quarta-feira, 29 de junho de 2011

Saúde dos moradores de Santa Cruz pode estar em risco por causa da CSA

Uma auditoria está investigando os efeitos causados pela Companhia Siderúrgica do Atlântico. Além dos danos à saúde, os moradores também reclamam do barulho dos trens que transportam o minério de ferro.

Assista o vídeo no link:

http://g1.globo.com/videos/rio-de-janeiro/v/saude-dos-moradores-de-santa-cruz-pode-estar-em-risco-por-causa-da-csa/1550150/#/RJTV 2/20110629/page/1


ESTRATÉGIAS PARA CONCILIAR O DESENVOLVIMENTO ECONÕMICO COM QUALIDADE DE VIDA.

Aumentaram e pioraram os casos de doenças respiratórias e de pele entre os moradores de Santa Cruz, vizinhos à siderúrgica CSA. Sergio Besserman comenta o desafio que é conciliar o desenvolvimento econômico com a saúde da população.

Assista o vídeo no link:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1550529-7823-ESTRATEGIAS+PARA+CONCILIAR+O+DESENVOLVIMENTO+ECONOMICO+COM+A+QUALIDADE+DE+VIDA,00.html

terça-feira, 28 de junho de 2011

LICENÇA DEFINITIVA DA CSA DEPENDE DE RESULTADO DE AUDITORIA, DIZ INEA

A Companhia Siderúrgica do Altântico (CSA), localizada no bairro de Santa Cruz, só terá sua licença definitiva concedida após todos os problemas ambientais, como a emissão de partículas, terem sido solucionados. Esta garantia foi dada pela presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, durante audiência pública da Comissão Especial da Assembléia Legislativa (Alerj) criada para investigar possíveis irregularidades no processo de licenciamento da indústria.
Na reunião, que aconteceu nesta terça-feira (21/06), Marilene falou sobre as medidas que estão sendo tomadas pelo Inea para a adequação da siderúrgica. “A empresa só vai ter a licença definitiva quando se adequar a todas as normas ambientais e corrigir os eventuais problemas que poderão ser apresentados pela auditoria que está sendo feita na companhia”, informou.
Presidente da comissão, a deputada Lucinha (PSDB) lamentou que o órgão estadual não tenha enviado com antecedência os documentos, solicitados há mais de um mês. “Segundo os documentos que recebemos hoje, a CSA está funcionando provisoriamente com a licença de instalação. Isso nos preocupa muito porque a população de Santa Cruz vai continuar sofrendo até que seja concedida a licença definitiva”, afirmou. Segundo Lucinha, a comissão vai receber novamente o Inea após analisar toda a documentação, que inclui relatórios com pesquisas feitas com moradores sobre a qualidade do ar e documentos em que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) transfere para o Inea a responsabilidade pelo licenciamento ambiental, entre outros.
Segundo o Inea, a CSA a licença de instalação concedida aponta que o empreendimento está em fase de pré-operação onde possíveis problemas devem ser identificados e corrigidos. “A CSA está operando com a licença de instalação, que tem como prazo final o dia 28 de setembro de 2012.
Apenas após serem cumpridas todas as nossas exigências na fase atual é que vamos conceder a licença de operação”, relatou Marilene. Segundo ela, o Inea solicitou a realização de duas auditorias, uma para apontar problemas na CSA e outra para avaliar impactos na saúde de trabalhadores e moradores dos arredores.
Ainda de acordo com a presidente do instituto, as emissões de fuligem prateada que assustaram os moradores da região ocorreram por problemas que já estão sendo solucionados. “A emissão da fuligem acontece quando a siderúrgica precisa despejar o ferro gusa, subproduto da produção do aço, em um poço de emergência”, explicou. Segundo Marilente, a CSA já está instalando um equipamento que vai cobrir este poço e fazer a sucção da fuligem que é expelida quando o ferro precisa ser jogado dentro dele. “Esta é uma das principais exigências feitas para que possamos dar a licença definitiva”, completou, informando ainda que, segundo monitoramento feito pelo órgão, a poluição do ar na região está dentro dos padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Na audiência estavam presentes, ainda, a deputada Janira Rocha (PSol), relatora da comissão, e os deputados Paulo Ramos (PDT) e Zaqueu Teixeira (PT), membros do colegiado, além do deputado Sabino (PSC).
Texto de André Coelho
Fonte:
JusClip
Clipping de Notícias Jurídicas

sábado, 25 de junho de 2011

Sérgio Cabral viajou em jato de Eike para festa de empresário com quem tem contratos de R$ 1 bilhão Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/06/20/sergio-cabral-viajou-em-jato-de-eike-para-festa-de-empresario-com-quem-tem-contratos-de-1-bilhao-924734060.asp#ixzz1QKaeXhpv © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.




RIO - Três dias depois do acidente de helicóptero que caiu em Porto Seguro, matando sete pessoas , o estado quebrou o silêncio e informou na segunda-feira que o governador Sérgio Cabral viajou para o Sul da Bahia num jatinho do empresário Eike Batista, em companhia de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções. A empresa é uma das maiores prestadoras de serviço do estado e recebeu, desde 2007, contratos que chegam a R$ 1 bilhão. Além disso, também foi informado que Cabral se dirigia com o grupo para o aniversário de Cavendish num resort, onde ficaria hospedado, mas o acidente com a aeronave interrompeu os planos. Na segunda-feira, o governador se licenciou do cargo, alegando razões particulares.
INFOGRÁFICO: o voo que terminou em tragédia
Cabral, ainda segundo o governo, embarcou no Aeroporto Santos Dumont às 17h de sexta-feira no jato Legacy de Eike. Estavam a bordo o governador, seu filho Marco Antonio e a namorada do rapaz, além de Cavendish e sua família. Após o pouso em Porto Seguro, parte do grupo embarcou no helicóptero para fazer a primeira viagem até o Jacumã Ocean Resort, de propriedade do piloto, Marcelo Mattoso de Almeida - um ex-doleiro acusado de fraude cambial há 15 anos e de crime ambiental de sua empresa, a First Class, na Praia do Iguaçu, na Ilha Grande, em Angra dos Reis. A decolagem foi às 18h31m, mas a aeronave desapareceu no mar. A última visualização de radar do helicóptero ocorreu às 18h57m. Cabral, seu filho Marco Antonio e Cavendish iriam na segunda viagem, rumo a Jacumã. A volta do governador ao Rio, na segunda-feira de manhã, foi num jatinho da Líder, pago pelo governo do estado.
Eike doou R$ 750 mil para campanha Além de Cavendish, Eike mantém estreitas relações com o estado e com o governador. O megaempresário doou R$ 750 mil para a campanha de Cabral em 2010. Eike se comprometeu ainda a investir R$ 40 milhões no projeto das UPPs, a menina dos olhos da segurança do Rio.
Desta vez, a participação de Eike, ao oferecer o passeio até Porto Seguro, não tinha relação com projetos públicos. O motivo da viagem era o aniversário de Cavendish, comemorado sexta-feira. Os laços do empresário e da Delta com o estado foram se estreitando nos últimos anos. Se é o "príncipe do PAC" por conta do expressivo número de obras do programa federal que estão na carteira de sua empresa, Cavendish é o rei do Rio, se for considerada a generosa fatia do bolo de recursos do estado que recebeu nos últimos anos ou está prestes a abocanhar, por obras como a reforma do Maracanã ou do Arco Rodoviário, ambas estimadas em R$ 1 bilhão cada. Em 2007, no primeiro ano do governo Cabral, a Delta teve empenhos (recursos reservados para pagamento) no valor total de R$ 67,2 milhões. No ano passado, o número deu um salto de 655%, para R$ 506 milhões.
Nascida em Recife, a Delta ganhou impulso, no Rio, no governo Anthony Garotinho. Hoje ocupa posição de destaque na execução orçamentária de Cabral. Apenas em rubricas com grande concentração de obras, as cifras se agigantam: o DER empenhou em favor da empresa, no ano passado, R$ 40,1 milhões, e a Secretaria estadual de Obras, R$ 67,9 milhões. Os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do estado (Siafem) foram levantados pelo gabinete do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB).
" Os números falam por si. O faturamento da Delta no estado é crescente e nítido "

