCapital, além de empresários como José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, e Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa, eram alvo também Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, suspeito de usar o cargo para assinar contratos com as empreiteiras e repassar parte do dinheiro para um esquema que alimentaria partidos governistas, como PT, PMDB e PP, e Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB no esquema.
A ação desta sexta-feira decorre da análise de material apreendido e de depoimentos colhidos em fases anteriores da Lava Jato e foi deflagrada após tentativas frustradas de acordo entre as empreiteiras e o Ministério Público Federal. Nas últimas semanas, a negociação entre as empresas, procuradores e delegados da Polícia Federal não prosperou e os investigadores decidiram que o único caminho seria a deflagração da nova fase. A única empresa que optou por assinar o acordo foi a Toyo Setal e dois executivos ligados a ela, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Julio Camargo. Mendonça e Camargo detalharam à PF como se dava os acordos entre as empresas integrantes do suposto cartel e contou quem era o representante de cada uma delas dentro das tratativas.
A Operação Lava Jato investiga um esquema de corrupção envolvendo políticos, empreiteiras e empresas públicas, em especial a estatal Petrobras. Segundo a PF, os grupos investigados na Lava Jato registraram, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), operações financeiras atípicas num montante que supera os 10 bilhões de reais. De acordo com declarações atribuídas a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras que assinou um acordo de delação premiada com a Justiça, Renato Duque, demitido da estatal na mesma data que Costa, era um dos diretores da estatal que repassava dinheiro desviado para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Uma cunhada do tesoureiro do PT também foi alvo da operação de hoje. Marice Correa de Lima foi levada a sede da Polícia Federal de forma coercitiva para prestar esclarecimentos sobre sua relação com a empreiteira OAS de quem, segundo o MPF, ela recebeu grandes quantias em dinheiro.
Foram alvos de busca e apreensões as empreiteiras Camargo Correa, Mendes Júnior, UTC/Constran, Odebrecht, Iesa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, OAS e Engevix.
Confira abaixo a lista de pessoas e empreiteiras alvo da operação nesta sexta-feira, além de Renato Duque e "Fernando Baiano":
- Adarico Negromonte Filho (prisão temporária)
Irmão do ex-ministro das Cidades Mario Negromonte (PP), Adarico era encarregado de levar dinheiro em espécie para Alberto Youssef
Jayme Alves de Oliveira Filho (prisão temporária)
Agente da Polícia Federal lotado em um aeroporto do Rio de Janeiro, usava o cargo para embarcar valores em espécie para Alberto Youssef
Carlos Alberto da Costa Silva (prisão temporária)
O advogado teria ameaçado a contadora de Alberto Youssef, Meire Pozza, para que ela aceitasse o “patrocínio” de um escritório contratado pelo pool de empreiteiras
Marice Correa de Lima (intimação e condução coercitiva)
Cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é apontada pelo MPF como “coordenadora administrativa do PT” e “figura conhecida da época do mensalão”. Segundo o MPF, Marice era responsável pelo esquema junto à OAS
A seguir, confira os envolvidos ligados diretamente às empreiteiras:
1 - CAMARGO CORRÊA
Os executivos da empresa são suspeitos de crime contra licitações, formação de cartel, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público Federal, a Camargo Corrêa participou da formação de cartel em contratações da Petrobras e atuou de forma a desviar dinheiro público de obras da estatal para a organização criminosa chefiada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef.
Há irregularidades ligadas à Camargo Corrêa em obras como a reforma e ampliação da Refinaria Getulio Vargas, em Araucária (PR), e na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). Em seu depoimento, Youssef afirmou que seus contatos na construtora eram Eduardo Leite, o Leitoso, Dalton Avancini e João Auler.
- Pedidos de prisão preventiva na Camargo Corrêa
Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente
Segundo Youssef, o vice-presidente era um dos seus contatos dentro da construtora. Os investigadores chegaram até o empresário após citações ao nome "Leitoso" em conversas de Youssef interceptadas.
- Pedido de prisão temporária na Camargo Corrêa
Dalton dos Santos Avancini, presidente
Avancini já havia sido preso em Campinas, em 2011, por conta de envolvimento na Operação Sanasa. Era outro contato de Youssef na construtora. Responsável pela assinatura dos contratos da Camargo Correa na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração
Um de seus funcionários e o próprio Youssef afirmaram que Auler era um dos contatos dentro da construtora.
- Pedido de intimação e condução coercitiva na Camargo Corrêa
Edmundo Trujillo, diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa

2 - OAS
Segundo o Ministério Público, ao longo das investigações da Lava Jato foi possível encontrar provas da estreita relação entre a construtora e empresas do doleiro Alberto Youssef. Para o MPF, a investigação evidencia contundentes indícios de que a OAS participava do cartel de empreiteiras que distribuíam entre si contratos com órgãos públicos.
- Pedidos de prisão preventiva na OAS
José Ricardo Nogueira BreghirolliManteve contato com Youssef via telefone e mensagens. Entre outros pontos, segundo o MPF, foram demonstrados também diversos indícios que corroboram com a tese de que José Ricardo coordenava os repasses de recursos ilícitos provenientes da empresa OAS, através de Youssef e sua rede de funcionários.
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional
Segundo Alberto Youssef, dentro da OAS ele sempre tratava com Agenor
- Pedido de prisão temporária na OAS
José Aldemário Pinheiro Filho, presidente
Mateus Coutinho de Sá OliveiraDiz o MPF: “Conversas entre o interlocutor LA e Youssef demonstram a movimentação de quantias de 250 mil reais e 400 mil reais nas quais haveria o intermédio de Mateus”.
Alexandre Portela Barbosa, advogado
Manteve contato com Youssef por mensagens de texto. Diz o MPF sobre Portela: “Nas mensagens trocadas entre Youssef e Portela é possível verificar indícios de que este era o responsável por articular e coordena junto a Youssef o destino de recursos financeiros que deveriam ser transportados de forma oculta para outros países como Peru e Panamá”.
- Pedido de intimação e condução coercitiva na OAS
Pedro Morollo Junior, engenheiro civil
Fernando Augusto Stremel Andrade, engenheiro civil

3 - UTC/CONSTRAN
Diz o MPF sobre a participação da empresa: “A representação policial evidencia os contundentes indícios de que as empresas do grupo UTC, incluindo a Constran, participavam de verdadeiro cartel entre grandes empreiteiras, que distribuíram entre si contratos com órgãos públicos mediante pagamento de propina a empregados públicos e desvios de recursos públicos, além de subsequente repasse a partidos políticos por intermédio de operadores paralelos do sistema financeiro, notadamente, no caso, Alberto Youssef”
Pedido de prisão temporária na UTC:
Ricardo Ribeiro Pessoa, diretor superintendente
Ricardo é apontado tanto por Youssef como por Paulo Roberto da Costa como elemento de contato quanto aos atos ilícitos praticados pela UTC/Constran em relação à Petrobras e outras empresas públicas. Foram identificadas 35 mensagens entre Pessoa e Youssef entre 13/09/2013 e 31/12/2013. O executivo também aparece em planilhas apreendidas com Paulo Roberto Costa onde consta a anotação: “já está colaborando, mas vai intensificar + p/ campanha”.
Walmir Pinheiro Santana, responsável pela UTC Participações
Planilha apreendida pela PF apresenta diversos valores em nome de Walmir. Além disso, Walmir teve seu nome registrado em várias visitas ao escritório de Youssef. A PF também flagrou conversas entre o doleiro e Walmir.
Ednaldo Alves da SilvaSegundo a investigação, Ednaldo era a pessoa responsável pelo transporte físico de numerário da UTC para a GFD ( uma das empresas de fachada de Youssef)

4 - ODEBRECHT
A empreiteira e a residência de dois de seus executivos foram alvos de busca e apreensão da Polícia Federal. Diz o MPF sobre a construtora: “A representação policial bem evidencia os indícios de que as empresas do Grupo Odebrecht participaram de formação de cartel entre grandes empreiteiras, que distribuíram entre si contratos com órgãos públicos mediante desvio de recursos e posterior repasse a partidos políticos por intermédio de operadores paralelos do sistema financeiro, dentre os quais se encontra Alberto Youssef”.
“Neste passo, Alberto Youssef afirma que os executivos dessas grandes empresas, entre as quais a Odebrecht, se reuniram para formar uma lista de empresas que venceriam os processos licitatórios, cuja nominada era entregue para Paulo Roberto da Costa na iminência da expedição dos convites para o certame”.
- Alvos de pedidos de busca e apreensão na Odebrecht
Marcio Faria da SilvaSegundo Paulo Roberto Costa, Marcio seria seu contato na Odebrecht. Outro delator, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, em depoimento à PF, afirmou ser Marcio Faria o representante da Odebrecht no “clube VIP” que abocanhava principais obras da Petrobras. O executivo da Toyo Setal e também delator Julio Gerin afirmou à PF que Faria foi responsável por efetivar pagamentos a diretores da Petrobras.
Rogério Santos de AraújoNa agenda de Paulo Roberto Costa apreendida pela PF há citação a Rogério. Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, Costa confirmou que Rogério, ao lado de Márcio, era seu contato na Odebrecht.