- Os números falam por si. O faturamento da Delta no estado é crescente e nítido - diz o deputado, ao comentar a estreita relação entre o dono da Delta e o governo do estado que vazou com o acidente de helicóptero e já repercute na Alerj.
- Após o momento doloroso, é hora de o governador dar explicações - criticou o deputado Marcelo Freixo (PSOL). - Não fica bem ele aparecer em festinhas de empreiteiros.
Quando se consideram os valores efetivamente pagos, a posição de vantagem da Delta não muda. No ano passado, somente a Secretaria de Obras pagou R$ 91 milhões à empresa, que ficou em terceiro lugar na lista das que mais receberam da pasta, que tinha orçamento de R$ 1,1 bilhão para obras e reparos. Em primeiro lugar, com 25%, ficou o Consórcio Rio Melhor (PAC nas favelas), com R$ 269 milhões. Detalhe: a Delta faz parte do consórcio com Odebrecht e OAS. Outro exemplo do longo braço da Delta é o DER. Em 2010, na rubrica obras, o órgão tinha R$ 283 milhões e pagou 30%, ou R$ 81 milhões, à Delta, que ficou com o maior pedaço do bolo.
Em maio, após romper com Cavendish, o dono de uma outra empresa da área de construção, Romênio Marcelino Machado, afirmou à "Veja" que a Delta havia contratado José Dirceu para tráfico de influência junto a líderes petistas. Segundo a revista, Cavendish, em reunião com sócios em 2009, teria dito que, "com alguns milhões, era possível comprar um senador".
A Delta não se pronunciou e a assessoria de Eike informou que ele só se manifestará nesta terça-feira.
COLABOROU Marcelo Dias (Extra)


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/06/20/sergio-cabral-viajou-em-jato-de-eike-para-festa-de-empresario-com-quem-tem-contratos-de-1-bilhao-924734060.asp#ixzz1QKavGVZ1
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segunda-feira, 20 de junho de 2011

POESIA:







NEGRAS NUVENS


Santa Cruz, ninho amigo,
dos pobres e forasteiros,
onde pousam os aviões.
O mar por lá não passa,
Só negras nuvens de fumaça.

O teu céu é tão negro!
Como as noites, sem luar...
Quando o ar beija os meus olhos,
logo fico à chorar...                                                                                                 
Gases tóxicos, monóxido de carbono,
Somos forçados à respirar.

A multidão aflita,
Só pode protestar.
O aço; os navios, irão levar,
A poluição vai ficar...
A Baía de Sepetiba,
Socorro! Vai implorar...

Os Governantes surdos vão continuar...
A  população do entorno, não vai agüentar!
Com tanta poluição no ar, só Deus, poderá salvar !

Autor: Jorge Antonio Pellegrini
POETRY:

BLACK CLOUDS

Santa Cruz nest friend
the poor and strangers,
where the planes land.
The sea there is nothing,
Only black clouds of smoke.

Your sky is so black!
As the nights with no moon ...
When the air kiss my eyes,
I'm soon to cry ...
Toxic gases, carbon monoxide,
We are forced to breathe.

The anxious crowd,
You can only protest.
The steel, ships, will lead,
The pollution will be ...
The Sepetiba Bay,
Help! Will beg ...

Rulers deaf will continue ...
The surrounding population, will not resist!
With so much pollution in the air, only God can save!

Author: Jorge Antonio Pellegrini

domingo, 19 de junho de 2011

Grandes empreendimentos afetam a saúde humana e ambiental


Raquel Júnia - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)
Denúncias feitas por populações atingidas associam modelo de desenvolvimento a piora na qualidade de vida

 
Altamira, no Pará e Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O que essas duas regiões têm em comum é que nelas estão em curso projetos de grandes empreendimentos que têm causado mobilizações da população do entorno e denúncias de agravos à saúde e violação de outros direitos humanos.  Na região de Altamira, no Pará, o consórcio Norte Energia acaba de receber do Ibama uma licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHE Belo Monte). Em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, a Tyssenkrup Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) já está em funcionamento e na penúltima fase de licenciamento. Nos dois casos, há uma resistência crescente das populações do entorno e de movimentos sociais quanto à instalação definitiva dos empreendimentos. Os moradores alegam problemas de saúde, econômico-financeiros, como o comprometimento de atividades produtivas, de violência, de impactos ao meio ambiente, entre outros. A UHE Belo Monte e a TKCSA são apenas dois casos em que escolhas produtivas conflitam com os interesses e direitos das populações. Nessa batalha, quem sai ganhando?
 
A história mostra que muitas vezes a corda arrebenta para o lado da população atingida e o saldo acaba sendo muito oneroso, inclusive para o próprio poder público que incentivou os grandes empreendimentos. Um caso emblemático, que inclusive, voltou a ser debatido recentemente em uma audiência pública promovida pela comissão de direitos humanos do Senado, é o do município de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, presente à audiência, 80% da população da cidade está contaminada por resíduos de uma mineradora francesa que se instalou no local na década de 1960 e permaneceu até 1993. Santo Amaro da Purificação é considerada a cidade mais poluída por chumbo no mundo, metal responsável por causar uma doença conhecida como saturnismo, que provoca dores agudas em todo o corpo, impotência sexual nos homens, aborto nas mulheres e má formação nos fetos. Segundo o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que acompanha o caso, são necessários cerca de R$ 300 milhões para a descontaminação da cidade, atendimento em saúde, indenizações, entre outras ações.
 
No caso de Belo Monte e da TKCSA, populações locais, em parceria com pesquisadores, entidades e movimentos sociais têm tentado se organizar para prevenir problemas dessa ordem. No dia 24 de maio, uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) cobrou do poder público o encerramento das atividades da TKCSA e a não concessão da licença definitiva para a empresa. Um dia após o evento no Rio, a Câmara dos Deputados também realizou uma audiência pública em Brasília, para tratar dos problemas de licenciamento de Belo Monte. As denúncias de que a empresa não cumpriu as exigências do contrato não têm sido suficientes para impedir que o processo de licenciamento continue progredindo. Com a licença de instalação concedida no dia 1º de junho pelo IInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a hidrelétrica já pode começar a ser construída, apesar de inúmeros alertas de riscos feitos pela população local e por especialistas.
 
Problemas de saúde em Santa Cruz
 
Moradores de Santa Cruz e de outros locais da região lotaram a Alerj para denunciar a atuação da TKCSA na zona oeste do Rio de Janeiro. A audiência foi convocada pela comissão especial criada na Alerj  para acompanhar a instalação da empresa. A comissão é presidida pela deputada Lucinha (PSDB), e foi instalada após pressão e denúncia dos movimentos sociais e pesquisadores sobre os impactos do empreendimento na zona oeste do Rio. A TKCSA é um investimento da ThyssenKrupp Steel, uma empresa alemã e da companhia Vale, no valor de de cerca de U$ 8,2 bilhões.  Em 2010, o empreendimento foi multado duas vezes por causar poluição atmosférica. A população local alega, no entanto, que essa poluição é constante e tem agravado problemas respiratórios e causado doenças de pele.  Outros problemas narrados pelos moradores são o prejuízo às atividades produtivas típicas do local, como a pesca e a agricultura. Pesquisadores da Fiocruz, também presentes à audiência, afirmaram que têm acompanhado o caso TKCSA e constado um quadro com consequências graves para a população local. "Diante das condições existentes em termos de saturação da bacia atmosférica da região, que já possui outras indústrias no pólo industrial de Santa Cruz, da proximidade da população residente e da necessidade de preservação de um ecossistema tão sensível e em pleno processo de degradação e possibilidade de recuperação que é a Baía de Sepetiba [onde se localiza Santa Cruz], a nossa grande conclusão é que tal indústria jamais poderia ser instalada na União Europeia e sob a legislação europeia", afirmou o pesquisador Marcelo Firpo, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental. "Existe uma série de riscos ambientais, deficiências estruturais do sistema de saúde local que precisa ser reforçado, mas acima de tudo, existem impactos à saúde da população que precisam ser mais claramente mensurados. É inadmissível que no Brasil pós regime militar, em pleno processo de democratização, com tantos ganhos do ponto de vista da inclusão social e da democracia, a população seja obrigada a morar tão próxima dessa indústria de alto risco. E ainda num contexto no qual as informações sobre o conteúdo das substâncias químicas perigosas e seus impactos ao ambiente e à saúde ainda estejam tão pouco claros dentro das instituições oficiais governamentais, que muitas vezes não explicitam com clareza quais os impactos que estão ocorrendo", acrescentou Firpo.
 
Para o professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Alexandre Pessoa, a região de Santa Cruz foi escolhida para o empreendimento pelas suas condições históricas de vulnerabilidade socioambiental. "Historicamente, a bacia da Baía de Sepetiba, onde está localizada a TKCSA, foi um território de exceção, onde os direitos sociais foram sistematicamente negligenciados. Empresas transnacionais escolhem exatamente esse espaço de vulnerabilidade para desenvolver os seus empreendimentos altamente poluidores. Existe uma intencionalidade nessa escolha, que parte do pressuposto de que no Brasil e no estado do Rio de Janeiro, e ainda mais num o território com baixo índice de desenvolvimento humano e ocupado por uma comunidade de baixa renda, a população não teria condições de defender os seus direitos", sustentou o pesquisador durante a audiência.  Alexandre destacou que, no entanto, a TKCSA está se surpreendendo. "A comunidade local conhece a violação de direitos que acontece naquele território e isso explica por que esse auditório está cheio", disse.
 
Laudos médicos feitos pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp/Fiocruz) e pelo Serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe/Uerj) comprovam que de fato a população de Santa Cruz tem sofrido com a presença da siderúrgica. Seis adultos e uma criança foram atendidos na Fiocruz e no Hupe com queixas de problemas respiratórios como tosse e sinusite. Além disso, de acordo com o laudo da Fiocruz, foi possível encontrar na cabeça da criança uma poeira prateada. "O que se verificou foram eventos sentinelas que demonstram a possibilidade de danos causados pela exposição ambiental, relacionadas ao acidente ocorrido na região ou ao processo de emissão dos poluentes produzidos pela fábrica. Diante deste fato, é necessária uma abordagem epidemiológica através de busca ativa de casos, e estudos ecológicos com dados secundários sobre a morbidade e a mortalidade da população exposta, dentre outros", diz o laudo do médico Hermano de Castro, da ENSP/Fiocruz, que atendeu os moradores de Santa Cruz. Para o especialista, é preciso acompanhar de perto essa população. "Tomando-se em conta a proximidade das habitações e da população no entorno da fábrica e possíveis danos à saúde de curto prazo (efeitos agudos), médio e longo prazo, como câncer (efeitos crônicos), esta população deveria ser colocada sob vigilância ambiental em saúde pelo tempo em que ficar exposta e por pelo menos 20 anos após retirada da exposição", recomendou, ao final do laudo.
 
Inea e TKCSA
 
O subsecretário do Ambiente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) Luis Firmino reconheceu que de fato a TKCSA é uma empresa com grande impacto. "É óbvio que uma empresa dessa tem uma série de emissões atmosféricas, lançamentos de efluentes e o impacto sobre o território não é só nos milhões de metros quadrados onde ela está, mas na redondeza também. O que se busca no estudo de impacto é entender essa relação toda e traçar cenários, que são todos hipotéticos, se baseiam em modelos e em dados de estudos e pesquisas. Mas o licenciamento, com o decorrer do tempo, pode detectar um cenário diferente do que foi proposto e pode e deve exigir adequações necessárias", disse. O subsecretário afirmou ainda que o EIA-Rima não abrangeu todas as dimensões dos possíveis problemas gerados pela TKCSA. "A discussão que foi feita aqui da exclusão dos pescadores artesanais precisa ser incorporada no estudo de impacto ambiental. Estamos à disposição para incorporar esse contingente da população. Com o píer, com trânsito de navios, acaba-se com a pesca artesanal e isso não é mensurado no estudo de impacto ambiental, por isso eu disse que o estudo trabalha de forma hipotética", respondeu.
 
De acordo com Luis Firmino, a TKCSA ainda não passou no teste e por isso não obteve a licença definitiva de funcionamento. Entretanto, segundo ele, o Inea não fecha a empresa porque, com exceção dos episódios críticos de duas emissões de poluentes, em agosto e dezembro de 2010, as emissões cotidianas estão abaixo dos níveis permitidos pelo Conama e dentro dos padrões europeus. "Se tivéssemos certeza de que ela não pode atender esses níveis não estaríamos nem discutindo a permanência da empresa, mas é claramente visível que é possível atingir esses níveis. e então, nossa obrigação é não conceder a licença e forçar a empresa a implantar os sistemas que a levem a cumprir essa situação", justificou.
 