5 - MENDES JÚNIOR
Segundo o MPF, há indícios razoáveis da participação da empreiteira participava da formação de cartel em contratações da Petrobras, além de ser uma das empresas que desviavam recursos da estatal em beneficio da organização criminosa capitaneada por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Diz o MPF: “Há indícios, ainda, quanto aos delitos de peculato e corrupção ativa e passiva em razão de sinais de que valores derivados das contratações da Petrobras com a Mendes Júnior, inclusive da IERP 111 (REPAR) consistiram em vantagem indevida desviada em proveito da organização criminosa com participação de executivos da empresa”. Os investigadores também conseguiram mapear repasses de empresas do grupo Mendes Júnior às empresas de fachada utilizadas por Alberto Youssef para lavagem de dinheiro.
- Pedidos de prisão preventiva na Mendes Júnior
Sergio Cunha Mendes, vice-presidente
Segundo Alberto Youssef, seus contatos na Mendes Júnior eram Sérgio Mendes e Rogério Cunha. Já no material apreendido com Paulo Roberto Costa, a Polícia Federal encontrou uma planilha ma qual consta o nome da empresa seguido da anotação “está disposto a colaborar”. Os investigadores também conseguiram mapear repasses de empresas do grupo Mendes Júnior.
Pedidos de condução coercitiva na Mendes Júnior
Angelo Alves Mendes, vice-presidente
Rogério Cunha de Oliveira, diretor de Óleo e Gás
Flávio Sá Motta Pinheiro, diretor administrativo e financeiro da Mendesprev

6 - ENGEVIX
Segundo o MPF, a participação da Engevix no esquema de corrupção foi “expressamente afirmada” por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Além disso, uma série de documentos comprovam o repasse de verba da Engevix para empresas fantasmas de Youssef
- Pedido de prisão preventiva na Engevix
Gerson de Mello Almada, vice-presidente
Foi citado nominalmente por Youssef e Costa como contato do esquema na empresa
Pedidos de prisão temporária na Engevix
Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico
Assinou contratos entre a Engevix e as empresas de Youssef
Newton Prado Júnior, diretor técnico
Assinou contratos com as empresas de Costa e Youssef
- Pedido de intimação e condução coercitiva
Cristiano Kok, presidente
Assinou documentos que ligam a Engevix às empresas de Youssef
Luiz Roberto Pereira, diretor
Solicitou a emissão de ao menos uma das notas fiscais frias repassadas às empresas de Youssef

7 - QUEIROZ GALVÃO
A empresa foi citada nominalmente por Youssef e Costa como participante do esquema. Como as outras, a empreiteira repassava dinheiro para o Youssef e Costa por meio da contratação de empresas fantasmas do doleiro e do ex-diretor da Petrobras.
- Pedidos de prisão temporária na Queiroz Galvão
Ildelfonso Colares Filho, diretor presidente
Foi citado por Costa como contato na empresa e seu nome aparecia em documentos de Costa apreendidos pela PF
Othon Zanoide de Moraes Filho, presidente da Vital Engenharia, ligada à Queiroz Galvão
Foi mencionado diretamente por Youssef e Costa como integrante do esquema

8 - IESA ÓLEO & GÁS
A PF e o MPF afirmam que havia um “intenso relacionamento” entre o grupo comandado por Alberto Youssef e a empresa. A Iesa, segundo os investigadores, foi citada nominalmente por Paulo Roberto Costa, assim como Valdir Carreiro, diretor presidente da companhia, e aparece repetidas vezes em tabelas apreendidas com Alberto Youssef. A relação da Iesa com o cartel se dava, afirma o MPF, por meio do Consórcio CII, que incluía também a Queiroz Galvão.
Pedidos de prisão temporária na Iesa Óleo & Gás
Valdir Lima Carreiro, diretor presidente
Subscreveu o contrato assinado com empresa de Paulo Roberto Costa que tratava sobre o repasse de valores ilícitos. Seu nome aparece como contato de Costa em diversos documentos apreendidos, inclusive em planilha que listava executivos envolvidos no esquema. Carreiro foi citado também por Augusto Ribeiro de Mendonça Neto
Otto Garrido Sparenberg, diretor de Operações
Subscreveu o contrato assinado com empresa de Paulo Roberto Costa que tratava sobre o repasse de valores ilícitos. Seu nome aparece como contato de Costa em diversos documentos apreendidos

9 - GALVÃO ENGENHARIA
A PF e o MPF identificaram vários repasses da Galvão Engenharia para empresas de fachada que serviam ao esquema de desvio de dinheiro. A construtora, dizem os investigadores, também integrava o cartel que acertava licitações previamente
- Pedido de prisão preventiva na Galvão Engenharia
Erton Medeiros Fonseca, diretor presidente de Engenharia Industrial
Além de citado nominalmente por Paulo Roberto Costa, seu carimbo e assinatura aparecem em notas fiscais emitidas pela Galvão Engenharia para empresas de fachada do esquema de Paulo Roberto Costa.
  

Fonte: CartaCapital