Para os moradores, no entanto, o sofrimento não se resumiu aos episódios de agosto e dezembro de 2010. "Vivíamos num paraíso, hoje vivemos com poeira, barulho e muitas famílias sofrendo", destacou uma moradora. "Hoje os pescadores artesanais estão sem trabalho, outros viraram pintores, pedreiros", denunciou o advogado da Federação dos Pescadores Artesanais do Estado do Rio (Fapesca), Victor Mucare.
 
Alexandre Pessoa discorda que o EIA-Rima seja uma ferramenta hipotética. "O EIA-Rima da TKCSA já foi criticado várias vezes e novamente o Inea não defende o estudo porque ele é indefensável. As fragilidades dele estão sendo reveladas. O estudo tem que trabalhar com cenários do que significa a não execução do empreendimento, o que significa a execução, quais as consequências negativas e positivas. Além da lacuna da questão dos impactos à saúde, dos pescadores, há também os impactos das enchentes decorrentes da alteração dos corpos hídricos que não estão mensurados no EIA-Rima da TKCSA e comprometem a saúde, o meio ambiente e até a renda das pessoas", pontuou.
 
Cabo de força
 
Muitas pessoas presentes à audiência chamaram atenção do Inea para que o órgão atenda aos interesses da população de Santa Cruz e não da TKCSA. Os moradores pediram ainda que a próxima audiência pública seja realizada no território onde o empreendimento se localiza, para que mais moradores possam participar. No caso de Belo Monte, o governo não escutou os incessantes pedidos de organizações e movimentos sociais para que novas audiências públicas fossem feitas antes que a licença de instalação da usina fosse concedida.
 
Diversos pesquisadores de instituições de ensino públicas de todo o país analisaram o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) da UHE Belo Monte e constataram graves deficiências no documento. Os pesquisadores elaboraram o documento ‘painel de especialistas' , que reúne essas análises. Na parte sobre a saúde, educação e violência, por exemplo, os especialistas identificam "riscos excessivos". "Pode-se afirmar que não houve prioridade de inserção das questões de saúde. Constata-se um mecanismo de postergação para as questões sobre o tratamento dos efluentes, dos riscos potenciais aos trabalhadores, a comunidade e, conseqüentemente, para a saúde pública. Vários problemas sociais fazem parte do cenário de impactos da implantação dessa hidroelétrica o que exige a urgente reposta a questões omissas no EIA. Confirma-se a falta de prioridade para as questões sociais que demandam implementação de políticas públicas e também um foco claro para as questões de saúde. A exclusão dos possíveis impactos à saúde humana e a negação da incomensurabilidade dos valores ambientais demonstram a falta de uma abordagem ecossistêmica para o complexo problema socioambiental", concluem os pesquisadores Rosa Couto e José Marcos da Silva, respectivamente doutora e especialista em saúde pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "Contrariando os princípios do Sistema Único de Saúde, os municípios não estão sendo chamados a refletir estas questões e a se preparar para atender as novas demandas de saúde geradas pelos impactos negativos que estão e serão gerados na instalação e na operação da hidroelétrica", acrescentam.
 
Na coletiva de imprensa concedida no dia 1º de junho sobre a construção da usina de Belo Monte, a ministra do planejamento Miriam Belchior mostrou a visão do governo sobre o assunto. "Estamos preocupados sim com as questões sociais e urbanas, da qualidade de vida urbana, mas também estamos preocupados que se garanta a construção de negócios locais que sejam capazes de levar aquela população para um patamar de desenvolvimento maior do que hoje existe lá", declarou. Também participaram da coletiva os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República) e Edison Lobão (Minas e Energia).
 
Para a deputada estadual Janira Rocha (Psol/RJ), relatora da comissão especial na Alerj sobre a TKCSA, é preciso juntar forças para combater o modelo de desenvolvimento em curso que gera problemas como os vividos pelas populações do Rio de Janeiro, do Pará e de muitas outras partes do país. "Esses investimentos vêm consolidar um modelo de desenvolvimento econômico. Não é um problema apenas contra uma fábrica ou contra um governo. O que existe no país é um modelo de desenvolvimento econômico que trata os setores sociais que falaram nessa audiência dessa maneira. A TKCSA é parte dos grandes negócios do Estado brasileiro. É mais fácil fazer com que os setores da classe dominante brasileira possam chegar aos recursos econômicos que eles querem utilizando os estados e os governos para isso", analisa. Para Janira, os setores contrários a essa proposta de desenvolvimento precisam refletir sobre uma questão. "É possível construir correlação de forças nesse processo para parar não só a TKCSA, mas esse conjunto de empreendimentos que vão triplicar os danos que vocês estão sofrendo? Esse é o debate que temos que fazer. Existe hoje um bloco político que defende esse modelo. Estão nesse bloco o governo federal, o estadual, parte do judiciário, parte do legislativo, parte da imprensa. E para construir uma saída para isso é importante ter um outro bloco, que tenha também parte do legislativo, parte do judiciário, que tenha os pescadores, os moradores, as organizações sociais que realmente estão comprometidas com isso. Porque se não for assim, não será possível", concluiu.
Leia também: 
http://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?Area=Noticia&Num=479
 

sábado, 18 de junho de 2011

Comissão da Alerj quer fechamento provisório da siderúrgica de Santa Cruz

O deputado estadual Paulo Ramos (PDT), vice-presidente da comissão especial da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, que acompanha os desdobramentos da implantação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Santa Cruz, zona oeste do Rio, disse hoje (14) que vai propor o fechamento provisório da usina até que todas as informações, baseadas em laudos técnicos, sobre os impactos causados à população do entorno sejam apresentadas de forma clara à sociedade.
Hoje, os deputados da comissão promoveram mais uma audiência pública para discutir o assunto. Segundo o deputado, a entrada em operação da siderúrgica, mesmo com a licença provisória emitida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), traz prejuízos de dimensões incalculáveis à saúde da comunidade de Santa Cruz.
“A população não pode ser feita de cobaia. Da mesma forma como o órgão ambiental concedeu o licenciamento provisório, podemos propor o fechamento provisório, até que haja clareza das informações desses impactos”, afirmou.
A presidente da comissão, deputada Lucinha (PSDB), informou que a proposta de fechamento provisória da usina poderá ser votada pela comissão no próximo encontro, previsto para a semana que vem, quando a presidente do Inea, Marilene Ramos, será convidada para prestar esclarecimentos aos parlamentares. A deputada acrescentou que, até agora, o Inea não respondeu nenhuma das solicitações por informações que foram encaminhadas pela comissão sobre os impactos da instalação da siderúrgica.
Os deputados também vão solicitar à Superintendência Regional do Trabalho no Rio que faça uma visita às dependências da CSA para verificar as condições de trabalho dos empregados. Segundo os parlamentares, os profissionais podem estar expostos a um ambiente ainda mais tóxico no interior da companhia.
Na audiência, o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Alexandre Pessoa, lembrou que um laudo produzido por profissionais da instituição, e apresentado na primeira audiência pública sobre o assunto, no fim de maio, apontou que o funcionamento da empresa tem provocado agravamento de problemas respiratórios, oftalmológicos e doenças de pele, além de transtornos psicológicos nos moradores da região.
No ano passado, houve emissão irregular de fuligem em duas ocasiões por causa de problemas no sistema operacional da siderúrgica. Pelos episódios, a CSA foi multada em R$ 1,2 milhão, em agosto, e em R$ 2,4 milhões, em dezembro do ano passado, e foi obrigada a investir R$ 14 milhões em obras de saúde e infraestrutura na região. A empresa também terá que construir um Centro de Tratamento de Diabetes e Hipertensão e uma Clínica da Família no bairro.
A companhia foi denunciada duas vezes à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio por crimes ambientais e é acusada, ainda, de não comunicar aos órgãos competentes os impactos ambientais gerados desde as emissões, incorrendo em seis crimes previstos na Lei 9.605/1998, que trata de crimes contra o meio ambiente. A lei prevê prisão e multa a serem definidas pela Justiça Estadual.
Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da CSA, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.
Já a assessoria de imprensa do Inea informou que o órgão vem acompanhando de perto os desdobramentos da instalação da siderúrgica, que concedeu apenas a licença provisória à empresa e que estabeleceu uma série de condicionantes de adequação para que seja dada a licença definitiva.

Fonte: Jornal do Brasil

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CSA causa racismo ambiental em população de Santa Cruz

Jéssica Santos

do Rio de Janeiro
 
A bióloga Monica Lima, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), faz parte do grupo multidisciplinar de especialistas que acompanha o impacto da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no distrito industrial de Santa Cruz. Também é uma das integrantes do Grupo de Trabalho convocado pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, com objetivo de levantar dados que servirão de base para futuras indenizações. Monica falou ao Portogente um pouco do que acompanha sobre o caso e afirma.
* CSA não terá licença definitiva enquanto não cumprir exigências
* Tecnologia pode ser aliada dos portos para reduzir emissão de poluentes

Portogente – Como a CSA está prejudicando o meio ambiente e a saúde dos moradores?
Monica Lima
– A área antes era massa densa e manguezal, área de proteção ambiental. Estava sendo ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e a licença não foi concedida. Mas para a CSA os critérios foram diferentes. Quanto à saúde, há alergias dermatológicas, respiratórias e oftalmológicas, sangramento no nariz, feridas na pele, falta de ar, asma, renites. Há o comprometimento psíquico e psicológico devido ao estresse, ruídos, insegurança e instabilidade, o que provoca má qualidade de vida. Em longo prazo, devido à poluição com particulados e gases tóxicos também, podem ocorrer câncer e aborto espontâneo. É um verdadeiro racismo ambiental.

Portogente – A siderúrgica argumenta que o pó emitido por ela é apenas grafite e não prejudica a saúde. A literatura de siderúrgicas evidencia que metais como zinco e alguns outros, causadores de câncer, são eliminados junto ao grafite. A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) está coletando amostras para avaliar esse material, assim como um dossiê está sendo preparado para denunciar os danos à saúde, ao meio ambiente e a questão cultural-ideológica. Mesmo que fosse só grafite, não é normal as pessoas viverem respirando grafite, e não estamos quantificando isso, o quanto está sendo respirado não está sendo avaliado. E o próprio grafite, dependendo do tamanho da partícula, também pode causar câncer.
Portogente – A CSA é resultado da parceria entre o grupo alemão ThyssenKrupp e a brasileira Vale. O que está sendo feito para denunciar a siderúrgica também no exterior? Temos denunciado ao Parlamento alemão e aos acionistas da Vale, e isso tem dado bastante resultado. Há uma deputada, Grabiele Zimmer, da esquerda alemã, que tem nos ajudado muito nas denúncias em instituições na Europa. Não podemos esquecer que há também a poluição sonora e de pó de minério do trem da Vale.
Portogente – A companhia está tentando conseguir uma licença definitiva de funcionamento. Qual o posicionamento dos moradores e do governo do estado em relação a isso?
Os moradores não querem que essa licença seja liberada e o estado parece ser refém da empresa. O estado, na pessoa do governador Sérgio Cabral e a ex-secretaria Marilene Ramos, passou por cima do Ministério Público. Após o MP ter autuado a empresa, o governador e a secretária liberaram o segundo auto-forno, ocasionando mais emissão do pó. A empresa insiste em dizer que foi um acidente, mas isso será constante, pois faz parte do processo. Pior foi ambos terem se baseado num laudo de uma empresa do exterior muito limitado tecnicamente. A CSA é uma empresa cheia de falhas e procedimentos ilegais, desde a etapa da confecção do seu Eia-Rima, e o estado não reconhece isso, nem ao menos executa seu papel regulador. É um estado ausente.
 

fonte: Portogente

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Em audiência na Alerj, pescadores culpam siderúrgica CSA pela falta de peixes na Baía de Sepetiba

Plantão | Publicada em 14/06/2011 às 19h36m
O Globo

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/06/14/em-audiencia-na-alerj-pescadores-culpam-siderurgica-csa-pela-falta-de-peixes-na-baia-de-sepetiba-924687448.asp#ixzz1PLLuDNND
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terça-feira, 14 de junho de 2011

Relatório da Fiocruz associa problemas de saúde à poluição causada pela CSA

Na Alerj, uma comissão especial realizou uma audiência pública. Os deputados vão formular um relatório com informações sobre o impacto da Companhia Siderúrgica Nacional no meio ambiente e na saúde dos moradores da região.

Assista o vídeo no link:http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1536288-7823-RELATORIO+DA+FIOCRUZ+ASSOCIA+PROBLEMAS+DE+SAUDE+A+POLUICAO+CAUSADA+PELA+CSA,00.html

segunda-feira, 13 de junho de 2011

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA MUNICIPAL DE ITAGUAI

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Audiência pública debaterá problemas causados pela CSA
Santa Cruz


Os impactos e riscos à saúde humana, ao meio ambiente e à atividade pesqueira na Baía de Sepetiba, provocados pela implantação da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) na Zona Industrial de Santa Cruz, serão debatidos em audiência pública na Câmara Municipal de Itaguaí, na segunda-feira (27), às 15h. A sessão contará com a presença de representantes da CSA, dos governos municipal e estadual, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Instituto Estadual do Ambiente, da associação de moradores e pescadores, entre outros representantes de entidades.

Presidente da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) que trata do mesmo assunto, a deputada estadual Lucinha (PSDB) confirmou presença na audiência. A própria Alerj já organizou evento similar realizado no dia 24 de maio, no Plenário Barbosa de Lima Sobrinho, no Palácio Tiradentes. Na oportunidade, a deputada e os demais integrantes da comissão manifestaram preocupação com as consequências da operação da siderúrgica sobre a rotina da população de seu entorno.

O anúncio da realização da audiência pública foi feito na sessão de terça-feira (7), pelo presidente da Câmara Municipal de Itaguaí, vereador Vicente Rocha. Ele fez o comunicado e logo depois referiu-se ao ofício encaminhado pela deputada Lucinha, confirmando a presença da comissão da Alerj. No documento enviado à Câmara Municipal, a deputada ressalta que audiência pública será de suma importância para a população de Itaguaí. Além da participação da parlamentar, estão confirmadas as presenças dos membros da comissão, os deputados Paulo Ramos, Janira Rocha, Zaqueu Teixeira e André Lazaroni.

Fonte: Jornal Atual

domingo, 12 de junho de 2011

CHUVA ÁCIDA

                                                                  CHUVA  ÁCIDA
A chuva ácida é uma das muitas agressões contra a meio ambiente, causada pelo modo de vida moderno que desfrutam os habitantes dos países industrializados ou em processo de industrialização. A tecnologia moderna deixou muitos povos mais ricos, mais saudáveis, com mais conforto do que nunca. Entretanto, todos esses benefícios dependem do nosso meio ambiente, o qual nos oferece tudo de que precisamos - o ar que respiramos, a água que bebemos, o alimento que comemos, a casa em que vivemos e a escola onde aprendemos. Se continuarmos a causar tantos malefícios ao ambiente, ele não será capaz de nos amparar tão bem. (Fonte: Laboratório de Hidrologia da Faculdade de Engenharia Civil - UNICAMP)
O gás carbônico (CO2) expelido pela nossa respiração é consumido, em parte, pelos vegetais, zooplâncton e fitoplâncton e o restante permanece na atmosfera.
Hoje em dia, a concentração de CO2 no ar atmosférico tem se tornado cada vez maior, devido ao grande aumento da queima de combustíveis contendo carbono na sua constituição. A queima do carbono pode ser representada pela equação:
C + O2 ---> CO2
Tanto o gás carbônico como outros óxidos ácidos, por exemplo, SO2 e NOx, são encontrados na atmosfera e as suas quantidades crescentes são um fator de preocupação para os seres humanos, pois causam, entre outras coisas, as chuvas ácidas.
O termo chuva ácida foi usado pela primeira vez por Robert Angus Smith, químico e climatologista inglês. Ele usou a expressão para descrever a precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester no início da Revolução Industrial. Com o desenvolvimento e avanço industrial, os problemas inerentes às chuvas ácidas têm se tornado cada vez mais sérios (Fonte:Centro de Divulgação Cientifica e Cultural(CDCC)-São Carlos-USP.) .
Entretanto, a nível mundial, a percepção da acidez da chuva só ocorreu a partir da década de 1950, quando diversos ecossistemas (lagos e florestas, principalmente) já estavam seriamente comprometidos. Esta percepção tardia deve-se ao fato de que os ambientes naturais possuem um longo tempo de resposta a agressões como a acidificação. A água e o solo possuem a capacidade de neutralizar adições de ácidos e bases, e só depois de esgotada esta capacidade é que o pH destes ambientes sofre mudanças bruscas e acentuadas (Fonte: Organização Educacional Evolutivo)
Um dos problemas das chuvas ácidas é o fato destas poderem ser transportadas através de grandes distâncias, podendo vir a cair em locais onde não há queima de combustíveis (Fonte:Centro de Divulgação
Cientifica e Cultural(CDCC)-São Carlos-USP.)

Leia Mais: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-chuva-acida/chuva-acida-4.php

sábado, 11 de junho de 2011

PARECER TÉCNICO SOBRE O RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL DA USINA DA COMPANHIA SIDERÚRGICA DO ATLÂNTICO (CSA)

Autores
da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da escola Nacional de Saúde Pública
Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz

3.3 Emissões atmosféricas
A questão das emissões atmosféricas das usinas siderúrgicas é a mais problemática
dentre os itens discutidos nessa questão. Por esse motivo, esse assunto é descrita em
maiores detalhes. No processo de sinterização são produzidos óxidos de enxofre (SOx),
óxidos de nitrogênio (NOx), além de monóxido de carbono (CO) e diferentes
hidrocarbonetos aromáticos. Durante a coqueificação gera-se o “gás de coque”, que é
composto por dióxido de carbono (CO
nitrogênio; este processo tem como subprodutos material particulado, alguns compostos
orgânicos voláteis (benzeno, tolueno e xileno), fenóis, gás sulfídrico (H
amônia (NH
CO
A  emissão de CO
de redução do minério de ferro. Estes gases contribuem para o aumento da quantidade
de carbono na atmosfera e, conseqüentemente, para as mudanças climáticas. SOx e NOx
também são produzidos a partir da queima de carvão. Estes componentes reagem com a
umidade presente no ar e formam, respectivamente, ácidos de enxofre e de nitrogênio
dando origem à chamada “chuva ácida”. Dependendo do grau de acidez da chuva, ela
pode impactar negativamente plantas, aumentar a acidez de rios e lagos (aumentando a
mortandade de peixes e outros animais) e danificar prédios e construções. Análise de
amostras de ar da cidade de Volta Redonda (RJ), onde se encontra a Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), encontraram concentrações de 186
73
sobre a saúde humana, segundo a Organização Mundial de Saúde, eles já são tóxicos
para a vegetação. O estudo da distribuição espacial desse poluente apontou a CSN como
principal responsável pela sua presença na atmosfera (Gioda, Sales
2), metano (CH4), etano (C2H6), hidrogênio e2S), SOx e3). Na produção de ferro gusa, é gerado o gás de alto forno composto por2, CO, nitrogênio e hidrogênio. 2 e metano deve-se, principalmente, à queima do carvão no processoμg/m3 (1995/1996) eμg/m3 (1999) de SO2. Apesar desses valores não representarem efeitos negativoset al., 2004).

LEIA MAIS: http://www.observatoriodopresal.com.br/wp-content/uploads/2011/05/Parecer-FIOCRUZ-CSA.pdf


: Marcelo Firpo Porto e Bruno Milanez – pesquisadores do Centro de estudos

quinta-feira, 9 de junho de 2011

POLUIÇÃO INDUSTRIAL





Combustíveis FósseisSaiba o que são




Definição
Os combustíveis fósseis são substâncias de origem mineral, formados pelos compostos de carbono. São originados pela decomposição de materias orgânicos, porém este processo leva milhões de anos. Logo são considerados recursos naturais não renováveis. 
Os combustíveis fósseis mais conhecidos são: gasolina, óleo diesel, gás natural e carvão mineral. A queima destes combustíveis é usada para gerar energia e movimentar motores de máquinas, veículos e até mesmo gerar energia elétrica (no caso das usinas termoelétricas). 
A queima destes combustíveis gera altos índices de poluição atmosférica. Logo, são os grandes responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global.

POLUIÇÃO INDUSTRIAL:

                
Indústrias: poluentes despejados no ar ( poluição industrial )

                      


Introdução 
A partir de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial, aumentou muito a poluição do ar. A queima do carvão mineral despejava na atmosfera das cidades industriais européias, toneladas de poluentes. A partir deste momento, o ser humano teve que conviver com o ar poluído e com todas os prejuízos advindos deste "progresso". Atualmente, quase todas as grandes cidades do mundo sofrem os efeitos daninhos da poluição do ar. Cidades como São Paulo, Tóquio, Nova Iorque e Cidade do México estão na lista das mais poluídas do mundo.
Geração da poluição 
A poluição gerada nas cidades de hoje são resultado, principalmente, da queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo ( gasolina e diesel ). A queima destes produtos tem lançado uma grande quantidade de monóxido de carbono e dióxido de carbono (gás carbônico) na atmosfera. Estes dois combustíveis são responsáveis pela geração de energia que  alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes de grande parte das economias do mundo. Por isso, deixá-los de lado atualmente é extremamente difícil.
Problemas gerados pela poluição 
Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. Doenças respiratórias como a bronquite, rinite alérgica, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos. A poluição também tem prejudicado os ecossistemas e o patrimônio histórico e cultural em geral. Fruto desta poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o tempo, monumentos históricos. Recentemente, a Acrópole de Atenas teve que passar por um processo de restauração, pois a milenar construção estava sofrendo com a poluição da capital grega. 
O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Ele ocorre da seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na atmosfera, bloqueando a dissipação do calor. Desta forma, o calor fica concentrado na atmosfera, provocando mudanças climáticas. Futuramente, pesquisadores afirmam que poderemos ter a elevação do nível de água dos oceanos, provocando o alagamento de ilhas e cidades litorâneas. Muitas espécies animais poderão ser extintas e tufões e maremotos poderão ocorrer com mais freqüência.


            SMOG 
DefiniçãoSmog é um fenômeno fotoquímico caracterizado pela formação de uma espécie de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos químicos. Geralmente, o smog se forma em grandes cidades, onde a poluição do ar é elevada e provocada, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel) pelos veículos automotores. Em regiões com grande presença de indústrias poluidoras, o smog industrial também ocorre.

Além do vapor de água, podemos encontrar num smog a presença de aldeídos, dióxido de nitrogênio, ozônio, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos voláteis.

O smog causa um efeito visual característico, deixando sobre a cidade uma camada cinza de ar. Nas situações mais extremas, em função das baixas condições visuais, inviabiliza o trânsito terrestre de veículos e aéreo de aviões e helicópteros.

Smog e a saúde 

Viver em cidades com smog não é nada bom para a saúde, pois a presença destes poluentes são maléficos ao sistema respiratório das pessoas. Podem provocar, se inalados constantemente, diversas doenças.

Curiosidades:

- A palavra smog é de origem inglesa e formada pela união de smoke (fumaça) e fog (neblina, nevoeiro).
- O smog foi identificado pela primeira vez na década de 1940 na cidade de Los Angeles (Califórnia – EUA).




 
  Dióxido de CarbonoSaiba o que é Dióxido de Carbono, Gás Carbônico, importância, definição, CO2
Definição
O dióxido de carbono, também conhecido como gás carbônico, é uma substância química formada por dois átomos de oxigênio e um de carbono. Sua fórmula química é CO2.

É um gás importante para o reino vegetal, pois é essencial na realização do processo de fotossíntese das plantas (processo pelo qual as plantas transformam a energia solar em energia química).

Este gás é liberado no processo de respiração (na expiração) dos seres humanos e também na queima dos combustíveis fósseis (gasolina, diesel, querosene, carvão mineral e vegetal). A grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera é prejudicial ao planeta, pois ocasiona o efeito estufa e, por consequência, o aquecimento global.

Este gás é usado comercialmente em algumas bebidas (carbonatadas) e também em extintores de incêndio. Se inalado, em grande quantidade, pode provocar irritações nas vias aéreas, vômitos, náuseas e até mesmo morte por asfixia (o que ocorre geralmente nos incêndios

Fonte: Sua Pesquisa.com

                              TRANSFORMAÇÃO  DO CARVÃO EM COQUE
O benzeno é um hidrocarboneto cíclico aromático, e apresenta-se como um líquido
incolor, volátil e altamente inflamável. Ele é liberado na forma de gás durante o
processo de transformação do carvão em coque, junto com outros componentes
químicos.





BENZENO :  SUBPRODUTO DA PRODUÇÃO DE COQUE
O benzeno é líquido, inflamável, É um composto tóxico, cujos vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabeça e até mesmo inconsciência. Se inalados em pequenas quantidades por longos períodos causam sérios problemas sanguíneos, como leucopenia.
Também é conhecido por ser carcinogênico
Até a Segunda Guerra Mundial, a maior parte do benzeno era produzida como um subproduto da produção de coque (ou "óleo leve de fornode coque") na indústria do aço. Entretanto, nos anos 50, a crescente demanda por benzeno, especialmente da crescente indústria dos plásticos, necessitou da produção de benzeno a partir do petróleo. Hoje, a maior parte do benzeno vem da indústria petroquímica, com somente uma pequena fração sendo produzida do carvão.
EFEITOS NA SAÚDE
Exposição ao benzeno tem graves efeitos na saúde. O ar em ambiente aberto pode conter níveis baixos de benzeno de fumo de tabaco, fumaça de lenha, postos de combustíveis, transporte de gasolina, ou escape de veículos a motor e as emissões Industrias. Vapores de produtos que contenham benzeno, como colas, tintas, cera de móveis e detergentes, também pode ser uma fonte de exposição, embora muitos deles tenham sido modificados ou reformulados desde a década de 1970 para eliminar ou reduzir o teor de benzeno. No ar em torno de lugares de deposição de resíduos perigosos ou postos de gasolina podem conter níveis mais elevados de benzeno.

A respiração de curto prazo de níveis elevados de benzeno pode resultar em morte, enquanto que os níveis baixos podem causar sonolência, tontura, batimento cardíaco rápido, dor de cabeça, tremores, confusão e inconsciência. Comer ou beber alimentos contendo altos níveis de benzeno pode causar vômitos, irritação do estômago, tonturas, sonolência, convulsões e morte.
Os principais efeitos do benzeno são pela exposição crônica (longo prazo) através da sangue. Benzeno causa danos na medula óssea e pode causar uma diminuição de células vermelhas do sangue, levando a anemia. Ele também pode causar sangramento excessivo e diminuir o sistema imunológico, aumentando a chance de infecções. Benzeno provoca leucemia e está associada a outros cancros do sangue e pré-cânceres do sangue.
A exposição humana ao benzeno é um problema global de saúde. Benzeno atinge o fígado, rins, pulmão, coração e cérebro e pode causar quebras da cadeia de DNA , provoca danos cromossômicos, etc. Benzeno causa câncer tanto em animais como seres humanos. O benzeno foi primeiramente relatado por induzir ao câncer em humanos em 1920. A indústria química alega que não foi até 1979 que as propriedades que o câncer era induzindo foram determinadas como "conclusivas" em seres humanos, apesar das muitas referências a este fato na literatura médica. A indústria explorou essa discrepância e tentou desacreditar estudos em animais mostrando câncer causado por benzeno, dizendo que eles não eram relevantes para os humanos. Benzeno foi mostrado como causador de câncer em ambos os sexos, de várias espécies de animais de laboratório expostos através de várias rotas.[8][9] Algumas mulheres que respiraram altos níveis de benzeno por muitos meses tinham períodos mentruais irregular e uma diminuição no tamanho dos seus ovários. Não se sabe se a exposição ao benzeno afeta o desenvolvimento do feto em mulheres grávidas ou a fertilidade em homens.Estudos em animais mostraram baixo peso ao nascer, atraso na formação óssea e lesão da medula óssea em animais grávidos que respiraram benzeno.
Benzeno tem sido ligado a uma forma rara de câncer de rim em dois estudos separados, um envolvendo motoristas de caminhão tanque, e outro envolvendo os marinheiros a bordo dos navios petroleiros, ambos transportando benzeno como química carga.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (US Department of Health and Human Services, DHHS) classifica o benzeno como um cancerígeno humano. A exposição prolongada a níveis excessivos de benzeno no ar provoca leucemia, câncer potencialmente fatal do sangue para os órgãos hematopoiéticos, em indivíduos suscetíveis. Em particular, leucemia mieloide aguda ou leucemia não linfocítica aguda (AML & ANLL, respectivamente de Acute Myeloid Leukemia e Acute Non-Lymphocytic Leukaemia) não são contestadas como sendo causados pelo benzeno.

TKCSA é denunciada por crimes ambientais pela segunda vez

08/06/2011


TKCSA é denunciada por crimes ambientais pela segunda vez 
                                                             
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) voltou a denunciar por crimes ambientais a empresa Thyssenkrupp CSA Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA). Desta vez, o gestor técnico da empresa, Luiz Cláudio Ferreira Castro, também responderá ao processo na 2ª Vara Criminal de Santa Cruz. A denúncia, baseada em trabalho da área de Tutela Coletiva do Meio Ambiente do MPRJ, e já recebida pelo Juízo, afirma que mesmo já respondendo a outra ação penal por danos causados ao dar partida no Alto Forno 1, em junho de 2010, os réus não adotaram medidas de precaução ao acionar o Alto Forno 2, em dezembro. Tampouco comunicaram os órgãos ambientais competentes sobre os impactos ambientais gerados desde então, incorrendo em seis crimes previstos na Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais).


Em virtude da conduta da TKCSA, o entorno do Distrito Industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste, voltou a sofrer com poluição atmosférica em níveis capazes de provocar danos à saúde humana. Novamente o problema esteve associado ao derramamento de ferro-gusa em poços ao ar livre, sem qualquer controle de emissões atmosféricas. Para o MPRJ, a empresa não apenas pôs em risco como efetivamente causou danos à saúde da população circunvizinha, na medida em que o material particulado emitido na atmosfera alcançou casas e estabelecimentos comerciais naquela área, resultando em dermatites diversas, irritação de mucosas, problemas respiratórios por inalação do referido material e outras manifestações clínicas relevantes.


A denúncia assinala ainda que após a partida da unidade de produção denominada Alto Forno 2, em 17 de dezembro de 2010, a TKCSA fabricou e comercializou produtos de sua atividade, obtendo vantagem econômica com o descumprimento de leis e regulamentos ambientais.


O gestor técnico da empresa, por sua vez, como Diretor de Sustentabilidade, tinha o dever de relatar os impactos ambientais aos órgãos competentes - obrigação prevista, inclusive, em Termo de Responsabilidade Técnica pela Gestão Ambiental assinado por ele com o Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Luiz Cláudio Ferreira Castro, entretanto, não comunicou a irregularidade responsável pela geração dos já citados danos ambientais.


Ao agir desse modo, os denunciados cometeram os seguintes crimes previstos na Lei 9.605/1998: causar poluição em níveis que possam resultar em danos à saúde humana; causar poluição que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas; lançamento de resíduos em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos; deixar de adotar medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental
grave ou irreversível; instalar ou fazer funcionar serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais; e deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental.


As penas para estes crimes incluem prisão e multa.


Histórico


A primeira denúncia do MPRJ contra a TKCSA foi oferecida em novembro de 2010. Além da companhia, foram denunciados o diretor de projetos Friedrich-Wilhelm Schaefer e o gerente ambiental, Álvaro Francisco Barata Boechat. A ação demonstrou que desde junho a empresa vinha gerando poluição atmosférica em níveis capazes de provocar danos à saúde humana, afetando principalmente a comunidade vizinha à usina, em Santa Cruz.


As investigações, naquela situação, começaram após o recebimento de notícias sobre irregularidades ambientais e suposta atuação de uma milícia fazendo a segurança privada da TKCSA. Esta última informação, ainda sob investigação pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE), levou à participação do GAECO nas investigações, como órgão de apoio.


A apuração foi feita por diversos órgãos do MPRJ, como Coordenação de Meio Ambiente do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE), Coordenação de Meio Ambiente do 6º Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva, 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Capital e 2ª Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara Criminal de Santa Cruz.


De acordo com a primeira ação penal, em trâmite na 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, o empreendimento e os executivos cometeram quatro crimes ambientais, alguns de forma reiterada. O principal deles consistiu no derramamento de ferro-gusa - usualmente destinado à unidade de "aciaria" - em poços ao ar livre, sem qualquer controle de emissões. Em contato com o solo, o ferro-gusa resultante do derretimento do minério de ferro e recém-saído do alto-forno, provoca a emissão de toneladas de material particulado, podendo causar doenças de pele, irritação de mucosas e problemas respiratórios.

Fonte:  MPRJ

terça-feira, 7 de junho de 2011

SANTA CRUZ SERÁ CUBATÃO DO PASSADO........




Nós moradores do entorno da Companhia do Atlântico (CSA), não podemos permitir que esta região se torne uma Cubatão (SP) do passado,(Vila Parisi e Vila Socó) , devemos cobrar o quanto antes dos Orgãos Governamentais, mais atitudes e soluções concretas e não paliativas.
Segundo os Ambientalistas: " A  TKCSA vai aumentar em 76% a emissão de Gases tóxicos na cidade do Rio de Janeiro, isso aumenta o aquecimento global e contribui para as mudanças climáticas".
Zelar pela vida Humana e o meio Ambiente está acima de qualquer desenvolvimento industrial.
Texto:
Jorge Antonio Pellegrini.

Cubatão é exemplo de recuperação ambiental. Cubatão passou a ser conhecida internacionalmente como cidade símbolo da poluição. ...
Assista o Vídeo: 

Resultados da pesquisa

  1. eBand | Videos | Jornal da Band | Cubatão é exemplo de recuperação ...

    2 jun. 2011 ... Acompanhe as Últimas notícias de jornalismo, entretenimento, esportes,
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